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segunda-feira, 28 de maio de 2012

'Diário Oficial' publica justificativas de Dilma aos vetos do Código Florestal

Vale este - Código Florestal - versão 5 (Foto:  )
A presidente Dilma Rousseff justificou no "Diário Oficial da União" desta segunda-feira (28) os vetos parciais e modificações feitas no Código Florestal alegando “contrariedade ao interesse público e inconstitucionalidade” no projeto aprovado na Câmara.

Com o texto da lei ambiental, foi publicada ainda a Medida Provisória (MP) que torna mais rígidas as regras do novo Código Florestal. A medida visa suprir os vácuos deixados com os 12 vetos da presidente ao novo código.
Além dos vetos, o governo fez 32 modificações ao texto. Dilma vetou os artigos 1º, 43º, 61º, 76º e 77º e realizou vetos parciais em parágrafos e incisos dos artigos 3º, 4º, 5º e 26º.
Os vetos terão de passar pela análise dos parlamentares, em sessão conjunta da Câmara e do Senado e só podem ser colocados em pauta pelo presidente do Congresso, atualmente José Sarney. Não há prazo para serem votados. Para derrubá-los, é necessário o apoio de dois terços dos parlamentares. Desde a redemocratização, somente três vetos presidenciais foram rejeitados pelo Parlamento.
Já a MP tem até quatro meses para ser votada, sem perder a validade. Se aprovada na Câmara, vai ao Senado e, caso alterada, volta para a análise dos deputados.
Definição do Código Florestal
No artigo 1º, que define o objetivo do Código Florestal, a presidente alegou veto ao texto devido à ausência de precisão "em parâmetros que norteiam a interpretação e a aplicação da lei".
O texto da Câmara havia cortado itens apresentados no projeto do Senado que reconheciam as florestas e demais vegetações nativas como bens de interesse comum, com a reafirmação do compromisso de protegê-las, além de reconhecer a importância de conciliar o uso produtivo da terra com a proteção das florestas.

Descanso dos solos
Dilma vetou o inciso XI do artigo 3º, que trata sobre o pousio, prática de interrupção temporária de atividades agropecuárias para recuperar a capacidade de uso dos solos. Segundo a justificativa da Presidência, o inciso não estabelece um período de descanso da terra. Essa ausência, segundo o texto do "Diário Oficial", impede fiscalização efetiva sobre a prática de descanso do solo.

Apicuns, salgados e zonas úmidas
O parágrafo 3º do artigo 4º também foi vetado, segundo o "Diário Oficial". A regra não considerava apicuns e salgados (planícies salinas encontradas no litoral que são continuidade dos mangues) como Áreas de Preservação Permanente (APPs), e excluía ainda as zonas úmidas.

O texto da Câmara passava a considerar margem natural de rios a partir da borda da calha do leito regular (fio de água) e não mais o nível mais alto dos cursos d’água (zonas consideradas úmidas, mas que ficam inundadas nos períodos de cheia).

Segundo Dilma isso afetaria os serviços ecossistêmicos de proteção a criadouros de peixes marinhos ou estuarinos, bem como crustáceos e outras espécies.
Margens de rios em zonas urbanas
O despacho trouxe ainda o veto aos parágrafos 7º e 8º do artigo 4, que se referem à delimitação das áreas de inundação em rios localizados em regiões urbanizadas (cidades). De acordo com o projeto da Câmara, a delimitação seria determinada pelos Planos Diretores e Leis de Uso do Solo dos municípios.

De acordo com a justificativa de veto da Presidência, a falta de observação de critérios mínimos de proteção ambiental nessas áreas marginais (que evitariam construções de imóveis próximos a margens de cursos d’água, por exemplo) poderia afetar a prevenção de desastres naturais e proteção de infraestrutura.

Uso de reservatórios artificiais
Sobre a criação de parques aquícolas (criação de espécies aquáticas, como peixes, crustáceos e outros organismos) e polos turísticos em regiões próximas a reservatórios artificiais (barragens), o veto se refere ao possível “engessamento” do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial”. Entretanto, deixa em aberto a discussão sobre como melhor adequar essas atividades.

Desmate autorizado em florestas da União e dos municípios


Segundo justificativa da presidente Dilma para vetar os parágrafos 1º e 2º do artigo 26, que tratam da definição de quais áreas de preservação podem ser desmatadas de forma legal para uso alternativo do solo (como atividades agropecuárias), o projeto da Câmara aborda de forma “parcial e incompleta” essas normas.
De acordo com o "Diário Oficial", já existem regras disciplinadas sobre o assunto na Lei Complementar 140, de 8 dezembro de 2011.

A norma citada prevê cooperação entre os poderes municipal, estadual e federal na proteção de paisagens naturais, combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e flora, dando mais autonomia, por exemplo, aos governos estaduais e/ou municipais em ações que fiscalizam atividades ilegais de desmate ou caça.

Recomposição de bacias hidrográficas
No artigo 43, sobre a recuperação de Áreas de Preservação Permanente para empresas concessionárias de serviço de abastecimento de água e de geração de energia hidrelétrica, o veto se deu pois “o dispositivo impõe o dever de recuperar APPs em toda bacia hidrográfica em que se localiza o empreendimento e não apenas na área no qual este está instalado”. De acordo com o veto, “trata-se de obrigação desproporcional".

