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sábado, 20 de outubro de 2012

O VENENO NOSSO DE CADA DIA



Filme de Mari-Monique. Após 34:58 min a legenda esta em português

Our Daily Poison / Notre poison quotidien.

"A problemática dos pesticidas, que tantos males causa à população mundial. Um documentário chocante que revela a falta de segurança no sistema que esta  está mais preocupado com a proteção de segredos comerciais do que com a saúde humana.

"Notre poison quotidien" (O veneno nosso de cada dia), de Marie-Monique Robin, tenta também desvendar como são calculados os valores de IDA - Ingestão Diária Aceitável - para diversos produtos como agrotóxicos, resíduos de plásticos e o aspartame.

A Ingestão diária aceitável - IDA - é um valor numérico, medido em mg/kg, que determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida. Na prática, para os agrotóxicos, por exemplo, determina qual limite máximo de resíduo é aceitável em um alimento. Era de se esperar que este índice fosse calculado com um alto grau de rigor científico, para que em nenhum momento colocasse a vida dos consumidores em risco.

Mas Marie-Monique nos mostra justamente o contrário.

 No mesmo estilo investigador de "O Mundo Segundo a Monsanto", a diretora percorre centros de pesquisa e agências reguladoras em vários países tentando descobrir como este índice é definido.

 E ela não deixa dúvidas: através de estudos científicos pagos pelas empresas, e com a ajuda de diretores de agências reguladoras com ligações com a indústria, os próprios fabricantes das substâncias é que definem o nível aceitável."

Por Victor Mendes


Ainda sobre a ingestão diária aceitável que é um dos temas centrais do filme de Marie Monique, vejamos     a seguir o questionamento feito pela Associação Brasileira de Saúde  coletiva – ABRASCO.






A avaliação dos impactos dos agrotóxicos na saúde decorrente do consumo de alimentos produzidos com a utilização de agrotóxicos é realizada fundamentalmente com base em estudos experimentais animais, nos quais o principal indicador é a ingestão diária aceitável - IDA. Parte-se da crença de que o organismo humano pode ingerir inalar ou absorver certa quantidade diária, sem que isso tenha consequência para sua saúde. O IDA deriva de outro conceito a dose letal de 50% de morte de cobaias expostas (DL50). Trata-se de um indicador de toxicidade que significa que a metade da população de cobaias no estudo morre ao ser submetido a uma determinada concentração de agrotóxico. Mediante uma abstração matemática, esse número é extrapolado para os humanos. Assim se busca um valor aceitável de exposição humana. Esses indicadores não têm sustentabilidade científica quando queremos tratar de proteção da saúde. Trata-se na realidade de uma forma reducionista do uso da toxicologia para sustentar o uso de veneno, criando álibis cientificistas para dificultar o entendimento da determinação das intoxicações humanas especialmente as crônicas, decorrentes das exposições combinadas, por baixas doses e de longa duração (Carneiro, 2012, pág 47).  

O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional – CONSEA,   também questiona a metodologia adotada para definir os limites de ingestão diária ao não considerar muitos outras fatores importantes para a segurança  da saúde das pessoas como coexposições, idade, sexo, nutrição, situações fisiológicas, genética, condições de trabalho, condições de vida e além do que o organismo humano não se comporta de uma forma idêntica como se fosse uma máquina:



Outro aspecto importante, que traz preocupação para o Consea, é o fato de que as metodologias utilizadas pelo governo para definir os limites da Ingestão Diária Aceitável (IDA) de agrotóxicos levam em consideração um “indivíduo médio de 60 kg”, menosprezando, portanto, o impacto dessas substâncias sobre grupos mais vulneráveis como idosos e crianças, entre outros. Além disso, esse conceito, que deveria ser um parâmetro para garantir a saúde da população exposta a alimentos com agrotóxicos, não considera os efeitos da combinação de vários agrotóxicos ingeridos em uma mesma refeição ou ao longo do mesmo dia (CONSEA, 2012 pág. 24).


