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sábado, 29 de setembro de 2012

Os impactos dos AGROTÓXICOS na Segurança Alimentar e Nutricional

UMA PUBLICAÇÃO do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - CONSEA  .
 
Os impactos dos agrotóxicos na segurança alimentar e nutricional from João Siqueira da Mata


Veja Também:

"O Brasil é a lixeira tóxica do planeta. Desde 2008, somos os maiores consumidores globais de insumos químicos para agricultura. Substâncias já proibidas em vários países encontram mercado fértil em terras brasileiras".

PARAÍSO DOS AGROTÓXICOS

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Doença renal misteriosa atinge milhares em 2 continentes e intriga pesquisadores

BBC

 Kate Sheehy e Rhitu Chatterjee  The World *
Uma doença renal misteriosa vem atacando milhares de pessoas em comunidades rurais do sudeste asiático e da América Central. O aparecimento da doença intriga os pesquisadores, que ainda não conseguiram identificar as causas exatas da enfermidade.

No vilarejo de Halmillawetiya, na Província Centro-Norte do Sri Lanka, o agricultor Sampath Kumarasinghe, de 21 anos, descansa em um banco de madeira em frente à casa que divide com a mãe, viúva.

Apesar do calor, ele usa um gorro de lã e seus movimentos são bastante lentos para alguém de sua idade.

Como a maioria dos moradores do vilarejo, ele é um plantador de arroz, mas ultimamente ele não tem tido forças para trabalhar.

Os rins de Kumarasinghe não funcionam direito. Eles não estão mais conseguindo filtrar seu sangue.

"Meu corpo está fraco", ele diz. O agricultor é mantido vivo pela diálise, que realiza duas vezes por semana em um hospital regional. Ele espera conseguir um transplante de rim.

Kumarasinghe é uma das milhares de pessoas na Província Centro-Norte sofrendo de doença renal crônica.

Segundo o Ministério da Saúde do Sri Lanka, 15% da população local foi afetada. A maioria dessas pessoas são cultivadores de arroz.

Ilha das Viúvas


A milhares de quilômetros de distância, Maudiel Martínez abre a porta de sua casa simples na comunidade La Isla, no oeste da Nicarágua.

Um pano faz as vezes de porta e deixa ver o rosto pálido de Martínez, com ossos protuberantes. Ele anda como um idoso, apesar de ter apenas 19 anos.

A epidemia misteriosa vem ganhando terreno na América Central e já é a segunda maior causa de mortes de homens em El Salvador. Na Nicarágua, a doença mata mais que o vírus HIV e a diabetes combinados.

"Essa doença é assim. Você me vê agora, mas em um mês eu posso não estar mais aqui. Ela pode me levar de repente", afirma Martínez.


Ele sabe do que está falando. Seu pai e um avô morreram com a doença. Três de seus irmãos também têm o problema. Todos eles trabalhavam no cultivo da cana-de-açúcar.

A doença renal crônica já matou tantos homens na comunidade de La Isla que o local já é conhecido popularmente como "La Isla de las Viudas" (A ilha das viúvas, em português).

Epidemia

A epidemia já atinge seis países da América Central, em suas regiões ao longo da Costa do Pacífico. Também foi identificada na Índia e no Sri Lanka.

A causa ainda é desconhecida, mas os pesquisadores acreditam que as vítimas estejam sendo contaminadas como resultado de seu próprio trabalho.

As epidemias nas três regiões têm vários pontos em comum. As vítimas são em sua grande maioria relativamente jovens agricultores. Muito poucos sofriam de diabetes e de pressão alta, os fatores de risco mais comuns para doença renal.

Todos sofrem com um problema conhecido como nefrite túbulo-intersticial, que provoca desidratação grave e envenenamento do sangue.

O problema afeta áreas geográficas específicas que são bastante férteis e muito quentes. As vítimas em sua maioria fazem trabalhos manuais pesados, têm pouca educação formal e pouco acesso a cuidados médicos. Em todas as áreas, os primeiros casos apareceram nos anos 1990.

Os cientistas acreditam que o problema pode estar ligado a algum produto químico presente ou utilizado nas lavouras desses locais, mas as pesquisas até hoje não conseguiram identificar exatamente o causador da doença.

Com isso, não há tratamento disponível para a doença, nem uma maneira conhecida de preveni-la.