Recuperação das margens de rios


No artigo 61, que trata das regras de recomposição da vegetação nas beiras de rio, e que levantou polêmica no Congresso devido à possibilidade de anistia a quem desmatou antes de 22 de julho de 2008, o veto foi feito “devido à redação imprecisa e vaga, contrariando o interesse público e causando grande insegurança jurídica quanto à sua aplicação”.

De acordo com a publicação no Diário Oficial, o dispositivo “parece conceder uma ampla anistia” a quem desmatou de forma ilegal até 22 de julho de 2008. A justificativa da presidente Dilma afirma ainda que tal fato “elimina a possibilidade de recomposição de uma porção relevante da vegetação do país”.
Sobre a recomposição das margens de rios, a justificativa da presidente informa que ao incluir regras apenas para rios com até dez metros de largura, “silenciando sobre os rios de outras dimensões e outras APPs”, o texto do projeto da Câmara deixaria uma “grande incerteza” aos produtores brasileiros.
O despacho informa ainda que o texto da Câmara não levou em conta a desigualdade fundiária do país para estabelecer o tamanho das áreas para reflorestamento e informa dado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), apontando que 90% dos estabelecimentos rurais possuem até quatro módulos fiscais e ocupam apenas 24% da área rural do país.

Conservação dos biomas brasileiros

No artigo 76, sobre a criação de projeto de conservação e regeneração dos biomas brasileiros, como a Amazônia e o Cerrado, Dilma vetou alegando que o dispositivo fere o princípio da separação dos Poderes ao firmar prazo para que o Chefe do Executivo encaminhe ao Congresso Nacional proposição legislativa. No projeto da Câmara, previa-se que o governo teria prazo de três anos, a partir da publicação da lei, para elaborar proposta.

Impacto de empreendimentos no meio ambiente


Sobre a criação de um instrumento de apreciação do poder público para medir possíveis impactos ambientais na instalação de obras, denominado “Diretrizes de Ocupação do Imóvel”, apresentado no artigo 77 do projeto da Câmara, Dilma vetou alegando que o dispositivo foi aprovado sem que houvesse definição sobre seu conteúdo o que poderia causar "insegurança jurídica para os empreendedores públicos e privados”.

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/05/confira-justificativas-de-dilma-aos-vetos-do-codigo-florestal.html

Para saber mais:

MP que torna mais rígidas regras do Código Florestal é publicada
Medida visa suprir vácuos deixados por vetos ao Código Florestal.
http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/05/mp-que-torna-mais-rigidas-regras-do-codigo-florestal-e-publicada.html

Estações de tratamento não retiram agrotóxicos da água

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgou resultado de uma pesquisa (em 2007)  para avaliar o teor de contaminação por agrotóxicos em mananciais de água e estações de tratamento de água. Um dos coordenadores da pesquisa, o toxicologista Jefferson José Oliveira da Silva, disse à folha de dourados que em todas as amostras coletadas nos oito estados do país, foram encontradas substancias provenientes de agrotóxicos. Dourados foi uma das cidades onde foram coletadas amostras para a pesquisa de laboratório.

Segundo Jefferson, o objetivo da pesquisa era justamente detectar o grau de presença de agrotóxico na água potável de regiões “altamente agrícolas”, portanto, com grande utilização de agrotóxicos. Além disso, informou, a pesquisa deverá “subsidiar mudanças na portaria da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) que determina o controle de qualidade da água quanto à presença dessas substâncias”.

De acordo com o pesquisador em todos os estados pesquisados (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), a água coletada estava contaminada mesmo “depois de terem passado por todo processo de tratamento das estações” das empresas de saneamento.

Um dos fatores mais preocupantes do resultado da pesquisa é justamente a constatação de que nenhuma empresa de saneamento do país (incluindo a Sanesul), possui mecanismo para filtrar essas substancias tóxicas, que acabam nas residências da população, para o consumo; uma vez que maior parte da água consumida em Dourados é retirada do rio Dourados, cujas margens são ladeadas por plantações e para onde levam as chuvas os resíduos dos venenos lançados nas lavouras.

Segundo Jefferson, há uma grande diversidade de agrotóxicos utilizados no país, (“os agrotóxicos constituem um grupo de mais de 200 substâncias diferentes”), o que torna “inviável economicamente fazer a análise laboratorial. “A solução seria que cada região, de acordo com sua vocação agrícola e, portanto, com os agrotóxicos que costumam ser usados, analisasse um grupo específico de substâncias”, recomenda Jefferson.

Jefferson minimiza afirmando que “a quantidade de agrotóxico detectada está dentro de níveis aceitáveis, porque a luz do conhecimento atual não existe confirmação de que essas substâncias trazem algum problema de saúde nesses níveis de contaminação”, muito embora não arrisque afirmar que não haja risco para a saúde humana.

Segundo o relatório, os níveis de agrotóxicos encontrados na água após o tratamento, para o consumo humano, foram, na grande maioria das vezes, inferiores aos limites máximos hoje tolerados por organismos internacionais. “Mas, uma vez que os métodos de tratamento não eliminam os agrotóxicos, os níveis dessas substâncias na água podem aumentar ou diminuir de acordo com variáveis ambientais e econômicas. Por isso, é necessário um monitoramento contínuo da água”, alerta Jefferson Silva. “Nosso relatório técnico vai subsidiar a Funasa para mudanças na legislação”, adianta Jefferson.