Corraborando o texto acima Wanderlei Pignati doutor  em Saúde Pública e professor da Universidade Federal de Mato Grosso em entrevista  a revista Galileu  também questiona os limites de Ingestão Diária Aceitável pois os sistemas de resposta do organismo humano não são iguais e isso não é considerado e além do que esses limites variam de acordo com o país o que coloca em xeque o rigor científico que deveria ter ao estipular os limites de ingestão diária.

Existe hoje a determinação de um limite máximo de resíduo por alimento. Esse limite não deveria existir, é absurdo. Cada pessoa tem uma sensibilidade diferente aos produtos. Sabe como esse limite é determinado? A partir da média da sensibilidade das pessoas, são medidas arbitrárias. No Brasil, por exemplo, um quilo de soja pode ter 10 miligramas de glifosato [princípio ativo de um agrotóxico famoso]. Nos EUA o limite é de 5 mg, na Argentina 5 mg, mas na Europa é 0,2 mg (REVISTA GALILEU, 2010).


No Seminário de Enfrentamento aos Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana e no Ambiente, Karen Friedrich, pesquisadora do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde também questionou o limite de ingestão diária permitida de agrotóxicos:


(...) a ingestão diária aceitável de agrotóxicos nos alimentos segue um modelo linear de dose e efeito, mas esse paradigma é rompido pelos carcinógenos genotóxicos presentes no defensivo agrícola, para os quais não existe limite seguro. Segundo Karen, estudos recentes têm comprovado que a exposição humana a baixas doses de agrotóxicos causa desregulação endócrina e imunotoxidade. A desregulação endócrina gera efeitos como alterações nas funções hormonais, responsáveis pelos processos neurocomportamentais, reprodutivos, nas funções cardiovasculares, renais, intestinais, neurológicas e imunológicas. No caso da imunotoxidade, disse ela, podem ocorrer reações alérgicas e de hipersensibilidade ou imunossupressão, tornando as pessoas mais suscetíveis ao aparecimento de tumores ou à infecção por patógenos. Os períodos mais críticos são o pré-natal e pós-natal, quando se desenvolvem o sistema nervoso, endócrino e imunológico (Informe ENSP, 2012).

Esta pequena revisão sobre a Ingestão diária aceitável faz parte do trabalho de conclusão de uma pós que estou fazendo e o TCC é sobre AGROTÓXICO NO BRASIL – USO E IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE PÚBLICA

Fonte: 
Carneiro FF, Pignati W, Rigotto RM, Augusto LGS, Rizollo A, Muller NM, Alexandre VP, Friedrich K, Mello MSC. Dossiê ABRASCO: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: ABRASCO; 2012. 1ª Parte. 98 p

CONSEA  - Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional . Os impactos dos agrotóxicos na segurança alimentar e nutricional: contribuições do Consea. Disponível em: < http://www4.planalto.gov.br/consea/noticias/imagens-1/mesa-de-controversias-sobre-agrotoxicos/caderno-da-mesa-de-controversias-sobre-agrotoxicos> Acesso em: 29 setembro de 2012

Revista GALILEU, 2010.              Entenda porque o Brasil é o maior consumidor de agrotóxico do mundo. Disponível em: :< http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI150920-17770,00-ENTENDA+POR+QUE+O+BRASIL+E+O+MAIOR+CONSUMIDOR+DE+AGROTOXICOS+DO+MUNDO.html>. Acesso em: 01 de outubro de 2012.

Informe ENSP, 2012.   Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Seminário discute os agrotóxicos e os impactos na saúde pública. Disponível em:<   http://www.ensp.fiocruz.br/portal-ensp/informe/site/materia/detalhe/30423>. Acesso em: 29 setembro de 2012.


Para saber mais:

O VENENO ESTA NA MESA de Silvio Tendler.