"É importante que a doença renal crônica, que afeta milhares de trabalhadores rurais na América Central, seja reconhecida pelo que é - uma grande epidemia com um tremendo impacto na população", afirma Victor Penchaszadeh, epidemiologista da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e consultor da Organização Pan-Americana de Saúde sobre doenças crônicas na América Latina.

Estudo

Apesar de o mistério ainda permanecer sobre as causas da doença, uma pesquisa iniciada há quatro anos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo governo do Sri Lanka começa a indicar possíveis caminhos.

Os pesquisadores testaram a população e o ambiente, tomando amostras de sangue, urina e tecidos das pessoas e de alimentos, de água e do ar da região.

Os resultados, divulgados há poucas semanas, sugerem que os culpados podem ser dois metais tóxicos - cádmio e arsênico - que estariam contaminando os alimentos e o ar.

Segundo o Ministério da Saúde do Sri Lanka, os exames indicaram níveis relativamente altos dos dois metais no sangue e na urina da população da Província Centro-Norte.

Apesar de os níveis estarem geralmente dentro do que é considerado seguro, a exposição contínua a esses elementos pode ser prejudicial.

O novo estudo também indica que os metais poderiam estar vindo de fertilizantes e pesticidas, baratos e superutilizados na região.

Muitos médicos e cientistas familiarizados com o estudo concordam que mais pesquisas ainda são necessárias, mas acreditam que os químicos usados na agricultura são ao menos parcialmente responsáveis pelo problema.

Mas ainda há muitas questões sem resposta: os níveis de cádmio e arsênico encontrados nos corpos das pessoas são altos o suficiente para provocar danos? Qual metal provoca a doença, o cádmio ou o arsênico? Ou uma combinação dos dois?

Os metais vêm principalmente de pesticidas ou de fertilizantes? E se esses produtos são a causa da doença, por que os agricultores de outras partes do país, que também os usam, não estão sendo afetados?

As perguntas ainda são muitas, mas os especialistas esperam estar um pouco mais próximos de conseguir finalmente resolver o problema.

* The World é um coprodução de rádio do Serviço Mundial da BBC com a americana PRI e a emissora WGBH, de Boston. Esta reportagem foi produzida com a colaboração do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ), um projeto do The Center for Public Integrity.

Publicado originalmente em:


sábado, 22 de setembro de 2012

Sementes da Liberdade

A imposição de uma forma de cultivo que não respeita a cultura, a tradição e a liberdade de cada povo e onde as grande corporações querem o controle da produção de alimentos como uma forma monopolizar a produção mundial de alimentos.

Agricultores de toda a parte do planeta tem perdido a liberdade de plantar o que querem e ficado cada vez mais prisioneiros das grande corporações.

Sementes da Liberdade um filme interessante a ser visto sobre a história das sementes desde os primórdios aos tempos atuais.


Sementes da Liberdade (Seeds of Freedom - Portuguese) from The ABN and The Gaia Foundation on Vimeo.


Para saber mais:

O Mundo Segundo a Monsanto
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/o-mundo-segundo-monsato.html

Programa Roda Viva - Debate sobre os Transgênicos
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/programa-roda-viva-debate-sobre-os.html

Novo estudo avalia combinação de toxinas Bt com glifosato em células humanas
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/03/novo-estudo-avalia-combinacao-de.html



Transgênicos matam mais e causam até três vezes mais câncer em ratos, diz estudo
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/09/cientistas-franceses-poem-milho.html



quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Cientistas franceses põem milho transgénico debaixo de fogo



A experiência foi realizada durante dois anos sob o mais estrito sigilo, camuflada como uma operação militar de alta segurança. Um artigo no site do Le Nouvel Observateur faz o resumo do estudo coordenado por um biólogo da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini. Os resultados estão na edição deste 19 de setembro da revista científica Food and Chemical Toxicology e apontam para uma ação devastadora da dieta OMG (organismos geneticamente modificados) a que foram submetidas duas centenas de ratos de laboratório: tumores atrás de tumores, uma vida encurtada em mais de metade. Uma lista de preocupações para a indústria OGM.

A ideia de que o milho geneticamente modificado seria inócuo cai aqui por terra e é suplantada pela conclusão assustadora de que, mesmo consumido em baixas quantidades, o milho estudado se revelou altamente tóxico e frequentemente mortal para os ratos. Más notícias: trata-se dos mesmos OGM que nos colocam diariamente no prato - na carne e nos ovos - ou no leite.Gilles-Éric Séralini divulga todos os pormenores da experiência num livro que será posto à venda na próxima semana – “Todos Cobaias!”, edição Flammarion.