Para o Iagro, órgão do Governo do Estado responsável pela fiscalização da utilização de agrotóxicos nas lavouras, é impossível saber exatamente quanto de veneno é jogado nas lavouras. Dalmo Henrique Franco da Silva, engenheiro agrônomo e fiscal do Iagro, disse que este controle só será feito a partir do ano que vem, quando estará operando um sistema de computador que fará o controle a partir das casas de revenda.

Segundo estimativa da secretaria Municipal de Agricultura Familiar cerca de 200 toneladas de embalagens vazias de agrotóxico são recolhidas todos os anos na Central de Recolhimento, o que deve corresponder a pelo menos um milhão e meio de litros de agrotóxicos jogados nas lavouras da região, todos os anos. Boa parte desse veneno deságua no rio Dourados e chega ás residências.

Fonte: http://www.folhadedourados.com.br/view.php?cod=2860


Para aprofundar:

Pesquisa diz que água tem agrotóxico
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/pesquisa-diz-que-agua-tem-agrotoxico.html?spref=fb


QUE ÁGUA ESTAMOS BEBENDO?
Até 13 metais pesados, 13 solventes, 22 agrotóxicos e 6 desinfetantes na água que você bebe
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/que-agua-estamos-bebendo.html

domingo, 27 de maio de 2012

Pesquisa diz que água tem agrotóxico





Colaboração:  Moyses Galvão Veiga

Para aprofundar:

QUE ÁGUA ESTAMOS BEBENDO?
Até 13 metais pesados, 13 solventes, 22 agrotóxicos e 6 desinfetantes na água que você bebe
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/que-agua-estamos-bebendo.html




Natureza - Integração com lavoura e floresta é o caminho da pecuária sustentável

No Link abaixo você terá acesso a terceira parte da reportagem  do Globo Rural - que investiga a relação entre a pecuária e o meio ambiente.

Natureza - Integração com lavoura e floresta é o caminho da pecuária sustentável:




"O consultor Washington Mesquita afirma que a área de pastagem poderia ser reduzida a um terço do que é com a pecuária intensiva. Essa área poderia ser disponibilizada para aumentar tanto a própria pecuária, quanto a agricultura. “O sistema intensivo é tecnicamente, economicamente e ecologicamente correto”, diz.

O "ecologicamente correto" está não só em evitar novos desmatamentos, como na redução do aquecimento global. É que reduzindo o tempo para o abate, são reduzidas também as emissões de gases e dejetos do animal"

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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dilma faz 12 vetos e 32 modificações ao novo Código Florestal

Info Código Florestal versão 3 - VALE ESTE (Foto: arte/G1)



A presidente Dilma Rousseff fez 12 vetos e 32 modificações ao novo Código Florestal, informaram nesta sexta-feira (25) os ministros da Advocacia Geral da União (AGU), do Meio Ambiente, da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. Para compensar os cortes e adequar o texto aos propósitos do Planalto, será editada uma medida provisória com ajustes e acréscimos.
O objetivo dos cortes e mudanças no texto aprovado no Congresso, de acordo com o governo, é inviabilizar anistia a desmatadores, beneficiar o pequeno produtor e favorecer a preservação ambiental. Os vetos ainda serão analisados pelo Congresso, que tem a prerrogativa de derrubá-los. O artigos vetados serão detalhados junto com o envio da MP na segunda-feira (28).

São 12 vetos, são 32 modificações, das quais 14 recuperam o texto do Senado Federal, cinco respondem a dispositivos novos incluídos e 13 são adequações ao conteúdo do projeto de lei", explicou Adams. O prazo para sanção do texto, que trata sobre a preservação ambiental em propriedades rurais, vencia nesta sexta.

Para ver a notícia completa acesse o link abaixo:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/05/presidente-dilma-vetou-12-artigos-do-novo-codigo-florestal.html

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Agronegócio, agrotóxico e “agrocâncer”


As consequências desse modelo, que se tornou hegemônico nos últimos dez anos, já apresentam resultados perversos para o meio ambiente, para a economia e para a saúde dos brasileiros


As três palavras acima não são mera propaganda. Nos últimos dez anos tomou conta da forma de produzir na agricultura brasileira, o chamado agronegócio. Ele é um modelo de produção de mercadorias agrícolas, subordinado agora aos interesses do capital financeiro e das grandes empresas transnacionais. Aliados aos fazendeiros brasileiros, que entram com a natureza.

Nesse modelo, o capital financeiro entra com o capital. Do valor bruto de produção agrícola ao redor de 160 bilhões de reais, os bancos entram com aproximadamente 110 bilhões todos os anos, financiando a compra dos insumos e cobrando os juros, sua parte na mais-valia agrícola. E as empresas transnacionais fornecem os insumos agrícolas, máquinas, fertilizantes químicos e, sobretudo, os venenos agrícolas. A produção agrícola depois se destina ao mercado mundial, as chamadas commodities agrícolas.

Esse modelo construiu então uma forma de produzir, uma matriz tecnológica que combina grande propriedade, que vai aumentando a escala de produção a cada ano, monocultivo, se especializando num só produto de exportação, mecanização intensiva, pouco emprego de mão-de-obra direta e uso intensivo de venenos agrícolas. As conseqüências desse modelo que se tornou hegemônico nos últimos dez anos, e que atua independente de tudo, já apresentam seus resultados perversos, para o meio ambiente, para a economia brasileira, para o rendimento econômico dos próprios fazendeiros e, sobretudo para a saúde dos brasileiros.