O MUNDO SEGUNDO A MONSANTO  de  Marie -  Monique

Veja um resumo do filme acessando:






Para aprofundar:







Exposição a agrotóxicos pode causar alterações no DNA, mostra pesquisa

Estudo mostra que uso de agrotóxicos pode mudar o comportamento de gerações futuras

ATUALIZAÇÃO EM  21 OUTUBRO 2012

Veja Também:

Uma reportagem de Rui Araújo para o Repórter TVI.

Uma investigação sobre os alimentos perigosos que são vendidos nos grandes supermercados em Portugal.



domingo, 14 de outubro de 2012

Consumo de soja em excesso pode afetar hormônios em crianças

Os produtos à base de soja são usados com frequência para substituir o leite de vaca nos casos de alergia ou intolerância. Médicos orientam os pais a tomar cuidado com o excesso porque o alimento pode interferir nas taxas de hormônios das crianças.



Fonte: TV UOL

Brasil é negligente no controle de agrotóxicos


VANESSA FOGAÇA PRATEANO - GAZETA DO POVO

O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, é uma das nações mais atrasadas no controle de agrotóxicos. Dos 50 produtos químicos mais aplicados na agricultura, 22 são proibidos pela União Europeia (UE) e Estados Unidos, mas continuam sendo largamente utilizados em território brasileiro, apesar dos riscos que oferecem à saúde.

Entre eles, agentes que causam cegueira, má formação fetal, câncer (em especial os de tireoide e mama), puberdade precoce, problemas respiratórios e disfunções renais, de acordo com relatórios técnicos de várias entidades lançados neste ano e que corroboram alertas feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em anos anteriores.

Desde 2008, a Agência Nacional de Vigilância Sani­tária (Anvisa) alerta para a necessidade de vetar o uso dessas substâncias, mas somente agora, com o veto de países a produtos brasileiros cultivados com alguns agrotóxicos, é que a discussão ganhou corpo. A agência estuda proibir dez substâncias, além de quatro que já tiveram sua retirada do mercado aprovada.

Nessa relação está o endossulfam, cujos efeitos foram primeiramente notados num vilarejo na Índia, onde 6 mil pessoas (cerca de 50% dos domicílios), a maioria crianças, apresentaram graves deformações físicas e neurológicas. O produto só deve ser banido em 2013, de acordo com a agência. Na UE, ele está proibido desde 1985.

“Após a revolução verde [disseminação de práticas agrícolas, entre elas o uso de produtos químicos, que permitiu o aumento da produção nos anos 70], estamos vivendo a revolução vermelha. É um modelo químico-dependente que está causando um sério problema à saúde. Há evidências científicas disso há muito tempo”, afirma o pesquisador da Universidade Federal do Mato Grosso Wanderlei Pignati, que coordenou um estudo sobre agrotóxicos que foi apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade, a Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro.

Além do limite



A aplicação de agrotóxicos além do Limite Máximo de Resíduos (LMR) permitido de acordo com a legislação também preocupa porque gera uma série de complicações em trabalhadores do campo e consumidores. Relatório de 2010 do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para), da Anvisa, revelou que 28% de 2.488 amostras de alimentos analisadas continham substâncias autorizadas, mas acima do LMR, ou proibidas. De acordo com o Ministério da Saúde, o uso indiscriminado de agrotóxicos causou 7.677 casos de intoxicação no país em 2009.

“O Brasil é hoje o maior consumidor mundial de agrotóxicos e existe muita pressão das empresas para que esse modelo seja mantido. Há um esforço da Anvisa para controlar e proibir essas substâncias, mas as empresas entram na Justiça para barrar a discussão”, explica a assessora jurídica da organização Terra de Direitos, Ana Carolina Brolo de Almeida.

Em 2008, quando as discussões para a proibição das 14 substâncias se iniciaram, as empresas conseguiram suspender a publicação dos resultados dos estudos por dois anos. Em 2010, o processo foi retomado, mas devido ao atraso, as discussões não avançaram. A reportagem enviou perguntas por e-mail à Anvisa, mas o órgão não se pronunciou até o fechamento desta reportagem.