Uma empresa é particularmente visada pelo estudo – a norte-americana Monsanto, sediada em Saint-Louis. Os ratos colocados sob dieta de milho geneticamente modificado, tratado ou não com Roundup, herbicida também da Monsanto, ou alimentados com água contendo quantidades diminutas de herbicida presente nas plantações de campos OGM, desenvolveram um sem-número de patologias passados que estavam somente 13 meses da experiência.

Rigor militar

A equipa de Séralini começou a preparar o ensaio em 2006. O nome código da experiência: In Vivo. O primeiro passo consistiu em adquirir as sementes de milho OGM NK 603, patenteado pela Monsanto. A carga passaria por um liceu agrícola canadiano, para chegar em finais de 2007 ao porto de Havre. Seguiu-se a seleção das cobaias, duas centenas de ratos de laboratório, ditos “Sprague Dawley”.

Mas não seria necessário sequer esse tempo para que fosse reduzido de forma drástica o número de cobaias, explicou o professor Séralini: “Menos de um ano de menus diferenciados de milho OGM, abateu-se sobre os ratos uma hecatombe de uma amplitude que eu não esperava”.
Os ratinhos chegaram a desenvolver tumores mamários com dimensão de 25 por cento do seu peso, no caso das fêmeas. Os machos eram particularmente afetados nos rins e no fígado.

Em comparação, os ratos alimentados com milho OMG desenvolviam anomalias com uma frequência duas a cinco vezes superior ao que se verificava com as cobaias de controlo, cuja alimentação não continha OGM.

No final da vida esperada para os ratinhos de laboratório - dois anos é a esperança de vida calculada para aqueles animais -, de 50 a 80 por cento das fêmeas OGM eram afetadas, contra apenas 30 por cento das não-OGM. É ainda mais cedo entre os ratos OGM que as doenças atacam: 20 meses antes nos machos e três meses nas fêmeas.

São resultados que dificilmente deixarão o dossier OGM na mesma, um debate demasiadas vezes ideológico e subordinado a uma agenda comercial, com todo o poder de dissuasão dos grandes grupos como fator preponderante.

Robin Mesnage, Steeve Gress, Joël Spiroux, Gilles-Eric Seralini, Nicolas Defarge -  Equipe realizou o trabalho
A saída do livro do professor Gilles-Éric Séralini, a que se seguirá a exibição da adaptação para o cinema de Jean-Paul Jaud, colocará no entanto novas imagens nas nossas retinas. E essa é uma sugestão que seguramente levará a ponderar de outra forma o papel dos organismos geneticamente modificados nos planos para o futuro.


Notícias relacionadas:

O FIM DA DÚVIDA
http://aspta.org.br/2012/09/o-fim-da-duvida/

Transgênicos matam mais e causam até três vezes mais câncer em ratos, diz estudo

Estudo revela toxicidade alarmante dos transgênicos para os ratos

Etude unique, la plus longue et la plus détaillée sur la toxicité d'un OGM et du principal pesticide

Para saber mais:

O Mundo Segundo a Monsanto
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/o-mundo-segundo-monsato.html


Atualizado em 26/09/12

Cientistas pedem dados de estudo que liga transgênico a câncer

Pesquisadores criaram abaixo-assinado pedindo explicações a autores.
Estudo francês divulgado na semana passada teve grande repercussão.



Atualização em 01/10/2012

A Legitimidade da crítica científica
http://aspta.org.br/campanha/a-legitimidade-da-critica-cientifica/

EQUIPE DE SÉRALINI REBATE AS CRITICAS
http://pratoslimpos.org.br/?p=4721

MILHO  TRANSGÊNICOS PODE PROVOCAR TUMOR



RUSSIA DECIDE BARRAR AS IMPORTAÇÕES DE MILHO DA MONSANTO
http://www.sistemalupaclipping.com.br/retorno_email.php?id_clip=46203&dt_ini=20120926&dt_fim=20120926

UE analisa estudo alarmante sobre OGM


Atualização em 02/10/2012

OGM: O MOMENTO DA VERDADE

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/10/ogm-o-momento-da-verdade.html

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Paraíso dos agrotóxicos

 "O Brasil é a lixeira tóxica do planeta. Desde 2008, somos os maiores consumidores globais de insumos químicos para agricultura. Substâncias já proibidas em vários países encontram mercado fértil em terras brasileiras.