Em termos econômicos, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), esse padrão de exploração econômica levou a uma matriz básica de custo de produção, em que os fazendeiros capitalistas brasileiros gastam em média, 24% com fertilizantes químicos, quase todos importados, 15% de todo capital investido em venenos, e mais 6% em sementes transgênicas. Pagam em média 2% de royalties para as empresas de sementes, totalizando 47% de todo seu custo. E gastam apenas 4% com mão-de-obra de trabalhadores rurais brasileiros e ficam, no final, com 13% de lucro. Ou seja, a conta é clara. Nossa agricultura está totalmente subordinada aos interesses do capital financeiro e estrangeiro e transfere a eles a maior parte do valor de produção.

Os resultados no meio ambiente são catastróficos. Hoje 80% de todas as terras cultivadas são utilizadas no monocultivo da soja/milho, cana de açúcar, algodão e na pecuária extensiva. Isso tem gerado um desequilíbrio da biodiversidade na natureza, que se agrava com aplicação dos venenos agrícolas, que matam tudo.

Com essa destruição da biodiversidade pelo monocultivo e pela aplicação dos venenos se gera um desequilíbrio também no regime das chuvas e nas condições climáticas de todo território brasileiro. Essa é a razão fundamental da ocorrência mais freqüente de secas mais duras e de enchentes mais torrenciais em todas as regiões do país.

Também se percebe as conseqüências na saúde humana e animal. O Brasil se transformou no maior consumidor mundial de venenos agrícolas. Consumimos sozinhos 20% de todos os venenos do mundo. As dez maiores empresas mundiais produtoras de venenos, que começaram na primeira e segunda guerra mundial produzindo bombas químicas, agora produzem venenos. São elas: Sygenta, Bayer, Basf, Dow, Monsanto, Dupont, Makhteshim (de Israel) Nufarm (Austrália) e Sumimoto e FMC (Japão). São todas empresas transnacionais que controlam os venenos no mundo e aqui no Brasil. Os fazendeiros gastaram 7,3 bilhões de dólares comprando venenos nessas empresas.

Os venenos, por serem de origem química, não se degradam na natureza. Eles matam os insetos, as bactérias no solo, afetam a fertilidade, contaminam as águas subterrâneas, contaminam as chuvas - muitos desses venenos secantes evaporam e ficam na atmosfera e depois retornam com as chuvas. E contaminam os alimentos que as pessoas consomem.

No organismo das pessoas estes venenos geram todo tipo de distúrbio, vão se acumulando, afetam órgãos específicos, até produzirem câncer com a destruição das células.

O Instituto Nacional do Câncer tem denunciado e o Brasil de Fato repercutido que no país devem ocorrer ao redor de um milhão de novos casos de câncer por ano. A maior parte deles originários de alimentos com agrotóxicos. Destes, se diagnosticados com tempo, os médicos podem salvar 40%. Portanto, estamos diante da iminência de um verdadeiro genocídio provocado pelos agrotóxicos: o “agrocâncer”. Inclusive o câncer de mama, agora aparece entre mulheres de todas as idades e tem entre suas causas principais os agrotóxicos!

Isso e muito mais foi agora denunciado por um extenso e profundo relatório produzido pela Associação Brasileira de Pós Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco). O documento alerta para os riscos e conseqüências que o uso generalizado de venenos agrícolas está provocando na saúde dos brasileiros.

O Brasil de Fato publica matérias – leia nas páginas 4, 5 e 6 – sobre estas graves questões que a chamada grande imprensa, macomunada com os interesses do agronegócio e das empresas de venenos, silenciou.

Somamo-nos, assim, à Campanha Nacional Contra o uso de Agrotóxico e pela Vida que reúne mais de 50 entidades nacionais da sociedade brasileira, em sua missão permanente de conscientizar a população, os verdadeiros agricultores, as entidades e os parlamentares para que se ponha um fim ao uso de venenos em nosso país. E que, sobretudo, se penalize as empresas transnacionais fabricantes. Essas empresas deveriam, inclusive, serem obrigadas a pagar ao SUS o custo do tratamento do câncer e de outras enfermidades comprovadamente originarias do uso de venenos em nossa alimentação.


Para saber mais:

Estudo mostra que uso de agrotóxicos pode mudar o comportamento de gerações futuras
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/estudo-mostra-que-uso-de-agrotoxicos.html

terça-feira, 22 de maio de 2012

Estudo mostra que uso de agrotóxicos pode mudar o comportamento de gerações futuras


O estudo americano feito com ratos apontou que apenas uma exposição de uma fêmea, que esperava filhotes, a um fungicida usado em frutas e verduras era suficiente para ter consequências sobre a terceira geração de filhotes, mesmo que eles crescessem longe de agrotóxicos.

 A geógrafa e professora da Universidade de São Paulo, Larissa Bombardi, explicou o resultado da pesquisa.






Fonte: http://noticias.r7.com/jornal-da-record-news/2012/05/21/estudo-mostra-que-uso-de-agrotoxicos-pode-mudar-o-comportamento-de-geracoes-futuras/

Leia  também a notícia abaixo:

Redação Internacional, 21 mai (EFE).- O contato com elementos ambientais tóxicos pode influir na resposta de futuras gerações ao estresse e causar desordens de conduta, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos com ratos.