Pulverização aérea é ineficiente



Além de permitir o uso de substâncias que já são proibidas em países desenvolvidos, o Brasil adota outra prática banida pela União Europeia desde janeiro de 2009: a pulverização aérea de plantações, que, no intuito de abranger a maior área possível de cultivo, também contamina o ar, solo, mananciais, estradas e até vilarejos a quilômetros de distância.

Tática de guerra

“É uma prática que lembra uma guerra [Vietnã], usar avião para despejar veneno. É preciso proibir essa prática o mais rápido possível”, diz o médico e pesquisador da Universidade Federal de Mato Grosso Wanderlei Pignati, um dos maiores especialistas no assunto. A pesquisadora do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Isabel Fontes Jardim concorda. 



Uma tese de doutorado orientada por ela em 2009 mostrou que, além de prejudicial à saúde, a prática é ineficaz. “Somente 1% do produto aplicado atinge o alvo. Os 99% restantes vão para o ar, água e solo.”

Especialista em agrotóxicos e sua relação com doenças, a médica e pesquisadora da Universidade Federal do Ceará Raquel Rigotto diz que as normas brasileiras que determinam limites para a prática são ineficazes – como uma distância mínima de 500 metros para povoados e de 250 para mananciais. “Num ecossistema, isso [os limites] é muito pouco. Há vários aspectos que interferem, como os ventos, a temperatura, a umidade. Não há como controlar. Portanto, a prática precisa ser abolida.”


Estudo

Pesticidas causam desequilíbrio no organismo e diversas doenças

Os malefícios dos agrotóxicos no corpo humano são conhecidos há pelo menos duas décadas, embora somente nos últimos anos pesquisadores tenham conseguido juntar um número suficiente de estudos para comprovar seu efeito cumulativo na saúde ao longo de anos de exposição. São casos agudos (intoxicação por pequenas doses, num curto espaço de tempo) ou crônicos, quando ocorre manipulação prolongada de várias substâncias ou ainda no ventre materno, o que interfere no desenvolvimento fetal e causa deformações incuráveis.

Segundo a chefe do Setor de Endocrinologia do Hospital Evangélico de Curitiba, Mirnaluci Ribeiro Gama, tais substâncias químicas, chamadas de disruptores endócrinos, têm o poder de simular ou bloquear a ação dos hormônios produzidos pelo corpo, o que gera desequílibrios metabólicos e multiplicações celulares que podem levar ao câncer. “Glândulas como a tireoide, testículos e ovários, assim como o tecido adiposo, são os mais frequentemente acometidos”, explica.

Estrogênio
Um exemplo, cita a médica, ocorre com os hormônios sexuais, em especial o estrogênio. Meninas expostas a agrotóxicos entraram na puberdade antes do tempo. Substâncias presentes nesses agentes, chamadas de xenoestrógenos, enganam o organismo e simulam o papel do hormônio, induzindo as meninas a menstruar precocemente. A exposição ao estrogênio por um período maior do que o programado pela natureza também aumenta o risco de câncer de mama, já que este hormônio alimenta os receptores de estrogênio das células mamárias.

Nos homens, foi comprovado o aumento de casos de infertilidade, devido à redução do número de espermatozoides em indivíduos expostos aos produtos. Os agrotóxicos também são uma das causas comprovadas do Mal de Parkinson, além de alguns casos de leucemia, linfomas e mielomas múltiplos.

Exceção

Desde 2008, 14 substâncias químicas estão na mira da Anvisa. Destas, quatro foram ou devem ser retiradas do mercado, mas nos demais casos, a discussão pouco avançou. Confira quais são as substâncias, o que causam, a situação atual sobre sua discussão e em que países já são proibidas:



Abamectina

Toxicidade aguda e suspeita de toxicidade reprodutiva; Ainda não foi discutida; única substância não proibida pela União Europeia.