 Por: Henrique Kugler"

Publicado originalmente em: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/296/paraiso-dos-agrotoxicos




Para aprofundar:

Exposição a agrotóxicos pode causar alterações no DNA, mostra pesquisa

Exposicaão a agrotóxicos pode causar alterações no DNA, mostra pesquisa

sábado, 15 de setembro de 2012

Estudo do potencial carcinogênico dos agrotóxicos empregados na fruticultura e sua implicação para a vigilância da saúde.


Estudo realizado - CHEILA NATALY GALINDO BEDOR, 2008 - Tese apresentada ao Curso de Doutorado em Saúde Pública do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz para obtenção do grau de Doutor em Ciências - que objetivou estudar o potencial carcinogênico dos agrotóxicos utilizados na fruticultura do Vale do São Francisco revelou que para os agrotóxicos mais utilizados, 87% possuem potencia carcinógenos e 7% são potencialmente pré – carcinógenos, indicando uma evidente situação de vulnerabilidade para o câncer.



Cancer e agrot fruticultura from siqueiradamata

Para aprofundar:


Exposição a agrotóxicos pode causar alterações no DNA, mostra pesquisa

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Exposição a agrotóxicos pode causar alterações no DNA, mostra pesquisa

Os resultados de uma pesquisa apresentada na Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), pela bióloga geneticista Juliana da Silva, professora da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) reforçam um aviso sempre necessário: os agricultores devem utilizar equipamentos de proteção (EPIs) para lidar com os agrotóxicos.

A pesquisa, realizada pela Ulbra, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Caxias do Sul (UCS), analisou, de 2001 a 2003, as células de 108 viticultores da cidade de Caxias do Sul (RS), todos homens, expostos a agrotóxicos há cerca de 30 anos. Foram detectadas lesões no DNA de todos os produtores, sendo que eles apresentaram aproximadamente seis vezes mais lesões no DNA do que um grupo de pessoas não expostas aos agrotóxicos. A geneticista explica para os leigos:

– Alteração no DNA significa que a célula avaliada possui quebras. Muitas vezes as células não conseguem consertar essas quebras e acabam morrendo. Se ela morrer, o organismo tem que produzir mais células, e, nesse sistema de morre e produz, a célula pode ter algum problema e começar a se dividir sem parar. É aí que pode surgir um tumor.

Os danos das células, segundo Juliana, podem se acumular no sistema de uma pessoa, causando, no caso dos expostos aos pesticidas, não somente câncer, mas outras doenças, como Alzheimer.

– Alegaram ter incidência de câncer na família 40% dos entrevistados. Ainda foram observados problemas reprodutivos em aproximadamente 18% deles – afirma Juliana.
Quanto ao uso de equipamentos de proteção, a maioria dos entrevistados da pesquisa disse utilizar. Mas, segundo ela, quando a equipe visitava as propriedades não via isso na prática.

– Mas comprovamos que quem não usava máscara tinha dano maior do que os que usavam tudo, menos a máscara – diz ela, reforçando a importância do uso das proteções.

O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias do Sul diz incentivar o uso dos equipamentos, em prol da saúde de seus associados, segundo o vice-presidente da entidade, Rudimar José Menegotto.

– Há dez, 15 anos, esses EPIs não eram nem vendidos. Hoje existe a orientação e os produtos podem ser adquiridos a um custo razoável. A gente incentiva, mas não podemos obrigar. Cada um faz o que quer – ressalta Menegotto.

Para aplicar agrotóxicos é necessário utilizar: calça de tecido hidrorrepelente, viseira para proteção facial, jaleco de manga comprida, boné tipo touca árabe, avental de bagum e luva de nitrila. Um kit com todas essas peças custa cerca de R$ 55. Botas plásticas podem ser compradas a cerca de R$ 28 e a máscara de dois filtros para eliminar o cheiro dos produtos, por R$ 120. Os EPIs são vendidos em lojas agrícolas.

Um dos participantes da pesquisa foi um agricultor caxiense, hoje com 52 anos (ele preferiu não se identificar). Era ainda criança quando teve uma intoxicação por agrotóxico que o fez vomitar espuma por 25 horas. Aos 16 anos de idade, o jovem produtor aprendeu que o cuidado com o trato dos pesticidas deveria ser levado a sério durante toda sua vida, se não quisesse colocá-la em risco.