O estudo, realizado por pesquisadores das universidades de Washington e do Texas, comprovou que apenas uma exposição de fêmeas que esperavam filhotes a um fungicida utilizado em frutas e verduras, a vinclozolina, tinha consequências sobre a conduta da terceira geração de seus descendentes, apesar deles terem sido criados livres do agrotóxico.

Segundo os resultados do estudo, publicado nesta segunda-feira na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)", estes roedores se mostraram mais sensíveis às situações de estresse e experimentaram uma maior ansiedade do que os descendentes de ratos que não tiveram contato com o fungicida.

"Estamos atualmente na terceira geração humana desde o começo da revolução química, desde que os humanos ficaram expostos a estes tipos de toxinas", afirmou um dos autores da pesquisa, David Crews.

Até o momento, não se sabia que a resposta ao estresse pudesse depender dos fatores ambientais dos antepassados. Mas os mesmos pesquisadores já tinham demonstrado anteriormente que a vinclozolina podia afetar os genes.
Segundo o estudo, a socialização do indivíduo e os níveis de ansiedade com os quais ele reage perante ao estresse são condicionados não só pelos eventos de sua vida mas também pela herança ancestral epigenética (mudanças genéticas causadas por fatores externos ao organismo).

"Não há dúvida de que assistimos a um aumento real de problemas mentais como o autismo e o transtorno bipolar", declarou Crews, que opinou que isto não se deve apenas a vivermos num mundo mais frenético, mas também pelo efeito dos fatores ambientais.

Em seu estudo, os investigadores também observaram que os ratos cujos antepassados estiveram expostos à vinclozolina eram maiores e tinham níveis de testosterona mais altos.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/uso-agrot%C3%B3xicos-pode-alterar-comportamento-gera%C3%A7%C3%B5es-futuras-201609404.html

Para saber mais:

Ligação entre o Mal de Parkinson e pesticidas é oficialmente reconhecida na França
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/ligacao-entre-o-mal-de-parkinson-e.html?spref=fb

O Veneno esta na mesa - Filme de Silvio Tendler
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/09/o-veneno-esta-na-mesa-de-silvio-tendler.html

Programa De Frente Com Gabi - OS PESTICIDAS COMO FATOR DE RISCO PARA A CARCINOGÊNESE.
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/04/programa-de-frente-com-gabi-os.html

Pesquisa aponta aumento de danos no DNA de viticultores
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/11/pesquisa-aponta-aumento-de-danos-no-dna.html

Regiões agrícolas com forte uso de agrotóxicos têm mais suicídios e mortes por câncer
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/06/regioes-agricolas-com-forte-uso-de.html

Vestígio de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/vestigio-de-pesticida-e-encontrado-em.html

Depressão, suicídios e agrotóxicos organofosforado - 1
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/11/depressao-suicidios-e-agrotoxicos.html

O herbicida Roundup é perigoso, inclusive em doses mínimas, segundo estudo
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/03/o-herbicida-roundup-e-perigoso.html

Roundup da Monsanto herbicida mais vendido associada à infertilidade
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/01/roundup-da-monsanto-herbicida-mais.html

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Ligação entre o Mal de Parkinson e pesticidas é oficialmente reconhecida na França


wheeler-parkinson_s-prv
É um passo adiante no reconhecimento das doenças ocupacionais dos agricultores. Na segunda-feira, 07 de maio, entrou em vigor um decreto que reconhece o Mal de Parkinson como doença ocupacional e estabelece explicitamente um nexo de causalidade entre a doença – segunda maior doença neurodegenerativa na França depois do Alzheimer – e a utilização de pesticidas.

A reportagem é de Angela Bolis e está publicada no jornal francês Le Monde, 09-05-2012. A tradução é do Cepat.

Um passo a mais porque nessa área, em reinava até agora a lei do silêncio, a tomada de consciência dos efeitos dos produtos fitossanitários sobre a saúde dos agricultores apenas está começando a emergir. E a dar os seus frutos. Em fevereiro, a vitória de um produtor de grãos, Paul François, que havia movido um processo contra a gigante norte-americana Monsanto, abriu um precedente na França. A empresa foi julgada responsável pela intoxicação do produtor através da inalação quando estava limpando o tanque de seu pulverizador de herbicidas, o Lasso – retirado do mercado em 2007, na França. Os riscos do uso deste herbicida já eram conhecidos há mais de 20 anos.

Alguns dias mais tarde, já eram dezenas de produtores a se manifestar no Salão da Agricultura, em frente à estante da União das Indústrias da Proteção das Plantas (UIPP). Suas reivindicações: a classificação de doenças relacionadas ao uso de pesticidas em doenças ocupacionais e a retirada de produtos perigosos.

No dia 30 de abril, foi outra decisão, aquela da Comissão de Indenização das Vítimas de Infração (Civi) de Epinal, que veio trazer água para o moinho: naquele dia, o Estado foi condenado a indenizar um produtor de grãos de Meurthe-et-Moselle que sofre de uma síndrome mieloproliferativa. Inicialmente reconhecida como doença profissional, a patologia foi então associada pela Civi ao uso de produtos que continham especialmente benzeno.