Acefato

Neurotoxicidade, carcinogenicidade e toxicidade reprodutiva; Já houve consulta pública para seu banimento, mas decisão não foi publicada; União Europeia.

Carbofurano

Alta toxicidade aguda e desregulação endócrina; Ainda não houve consulta pública; União Europeia e EUA.

Cihexatina

Alta toxicidade aguda, carcinogenicidade para seres humanos, toxicidade reprodutiva e neurotoxicidade; retirado do mercado em novembro de 2011; União Europeia, Japão, EUA e Canadá.

Endossulfam

Alta toxicidade aguda, desregulação endócrina e toxicidade reprodutiva; Será retirado do mercado em julho de 2013; União Europeia e Índia.

Forato

Alta toxicidade aguda e neurotoxicidade; Já houve consulta pública, mas não foi publicada decisão; União Europeia e EUA.

Fosmete

Neurotoxicidade; já houve discussão e produto será mantido no mercado com restrições; União Europeia.

Glifosato

Intoxicação (há solicitação de revisão da Ingesta Diária Aceitável (IDA) por parte de empresa registrante, necessidade de controle de impurezas presentes no produto técnico e possíveis efeitos toxicológicos adversos); Não houve consulta pública; Em revisão pela União Europeia.

Lactofem

Carcinogênico; não houve consulta pública; União Europeia.

Metamidofós

Alta toxicidade aguda e neurotoxicidade; Foi retirado do mercado em julho deste ano; União Europeia, China e Índia.

Paraquate

Alta toxicidade aguda e toxicidade; Não houve consulta pública; União Europeia.

Parationa Metílica

Neurotoxicidade, desregulação endócrina, mutagenicidade e carcinogenicidade; já houve consulta pública, mas decisão não foi publicada; União Europeia e China.

Tiram

Mutagenicidade, toxicidade reprodutiva e desregulação endócrina; não houve consulta pública; EUA.

Triclorfom

Neurotoxicidade, potencial carcinogênico e toxicidade reprodutiva; retirado do mercado em 2010; União Europeia.


Fonte: Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida -www.contraosagrotoxicos.org


Para se aprofundar

Acesse os relatórios já publicados sobre agrotóxicos pela Anvisa, Câmara dos Deputados e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), este último apresentado na Rio+20:


Abrasco


Relatório II: http://migre.me/b78dG

Câmara dos Deputados: http://migre.me/b78em


Fonte onde foi publicada a reportagem originalmente:



PARA SABER MAIS:



G1 - Reciclagem de lixo eletrônico, o e-lixo, é oportunidade de mercado - notícias em PME



G1 - Reciclagem de lixo eletrônico, o e-lixo, é oportunidade de mercado - notícias em PME: "Reciclagem de lixo eletrônico, o e-lixo, é oportunidade de mercado 50 milhões de toneladas de resíduos são jogadas fora ao ano no mundo. No Brasil, empresas encontraram na reciclagem oportunidade de mercado."

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Consumismo Infantil


CONSUMO DE CRIANÇAS


Consuming Kids, a Comercialização da Infância", trata de como as grandes corporações utilizam-se da infância para gerar lucros gigantescos, vendendo todo o tipo de produtos, muitas vezes, de forma desonesta, desumana e pouco ética, tornando-as vulneráveis na idade mais delicada de suas vidas. Cada vez mais os brinquedos representam personagens de TV, reduzindo o poder de imaginação, deixando as crianças menos criativas. Cada vez mais substitui-se a brincadeira de rua pela tela de TV ou computador. Com isso as crianças estão tornando-se mais obesas e menos atentas.

O número de casos de disfunção bipolar infantil é 4 vezes maior que há 30 anos atrás, sem falar em outras doenças crescendo assustadoramente nessa faixa etária como diabetes, depressão, hipertensão. Os comerciais de Fast-food, brinquedos, roupas, até mesmo automóveis para os pais são feitos utilizando-se de profissionais como psicólogos e antropólogos, desviando o ciência para uma única direção: o lucro.