O agricultor lembra de ter aplicado o veneno na plantação de repolho em uma manhã de sol, na propriedade da família. O agrotóxico era tão forte que, segundo ele, seu cheiro era sentido a um quilômetro de distância. Ele não usou nenhum equipamento de proteção, afinal, tratava-se de uma época em que se manuseava os pesticidas despreocupadamente, usando bermuda e chinelo de dedo. Horas mais tarde, ele começou a ter ânsia de vômito. Foi levado ao hospital, onde permaneceu oito dias, com uma intoxicação diagnosticada.

– Até hoje eu trabalho com isso e uso tudo o que precisa. Hoje a gente se cuida – diz.

O agricultor afirma que hoje está bem de saúde, sem resquício algum do veneno. Seu pai, entretanto, que passou a vida toda lidando com pesticidas – grande parte dela sem proteção adequada – faleceu de tumor na próstata anos atrás.

A necessidade de aplicação dos agrotóxicos está muito relacionada ao clima, segundo o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Samar Velho da Silveira. As doenças das plantas se desenvolvem em ambientes de elevada umidade. O que um projeto da Embrapa defende é que se a chuva dá uma trégua durante uma semana, por exemplo, nesse período o produtor não precisa aplicar o agrotóxico.

– Há uma repetição excessiva no uso de agrotóxico. Às vezes, para garantir a produção, se aplica mais do que o necessário. Há possibilidade de reduzir, desde que se faça monitoramento das pragas que atacam o vinhedo – salienta Silveira.

Fonte: http://agricultura.ruralbr.com.br/noticia/2011/09/exposicao-a-agrotoxicos-pode-causar-alteracoes-no-dna-mostra-pesquisa-3501392.html

Veja Também:


Uso de agrotóxicos oferece riscos à saúde e ao meio-ambiente, alerta pesquisa

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/09/uso-de-agrotoxicos-oferece-riscos-saude.html


Pesquisa aponta aumento de danos no DNA de viticultores




domingo, 9 de setembro de 2012

Alimentos orgânicos x convencionais - quais são as diferenças?



Ao compararmos os alimentos orgânicos e convencionais não deveríamos apenas considerar apenas o valor nutricional dos mesmos, mas sim, outros fatores como os impactos que traz os alimentos convencionais ao solo, a contaminação das águas, a morte dos polinizadores, a intoxicação aguda e crônica dos trabalhadores e os impactos sobre a saúde pública dos  resíduos dos agrotóxicos nos alimentos - resíduos esses que pesquisadores cada vez mais tem questionados - não existem limites seguros de ingestão diária.


TÂNIA RABELLO(*)

Entre as matérias publicadas nos jornais e na web, e também as veiculadas na TV, esta semana, sobre o estudo realizado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos – identificando que não há evidências científicas consistentes de que os alimentos orgânicos sejam mais nutritivos do que os alimentos convencionais –, uma das que mais bem ponderaram o assunto foi a publicada no Estado de S. Paulo, na editoria Vida, em 5 de setembro, e escrita pela repórter Mariana Lenharo.

Além desta reportagem, também o programa Em Pauta, comandado por Sérgio Aguiar, e debatido pelos jornalistas Gustavo Chacra, além de Mara Luquet e Eliane Catanhêde.

Chacra destaca que o estudo de Stanford NÃO CRAVA que os alimentos orgânicos sejam tão nutritivos quanto os convencionais. “A pesquisa faz questão de dizer que ‘talvez’ sejam igualmente nutritivos”, ressalta o jornalista.

O problema, porém, é o tratamento que se dá a este tipo de notícia.

Alguns sites investiram em títulos que desinformam o leitor, como “Pesquisa põe em xeque vínculo entre produto orgânico e saúde”, discorrendo e cravando (mesmo que o próprio estudo não afirme isso categoricamente) que não há diferença nutricional entre orgânicos e convencionais.

Ou outro título, “Alimentos orgânicos não têm mais nutrientes do que os convencionais”, publicado no site da agência de notícias Reuters, e copiado e colado sem críticas por vários outros sites, inclusive os jornalísticos, também induzem o leitor apressado a acreditar nisto e pronto.

Matéria do site da Veja, que pelo menos se deu ao trabalho de mostrar o caminho das pedras para o leitor que quiser ver o estudo no original, há um argumento que fragiliza a pesquisa (que, na verdade, é uma compilação de vários estudos sobre o tema) e minimiza justamente uma das grandes vantagens dos orgânicos em relação aos convencionais: “A única vantagem aferida pelo estudo é que os alimentos orgânicos são menos expostos a agrotóxicos e a bactérias resistentes a antibióticos.” A Veja acha isso pouco?