Um decreto “ansiosamente aguardado”

Nesta paisagem que lentamente começa a evoluir, o decreto sobre o reconhecimento do Mal de Parkinson foi, portanto, “ansiosamente aguardado”, observa Guillaume Petit. O agricultor pertence à Associação de Fitovítimas, criada em março de 2011, e com a qual Paul François foi um dos primeiros a quebrar o silêncio, atacando a Monsanto. Ele esperou quatro anos para ter sua doença reconhecida como doença ocupacional. “Quantos veem seu pedido negado? Quantos inclusive chegam a abandoná-lo devido às dificuldades?”, perguntou após a criação desta Associação.

A inclusão do Mal de Parkinson nas listas de doenças ocupacionais do sistema agrícola facilitará, portanto, os esforços para os agricultores em quem esta doença será diagnosticada em menos de um ano após a utilização dos pesticidas – o texto não especifica quais. “É um reconhecimento oficial que já é importante em termos simbólicos”, observa Guillaume Petit. “Mas também é um caminho para o agricultor ser apoiado financeiramente, no caso de incapacidade de continuar trabalhando”.

Em 10 anos, cinco doenças ligadas aos pesticidas são reconhecidas

Até agora, de acordo com Yves Cosset, médico do trabalho e assistente nacional de saúde do Mutual de Saúde dos Agricultores (MSA), apenas 20 casos do Mal de Parkinson foram relatados aos comitês de reconhecimento de doenças ocupacionais em uma década. Dez foram aceitos e outros 10 rejeitados. No mesmo período, apenas quatro ou cinco casos da doença foram oficialmente reconhecidos como causados por pesticidas.

No total, são 4.900 doenças que são reconhecidas a cada ano como doenças profissionais entre os agricultores. Mais de 90% são TMS (distúrbios osteomusculares); os demais casos estão relacionados principalmente aos animais e ao pó de madeira ou amianto, de acordo com Yves Cosset.

Nas listas de doenças ocupacionais do sistema agrícola, há, por exemplo, a doença de Lyme – causada por carrapatos –, tétano ou hepatite. Mas também algumas doenças relacionadas aos produtos fitossanitários. É particularmente citado, desde 1955, o arsênico, responsável por vasta gama de doenças – irritação, intoxicação ou câncer. Ou ainda o benzeno, classificado como cancerígeno, e o pentaclorofenol (PCP), proibido como pesticida desde 2003.

Mas, lembra Yves Cosset, “estas listas estão evoluindo com o conhecimento da ciência. No entanto, a maioria das doenças relacionadas aos pesticidas vai ocorrer em intervalos diferentes, dez, vinte, até trinta anos após o início da sua utilização. Na medicina do trabalho, começou-se a falar do amianto na década de 1960 e este produto só foi mencionado nestas listas em 1998 para os cânceres. Por conseguinte, não é de excluir que outras doenças possam surgir e sejam reconhecidas em anos futuros…”.

Nota:

Após a divulgação desta reportagem no grupo Liberdade Fraterna no Facebook http://www.facebook.com/groups/cgazzola/268403849924985/?notif_t=group_comment  uma integrante do mesmo - Glaucia Castro da Silva - postou o seguinte comentário:

Glaucia Castro Silva -  tenho uma sobrinha de 28 anos , linda , bela , ex rainha estudantil ,formada em pedagogia , ja na cadeira de rodas pela Sindrome de Parkinson... Os medicos ja haviam confirmado este causador , pesticidas que poderia ser ... morava na fazenda e esteve em contato com lavouras de tomate quando pequena... hj se degenerando a cada segundo... muito triste... obrigada pela informação... está a espera de celulas tronco... beijos.

Glaucia Castro Silva Sinta-se a vontade para copiar e colocar pra mim sem omitir nomes... fico vendo ela , lindos olhos azuis , jovem , ex rainha da beleza... hj totalmente dependente a espera de um experimento de celulas tronco e sofrimento da familia é muito grande...sem palavras... beijos iluminados.





Artigo original - Le lien entre la maladie de Parkinson et les pesticides officiellement reconnu


Para saber mais acesse:

Rede de Médicos combate expansão de agrotóxicos e divulga informações que governos e empresas encobrem
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/04/rede-de-medicos-combate-expansao-de.html

Lobby impede agentes de saúde de registrar contaminações por agrotóxicos
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/04/lobby-impede-agentes-de-saude-de.html

Agrotóxicos: UMA Agricultura da Morte
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/04/agrotoxicos-uma-agricultura-da-morte.html

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Código Florestal exige decisão que poderá definir o governo de Dilma Rousseff

Dilma Rousseff está enfrentando um dos momentos definidores de sua presidência, à medida que cresce a pressão para que ela vete um projeto de lei que abriria vastas áreas protegidas de florestas para agricultura e pecuária, potencialmente revertendo os grandes ganhos conseguidos pelo Brasil na contenção do desmatamento da Amazônia.

A reportagem é de Simon Romero, publicada pelo The New York Times e reproduzida pelo Portal Uol, 17-05-2012.

O Código Florestal, que o Congresso aprovou em abril a pedido dos poderosos grupos agrícolas, é um esforço para revisar a legislação de 47 anos que fornece proteção às florestas. O projeto de lei despontou como um assunto altamente sensível para Dilma antes da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que será realizada aqui no mês que vem.

O projeto de lei daria anistia aos proprietários de terras que desmataram áreas ilegalmente antes de 2008, provocando a ira dos ambientalistas. Se a legislação entrar em vigor, ela permitirá aos proprietários de terras na Amazônia reduzir a cobertura obrigatória de floresta de 80% para 50%, o que poderia levar a uma perda de aproximadamente 77 milhões de hectares de floresta, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do governo.