VEJA:


Veja também:

EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFANTIL

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Carta Aberta em Defesa da Ciência



Car@os Amig@s,

Acadêmicos de todo o mundo estão firmando uma carta aberta em defesa da ciência e da equipe do pesquisador francês Gilles-Eric Seralini, que publicou no mês passado os resultados de uma pesquisa que avaliou, em 200 ratos de laboratório, os efeitos de uma dieta contendo milho transgênico NK603, tolerante ao herbicida Roundup, com e sem o herbicida, bem como contendo o herbicida sozinho (ver Boletins 601 e 602).

Na carta, os cientistas resgatam o histórico de ataques e perseguições que, sistematicamente, têm sofrido todos os pesquisadores que desenvolvem experimentos para avaliar a segurança dos transgênicos (e de alguns agrotóxicos) para a saúde e o meio ambiente e tornam públicos resultados considerados inconvenientes para as indústrias de biotecnologia.

Citam o exemplo de Ignacio Chapela, que foi fortemente perseguido no meio acadêmico quando era professor na Universidade de Berkeley, nos EUA, e publicou na revista Nature uma pesquisa demonstrando a contaminação de variedades tradicionais de milho no México (centro de origem da espécie) por transgênicos (Quist e Chapela, 2001).

Mencionam também o caso do bioquímico Arpad Pusztai, que em 1998 foi forçado à aposentadoria pelo Instituto Rowett, um dos mais renomados da Grã-Bretanha, após divulgar efeitos do consumo de batatas transgênicas em ratos de laboratório (Ewen e Pusztai, 1999b). A equipe do pesquisador também foi dissolvida, os documentos e computadores confiscados, e ele foi proibido de falar com a imprensa (em seu livro e documentário “O Mundo Segundo a Monsanto”, a jornalista francesa Marie-Monique Robin descreve com detalhes este e outros casos).

A carta faz referência ainda à perseguição de Andrés Carrasco, Professor de embriologia Molecular na Universidade de Buenos Aires, após a divulgação de pesquisas demonstrando os efeitos do herbicida glifosato (princípio ativo do Roundup) em anfíbios (Paganelli et al., 2010). Carrasco chegou ao extremo de ter sua comitiva espancada durante uma palestra em La Leonesa, na província do Chaco, na Argentina.

Os cientistas também alertam para o fato de que comumente as críticas divulgadas nos meios de comunicação são enganosas ou falsas. Por exemplo, diz a carta, “Tom Sanders, do Kings College, em Londres, foi citado como dizendo: ‘esta cepa de rato é muito propensa a tumores mamários, particularmente quando a ingestão de alimentos não é restrita’ (Hirschler e Kelland, 2012). Mas ele deixou de dizer, ou desconhece, que a maioria dos estudos de alimentação realizados pela indústria, e pela própria Monsanto, usaram [os mesmos] ratos Sprague Dawley (por ex. Hammond et al., 1996, 2004, 2006; MacKenzie et al., 2007). Nestes e em outros estudos da indústria (por ex. Malley et al. 2007), o consumo de ração foi irrestrito.”

Os autores da carta ressaltam que comentários “equivocados” como esse de Sanders costumam ser amplamente difundidos no sentido de desqualificar as pesquisas que evidenciam os riscos dos transgênicos. Veja exemplos nativos no site do CIB.


Os cientistas criticam ainda os protocolos dos experimentos exigidos para a aprovação de transgênicos nos EUA e na Europa, que apresentam pouco ou nenhum potencial para detectar as suas consequências negativas (assim como é o caso da CTNBio no Brasil): “Os transgênicos precisam ser submetidos a poucos experimentos, poucos quesitos são examinados e os testes são conduzidos unicamente pelos requerentes da liberação comercial ou seus agentes. Além do mais, os protocolos normativos atuais são simplistas e baseados em suposições”. Segundo os cientistas, os desenhos experimentais das pesquisas conduzidas pelas empresas de biotecnologia não permitem detectar a maior parte das mudanças na expressão genética dos organismos resultantes do processo de inserção do transgene.