Antes, o site da revista ainda dá uma informação errada: “Os índices de nutrientes e de pesticidas presentes nos dois tipos de produtos são similares”. O estudo diz justamente que os índices de pesticidas nos orgânicos são expressivamente menores (representam risco 30% menor de contaminação por agrotóxicos), embora o de nutrientes seja similar, fato sobre o qual todas as matérias se debruçaram.

Outro argumento que põe em dúvida o estudo é justamente o fato de ele não ter considerado, ao analisar alimentos orgânicos, questões ambientais e de bem estar animal, que são intrínsecos e exigência básica para quem quer produzir organicamente.

Além disso, é de pouca importância destacar que os orgânicos representam risco 30% menor de contaminação por agrotóxicos e que, segundo o estudo de Stanford, nas carnes de frango e de porco orgânicas havia menos bactérias resistentes a antibióticos?

Antibióticos são amplamente utilizados em criações convencionais, como “promotores de crescimento”. No Brasil, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan), as vendas de medicamentos para suínos e aves representam 30% do total. Já as vendas de antimicrobianos (antibióticos) perfazem 18% de um faturamento total de R$ 3,415 bilhões.

Nos Estados Unidos, 80% dos antibióticos vendidos vão para a criação animal.

Muita gente, aliás, confunde esses promotores de crescimento com hormônios. É bom frisar que não se utilizam “hormônios” nas criações convencionais (como também erroneamente citou o site da Veja no mesmo artigo). Hormônios em criações animais são proibidos, pelo menos no Brasil. Quem os utilizar estará infringindo a lei.

Os antibióticos, ao contrário, são liberados e, em pequenas doses, são ministrados diariamente a frangos de corte e suínos, diretamente na ração. São esses antibióticos que, explicando de maneira simples, praticamente eliminam a flora intestinal benéfica (que filtraria nutrientes, privilegiando o equilíbrio do organismo) desses animais, permitindo que o alimento ingerido seja amplamente aproveitado e, com isso, o animal engorde com rapidez. Ou seja, por mais que a indústria afirme que tal prática não deixa resíduos nas carnes, talvez o principal “resíduo” de tal prática seja justamente criar bactérias resistentes a antibióticos – o que coloca torna cada vez mais difícil o desenvolvimento de medicamentos para combater bactérias, tanto as que atacam seres humanos quanto os animais.

Isso deve ser minimizado no estudo?

Outro ponto fundamental é todo o cuidado ambiental que os produtores orgânicos têm de ter em suas lavouras e criações – se não, simplesmente não conseguem a certificação e o selo emitido pelo Ministério da Agricultura. E isso o estudo não levou em consideração.

A nutrição, afinal

De todo modo, sobre orgânicos e nutrientes já era sabido que não há diferença significativa entre ambos. O leitor do meu blog deve ter visto a longa e detalhada entrevista feita com a nutricionista Elaine Azevedo, coordenadora do Portal Orgânico e especializada no assunto. Na entrevista, ela explica exatamente esta questão, que aflige tanto consumidores quanto não consumidores de orgânicos. Vale a pena reproduzir um trecho da entrevista para esclarecer quem ficou aflito a respeito.

PERGUNTA: Os alimentos orgânicos são mais nutritivos do que os convencionais?