O ingresso do Código Florestal na agenda da presidente ocorre em um momento delicado para o governo brasileiro, o forçando a examinar suas alianças com os partidos que apoiaram o projeto de lei. O Brasil já enfrenta escrutínio devido aos seus planos para imensos projetos de energia na Amazônia, que foram defendidos por Dilma. Recentemente ocorreram distúrbios de operários em alguns dos canteiros de obras de hidrelétricas, enquanto greves atrasaram as obras do maior projeto hidrelétrico do Brasil, a usina de Belo Monte.

“O Brasil não pode dar esse passo para trás”, disse Marina Silva, a ex-ministra do Meio Ambiente e candidata presidencial, em uma entrevista. “Obviamente, dar anistia para aqueles que destruíram florestas aumenta o risco de novo desmatamento.”

Igualmente veementes em seu apoio ao código estão os “ruralistas” do Brasil, legisladores que representam os interesses agrícolas. Eles argumentam que o novo Código Florestal é necessário para apoiar a economia do Brasil, que extrai sua força da exportação de produtos agrícolas como carne bovina, soja, açúcar e carne de frango.



Katia Abreu, uma senadora que representa o Estado do Tocantins e é presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, atacou os grupos ambientais internacionais que têm pedido que Dilma vete o projeto de lei. “Há ONGs por aí que estão comprometidas com seus países de origem, particularmente da Europa”, disse Katia Abreu, se referindo às organizações não governamentais e descrevendo as ações delas como uma “tentativa de paralisar o crescimento do agronegócio brasileiro”.

Mas outras vozes proeminentes no Brasil, que possui cerca de 40% das florestas tropicais do mundo, se manifestaram contra o novo Código Florestal, incluindo a Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, duas das principais entidades científicas do país. A revolta contra o código se espalhou para a cultura popular. Exemplificando o sentimento na indústria do entretenimento, a atriz Camila Pitanga quebrou o protocolo em um evento neste mês, pedindo para Dilma, que estava presente, que vetasse o código. O vídeo da declaração de Camila Pitanga se espalhou rapidamente pelas redes sociais por todo o Brasil. (http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/camila-pitanga-pede-veta-dilma-em.html)

Surpreendendo parte dos ruralistas, o apoio ao veto também surgiu entre alguns líderes empresariais de São Paulo, a capital dos negócios do Brasil. O “Valor Econômico”, o principal jornal financeiro do país, comparou o momento à batalha em torno da reforma da saúde do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chamando a escolha de Dilma de “uma daquelas decisões que definem um governo”.

“Este projeto de lei deixa o Brasil na Idade Média”, disse Paulo Nigro, presidente da Tetra Pak Brasil, uma empresa de embalagens cartonadas, que foi um dos vários líderes empresariais proeminentes de São Paulo citados pelo “Valor” como expressando sua oposição ao Código Florestal.

Ainda assim, a consternação em alguns setores com a aprovação do código, semanas antes de milhares de ambientalistas virem para a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável, chamada Rio+20, aponta para uma mudança importante na política brasileira, ilustrada pela ascensão do poder dos ruralistas.

Esse bloco de votação de mais de cem legisladores se irritou com a afirmação de Dilma, durante sua campanha para a presidência em 2010, de que ela não apoiaria legislação que concedesse anistia ao desmatamento ilegal. Os ruralistas também atraíram legisladores do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), um pilar da coalizão de Dilma, para apoio ao Código Florestal.

“É embaraçoso para o país sede da Rio+20 enfrentar esse tipo de situação”, disse David Fleischer, professor emérito de ciência política da Universidade de Brasília. “Mas Dilma também subestimou os ruralistas, que estão mostrando sua força”, disse Fleischer.



A bancada de legisladores adiou outra votação no Congresso neste mês, de um projeto de lei que busca eliminar a exploração contemporânea de quem trabalha em condições quase de escravos no Brasil. Os ruralistas são contrários à expropriação das terras onde essas condições forem encontradas.

Em relação ao Código Florestal, os legisladores que o apoiam também alegam que o código é necessário para impedir que os preços dos alimentos subam no Brasil. Mas agrônomos e economistas responderam que a agricultura pode expandir facilmente ao incorporar terras atualmente utilizadas como pasto em vez de desmatar novas áreas.

Os temores de um retrocesso na proteção das florestas surgem após a repressão ao desmatamento ilegal e a maior fiscalização das leis ambientais terem reduzido o ritmo do desmatamento na Amazônia brasileira ao nível mais baixo desde que o governo começou a monitorá-lo, em 1988.

Dilma, que tem até o dia 25 para tomar uma decisão, não comentou publicamente se vetará o código. Mas importantes autoridades, incluindo Mendes Ribeiro Filho, o ministro da Agricultura, sinalizaram que partes do código são inaceitáveis, sugerindo que uma opção seria o veto a parte do código.

Mas cientistas e juristas dizem que um veto parcial deixaria partes da lei inaplicáveis, o que também criaria brechas potenciais para que áreas próximas de rios sejam destruídas. “O projeto de lei inteiro tem que ser vetado”, disse Marina Silva, a ex-ministra do Meio Ambiente.