Para os autores da carta, embora os ensaios de alimentação bem conduzidos sejam uma das melhores maneiras para se detectar mudanças não previstas pelo processo de modificação genética, eles não são obrigatórios para a liberação comercial de transgênicos.

De maneira contundente e objetiva, os autores concluem que “quando aqueles com interesse tentam semear dúvida insensata em torno de resultados inconvenientes, ou quando os governos exploram oportunidades políticas escolhendo e colhendo provas científicas, comprometem a confiança dos cidadãos nas instituições e métodos científicos e também colocam seus próprios cidadãos em risco.”

Os autores da Carta Aberta convidam cientistas e acadêmicos a também assiná-la, o que pode ser feito enviando-se um email para isneditor@bioscienceresource.org com o título “Seralini letter”.

A íntegra da Carta Aberta está disponível em inglês na página eletrônica do Independent Science News.

A versão traduzida por Paulo Ramos para o português está disponível em nosso blog Em Pratos Limpos


Para entender acesse:


terça-feira, 2 de outubro de 2012

O Sumiço das abelhas



Cercado por laranjais e canaviais, o apicultor Sérgio Trevisan enfrenta há pelo menos cinco anos uma luta inglória. Em 2007, foi o primeiro round. “Era abelha morta por todo lado”, conta à reportagem de Unesp Ciência. A causa, ele e os outros apicultores da pequena Tabatinga, cidade da região de Araraquara, no interior paulista, conhecem muito bem: a pulverização aérea das lavouras com defensivos agrícolas conhecidos como neonicotinoides.

“Até entendo que o pessoal tenha necessidade de usar inseticida, mas eles precisam saber que o produto pulverizado por avião ou trator mata tudo quanto é inseto, não só as pragas”, afirma.

Considerados o que há de mais moderno em matéria de controle de insetos na agricultura, os neonicotinoides atacam o sistema nervoso desses bichos. Mas o produto acaba se espalhando pelo ar e se depositando nas flores, onde as abelhas coletam o néctar. “Parte delas morre na porta da colmeia, o restante não dá conta nem de chegar lá”, conta Trevisan.O apicultor procurou os órgãos sanitários e ambientais de Tabatinga, mas não conseguiu comprovar o motivo da tragédia que compromete o seu ganha-pão.

Em agosto passado, Trevisan foi atrás do biólogo Osmar Malaspina, do Centro de Estudos de Insetos Sociais da Unesp em Rio Claro, que estuda a ação desses inseticidas no cérebro das abelhas. Entre 2008 e 2010, Malaspina pesquisou a perda de 10 mil colmeias de Apis mellifera (abelhas africanizadas, com ferrão), mortas por inseticidas na região de Rio Claro. Seus resultados mostraram que em cerca de mil havia vestígios de neonicotinoides.

Segundo o pesquisador, casos como o de Tabatinga se repetem em cidades vizinhas como Brotas, Gavião Peixoto, Boa Esperança do Sul e Iacanga, onde há quase dez anos os fazendeiros lutam contra o “greening”, doença dos laranjais cujo vetor é um   inseto controlado com pulverizações aéreas ou feitas diretamente na planta. Outro agravante foi a proibição da queimada nas plantações de cana. O fogo, que antes afastava qualquer tipo de praga, foi substituído por agrotóxicos.

“Não sou contra o uso de inseticidas, mas devemos estabelecer uma política adequada para que não causem danos”, afirma o pesquisador. Diante das evidências que se acumulam no interior paulista e em outros Estados, ele foi chamado para assessorar o Ibama. Em julho deste ano,o órgão suspendeu temporariamente as aplicações dos neonicotinoides e começou a reavaliar seu uso nas lavouras de todo o país. Três representantes dessa classe de inseticidas estão sob suspeita: imidacloprido, tiametoxam e clotianidina (há ainda um quarto: o fipronil, pertencente a outra classe, a dos fenilpirazois). O primeiro a passar por reavaliação será o imidacloprido, o mais comercializado.