DRA. ELAINE: Primeiro de tudo é bom lembrar que existem vários aspectos de qualidade do alimento orgânico. O valor nutricional é um deles. Mas existem outros, como toxicidade, que é o principal diferencial, durabilidade e características sensoriais, como sabor, cor e textura. Podemos dizer que, a princípio, os orgânicos não têm maior valor nutricional, e sim melhor valor nutricional. Vamos fazer uma relação com o ser humano. Quando comemos demais, não quer dizer que estejamos bem nutridos. Ao contrário. Pode surgir uma tendência à obesidade. E, se comemos pouco e mal, ficamos desnutridos. O ideal, então, é termos a qualidade e a quantidade de nutrientes adequada para a nossa espécie. Nas plantas é a mesma coisa. O solo deve fornecer o necessário, não o excesso. Um solo saudável, enriquecido com adubos orgânicos, é rico em muitos tipos de minerais. Os vegetais cultivados convencionalmente, à base de fertilizantes sintéticos – compostos unicamente de grandes quantidades de nitrogênio, fósforo e potássio de alta solubilidade, o adubo NPK –, acabam absorvendo grandes quantidades de nitrogênio do solo. Por isso, formam mais proteína, mas também mais nitrogênio livre, criando um desequilíbrio interno na planta. Esses vegetais que têm nitrogênio em excesso atraem mais pragas e por consequência tem-se que usar mais agrotóxicos para combatê-las. Ou seja, ter mais proteína não significa necessariamente ser um alimento mais saudável. Já a planta cultivada organicamente recebe e absorve somente os nutrientes de que precisa e tem um equilíbrio no valor nutritivo em geral. Não me refiro especificamente a carboidratos, lipídios e proteínas, que, tanto nos alimentos orgânicos quanto nos convencionais, são formados pela ação da luz solar, pela fotossíntese. Nisso eles podem ser muito semelhantes. Aliás, não são esperadas grandes diferenças de valor nutritivo entre orgânicos e convencionais.

PERGUNTA: Então o que diferencia o alimento orgânico do convencional em termos nutricionais, afinal?

DRA. ELAINE: É a qualidade do solo. Há pesquisas realizadas com alguns alimentos vegetais que comprovam a superioridade de minerais dos orgânicos. São poucas pesquisas ainda, mas nelas se provou que é no teor de mineral que o alimento orgânico pode se diferenciar do convencional. E existem estudos que mostram que o teor dos minerais nos alimentos diminuiu muito por causa dos métodos da agricultura convencional. Por isso os especialistas receitam cada vez mais suplementos sintéticos. Os solos estão pobres; os alimentos produzidos neles também.

PERGUNTA: Além do equilíbrio mineral, há mais alguma diferenciação entre o orgânico e o convencional?

DRA. ELAINE: Sim. Também é comprovado por meio de pesquisas que os alimentos orgânicos têm maior teor de fitoquímicos, substâncias como isoflavona, sulforaceno e licopeno, foco da nutrição funcional. No tomate orgânico, por exemplo, há maior teor de licopeno. Essas substâncias têm diferentes funções no organismo e na planta elas funcionam como um sistema de defesa; ou seja, o sistema imunológico da planta produz fitoquímicos. Os vegetais orgânicos têm que desenvolver um sistema de defesa mais eficiente porque não recebem o agrotóxico que controla as doenças. Novamente, comparando com o organismo humano, se o corpo está bem nutrido (como uma planta orgânica), ele tem um sistema de defesa que produz anticorpos de forma mais eficiente. A planta produz fitoquímicos. E, no caso de alimentos de origem animal, os orgânicos têm, comprovadamente, gordura de melhor qualidade, porque os animais criados organicamente têm a possibilidade de caminhar, ciscar, se movimentar. Aí também comparo conosco: quando fazemos exercícios regularmente, temos gordura corporal de melhor qualidade. Há várias pesquisas que comprovam que os alimentos orgânicos de origem animal (carnes, leites, ovos) têm taxas iguais de ômegas 3 e 6, maior teor de ácidos graxos insaturados e menores teores de ácidos graxos saturados. É bom ressaltar que o teor de gordura de proteína animal orgânica não é maior nem menor. É melhor.

PERGUNTA: São gorduras melhores para o nosso organismo absorver, é isso?

DRA. ELAINE AZEVEDO: A gordura insaturada eleva o nível de lipoproteína de alta densidade no sangue (HDL ou “colesterol bom”) e reduz o nível de lipoproteína de baixa densidade no sangue (LDL, ou “colesterol ruim”). Quando citei a relação entre ômegas 3 e 6, que é de um para um, isso indica também que a gordura é de melhor qualidade. A relação de equilíbrio entre os dois tipos de ácido linoléico (3 e 6) ajuda a evitar os problemas associados ao consumo excessivo de ômega 6 na dieta. Entre tais problemas estão as doenças cardíacas; a arteriosclerose; alguns tipos de câncer; hipertensão; colite e alguma doenças ósseas São assuntos bastante técnicos e o mais fácil é dizer: são alimentos que apresentam gordura de melhor qualidade, uma vez que o animal se exercita.

PERGUNTA: Há pesquisas que comprovam efetivamente tudo isso?