O objetivo dessa reavaliação é definir as medidas que precisam ser adotadas para reduzir os riscos. “Os fabricantes devem apresentar informações adicionais para podermos rever essa suspensão”, diz Marisa Zerbetto, coordenadora de controle ambiental de substâncias e produtos perigosos do Ibama. “É preciso considerar que a aplicação aérea, mesmo quando bem feita, exige muita técnica, sobretudo nos limites da área tratada, para não ocorrer a dispersão na mata nativa.”


A decisão segue diretrizes de políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente voltadas para a proteção de polinizadores, o que inclui abelhas, pássaros, borboletas, besouros e morcegos que auxiliam na reprodução das plantas. É também um alerta para a agricultura. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), as abelhas são responsáveis por pelo menos 70% da polinização das culturas que servem à alimentação humana. Seu desaparecimento levaria a perdas de mais de 200 bilhões de dólares por ano.

Segundo Ulisses Antuniassi, pesquisador da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu, no entanto, a medida do Ibama foi unilateral e mal recebida pelos agricultores. Antuniassi propôs recentemente uma escala de classificação de técnicas de aplicação de agrotóxicos para evitar a “deriva do produto”, ou seja, sua disseminação no ambiente, com a contaminação da água, do solo e do ar. “Do ponto de vista biológico, existe um problema que deve ser enfrentado nesse caso”, explica. “Mas antes de proibir um determinado ingrediente ativo é necessário um estudo do impacto no sistema produtivo.”

A decisão do Ibama baseou-se em iniciativas internacionais e em pesquisas realizadas no Brasil, inclusive as da Unesp de Rio Claro. “A maior parte dos produtos aplicados em lavouras de soja, milho, cana ou laranja é altamente tóxica para as abelhas”, afirma Malaspina. “O problema não é só o princípio ativo, mas a forma de manejo e aplicação.” Segundo ele, às vezes o inseticida é liberado apenas para uso direto na planta, mas os agricultores usam avião. Ou é aplicado em doses quatro ou cinco vezes maiores do que as indicadas e em épocas do ano inadequadas.

Para ler o documento completo veja:




Atualização em 22 de fevereiro 2013

Veja:
1.500 colônias de abelhas, a partir de uma comunidade no Hopelchen, Campeche, morreu esta sexta fevereiro da fumigação de OGM da Monsanto, em uma área próxima. Isso tem impactado diretamente mais de 50 famílias carentes, que recentemente sofreu uma safra de milho pobres devido à seca. A comunidade estava confiando em sua venda de mel orgânico para compensar a falta de milho. O mel actual deixada pelas abelhas também é perdido devido à contaminação de pesticidas e de pólen transgénico.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

OGM: O momento da verdade




Um estudo independente indica que ratos alimentados com milho geneticamente modificado têm uma taxa de mortalidade cinco vezes superior aos que foram alimentados com milho não OGM.





PARA ENTENDER MAIS


Transgênicos matam mais e causam até três vezes mais câncer em ratos, diz estudo
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/09/cientistas-franceses-poem-milho.html

O FIM DA DÚVIDA
http://aspta.org.br/2012/09/o-fim-da-duvida/

Cientistas pedem dados de estudo que liga transgênicos a câncer
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2012/09/cientistas-pedem-dados-de-estudo-que-liga-transgenicos-cancer.html

Equipe de Séralini rebate criticas
http://pratoslimpos.org.br/?p=4721




A legitimidade da crítica científica
http://aspta.org.br/campanha/a-legitimidade-da-critica-cientifica/

Artigo que “mostra” o surgimento de tumores em ratos provocado pelo consumo de milho geneticamente modificado carece de qualquer base científica.
http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-que-mostra-o-surgimento-de.html