DRA. ELAINE AZEVEDO: Sim. Há várias que demonstram o teor aumentado de fitoquímicos e a qualidade da gordura animal. Em alguns vegetas pesquisados também foi comprovado o maior equilíbrio de minerais. No teor de proteínas, carboidratos e lipídios, porém, se fala em controvérsias na pesquisa. É uma controvérsia que, na verdade, não vai se diluir, porque não se esperam diferenças entre orgânicos e convencionais no quesito valor nutricional. E é um aspecto difícil de pesquisar. O simples transporte do alimento, a quantidade de luz solar ou água que a planta recebe já mudam o valor nutricional, então é um aspecto que precisa ter muito controle para a realização de estudos comparativos. Mas de qualquer maneira não é sob esse aspecto que se pode dizer: ah, é aí que os orgânicos se destacam. Não é por aí. Eu insisto que o valor nutricional não é o aspecto mais importante para definir a qualidade de um alimento. É muito reducionista.

(*) Matéria da Jornalista TÂNIA RABELLO publicado originalmente no Portal Orgânico:
http://www.portalorganico.com.br/noticia/108/volta_a_polemica_sobre_o_valor_nutricional_dos_organicos

Notícia relacionada:

Orgânicos e convencionais tem pouca diferença nutricional
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,organicos-e-convencionais-tem-pouca-diferenca-nutricional-,925992,0.htm

Para saber mais:

‘Coquetel’ de agrotóxicos ingerido no consumo de frutas e verduras pode causar Alzheimer e Parkinson





sábado, 1 de setembro de 2012

Uso de agrotóxicos oferece riscos à saúde e ao meio-ambiente, alerta pesquisa


Abaixo uma reportagem que saiu no Globo Rural na edição do dia 26 de agosto em que especialista mostram importantes resultados de pesquisas sobre o impacto dos agrotóxicos sobre a saúde e ao meio ambiente.

No link abaixo temos acesso a primeira reportagem onde comenta que a ABRASCO - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA publicou um dossiê que reúne os resultados de diversas pesquisas feitas em várias  regiões do Brasil avaliando os efeitos dos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde das pessoas.

Segundo o Biólogo e Fernando Carneiro professor de saúde coletiva da universidade de Brasília e membro da ABRASCO - Foi identificado no Mato Grosso agrotóxicos no leite materno, em água de chuva, na urina de professores de escolas rurais e urbana.
No modo geral 30% dos alimentos que o brasileiro consome não estão adequado ao consumo humano.

O dossiê comentando na reportagem mostra que 14 agrotóxicos utilizados no Brasil são proibidos em outros países porque são suspeitos de causar danos neurológico, mutação de genes, e câncer.

A reportagem destaca uma pesquisa que faz parte do dossiê ao mostrar um trabalho que relaciona o uso de agrotóxicos com a contaminação da água e o aumento do número de casos de câncer.

Outro ponto destacado pela reportagem é uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará que esta tentado detectar precocemente indicio de câncer em trabalhadores rurais através da análise do DNA das células da medula óssea.

Quem conduz os estudos são os médicos Luis Pires e Ronald Pinheiro especialistas em doenças do sangue.

De nove amostras já analisadas 6 apresentaram alterações que chamaram atenção dos pesquisadores porque estas alterações acostumam aparecer em caso de leucemia aguda e apesar da alteração ser apenas em uma das 20 células analisadas o agricultor não esta ainda doente - mas tem o primeiro passo para o desenvolvimento de câncer e esta se tentando afastá-lo da exposição ocupacional porque se o individuo continuar por mais 1,2, 3 anos com a exposição aos agrotóxicos possivelmente vai desenvolver uma doença na médula óssea - alerta o pesquisador.

Veja a primeira parte da reportagem acessando o link abaixo:


Na segunda parte da reportagem mostra uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará encontrou contaminação nos canais de irrigação e nos poços profundos da região o trabalho foi coordenado pela geóloga e doutora em saúde pública Alice Pequeno que destaca que em 100% das amostras foram encontradas resíduos de agrotóxicos


Para saber mais:


DOSSIÊ ABRASCO

Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde
Agrotóxicos, Segurança Alimentar e Saúde

Primeira Parte:

Segunda Parte:
Agrotóxicos, saúde, ambiente e sustentabilidade

Ligação entre o Mal de Parkinson e pesticidas é oficialmente reconhecida na França

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/ligacao-entre-o-mal-de-parkinson-e.html


Estudo mostra que uso de agrotóxicos pode mudar o comportamento de gerações futuras