Fonte: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/509606-codigo-florestal-exige-decisao-que-podera-definir-o-governo-de-dilma-rousseff

quarta-feira, 16 de maio de 2012

terça-feira, 15 de maio de 2012

APROVADA A LEI DA AGROECOLOGIA NO ESTADO DO PARANÁ



Mobilização Popular e pressão  da Oposição derrubam veto de Beto Richa

A mobilização popular e a pressão da bancada da Oposição resultou na derrubada do veto do governador Beto Richa ao projeto de lei nº 403/11, do deputado Elton Welter (PT), que incentiva a implantação de um sistema de produção agroecológica pelos agricultores familiares no Paraná.

O recuo do governador e de sua bancada aliada aconteceu nesta terça-feira,15, depois que um manifesto foi lançado a favor da Agroecologia no Paraná,por entidades,sociedade civil e agricultores que criticavam duramente o argumento utilizado pelo governador para vetar o projeto, qualificado de inconstitucional e contrário ao interesse público.

Tal justificativa foi considerada pelo manifesto “descabida, inoportuna e parcial, pois atribui importância somente ao agronegócio e ignora o papel da agricultura familiar, enquanto produtora de 70% dos alimentos consumidos pela população”.

Para a líder da bancada do PT, deputada estadual Luciana Rafagnin, a derrubada do veto é uma vitória das entidades da agricultura familiar, dos movimentos sociais e do autor do projeto, deputado Welter, que se uniram na defesa do meio ambiente, da qualidade de vida e do real interesse público do povo paranaense. “Agora o Paraná terá uma lei especifica que fomente a produção de alimentos sem agrotóxicos.”

Autor do projeto, deputado estadual Elton Welter(PT), comemorou o resultado da votação e atribuiu a vitória à mobilização das entidades ligadas à Agroecologia. “Quem avaliou o veto e o encaminhou para a Assembleia não teve prudência, a matéria já tinha recebido parecer favorável da Secretária Estadual do Meio Ambiente e da Secretaria Estadual da Agricultura. Agora eles perceberam o equívoco que cometeram”, ironizou o líder da Oposição.

Ainda segundo Welter, a manutenção do veto colocaria o Paraná na contramão da história, exatamente no momento em que o governo federal deve anunciar na Rio+20, em junho, a Política Nacional de Agricultura Orgânica e Agroecológica.



O projeto propõe a alteração nos processos de produção de alimentos, com a conversão para os sistemas agroecológicos, para garantir uma política mais conservacionista, inclusive sobre à proteção da qualidade hídrica dos cursos d’água, diminuindo as ações com a utilização de produtos químicos.

Dados do Censo Agropecuário de 2006 comprovam a importância da agricultura familiar, produtora da maior parte dos alimentos consumidos no país, sendo responsável por 87% da produção de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo e, na pecuária, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves e 30% dos bovinos.

Conheça o projeto na íntegra:
http://welter.org.br/projetos/post/2657

As informações são do deputado Welter publicado no grupo - O veneno esta na mesa 

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Venda 'casada' de produtos, manejo inadequado do solo e aplicações 'preventivas' geram excessos


Só comprar com base em dignóstico feito a campo. Se esta regra, aparentemente simples, fosse seguida pelos produtores, provavelmente o Brasil conseguiria reduzir os índices do comércio local de agrotóxicos e, quem sabe, não mais liderar o ranking mundial de comercialização destes produtos. ''Hoje, muitos antecipam a aplicação para não se arriscar e acabam pecando pelo excesso'', aponta o engenheiro agrônomo, Luiz Antonio Odenath Penha, pesquisador do Instituto Agrônomico do Paraná (Iapar) na área de fitotecnia.

Ele revela que uma prática comum tem sido a compra de insumos na forma de ''pacote''. ''No momento em que o produtor adquire as sementes e o fertilizante, já lhe são oferecidos, a um menor custo, o herbicida, o fungicida e o inseticida, com base em experiências de anos anteriores. Quer dizer, os produtos são indicados com base em probabilidade e não em realidade. É uma forma de as empresas garantirem a venda.'' Com os produtos em mãos, várias situações podem induzir o agricultor ao uso exagerado ou mesmo desnecessário do produto.

Uma das possibilidades apontadas pelo pesquisador é a baixa infestação por determinado tipo de praga, como lagarta, em apenas uma área da lavoura, que não compensaria o uso de veneno. ''Mas o produtor, prevendo que em determinada época pode acontecer uma grande infestação, ou temendo períodos de chuva, que invibializam a aplicação de defensivos, opta pela utilização preventiva'', explica Odenath. Outra situação é o uso de sementes melhoradas, mais produtivas, porém com menos mecanismos de defesa. ''Por isso trabalhamos para desenvolver variedades mais produtivas, mas que também tenham boa resistência e tolerância às doenças'', observa o agrônomo.

A luta para diminuir o uso de agrotóxicos também esbarra em questões culturais ligadas ao manejo da propriedade. ''Quando não há rotação de culturas, o risco da ocorrência de pragas e doenças é potencializado. Como os produtores 'se especializam' em determinadas culturas tradicionais e têm toda a estrutura montada para produzi-las, não se arriscam em outras. Além disso, há a questão comercial. Os preços superiores de determinados produtos fazem com que o produtor aposte sempre nas mesmas culturas.''

Fonte: http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--2000-13/05/2012

Para saber mais:

PR é 3º maior consumidor de defensivos químicos do País
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/pr-e-3-maior-consumidor-de-defensivos.html

PR é 3º maior consumidor de defensivos químicos do País


O processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos. O alerta foi feito dias atrás pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), que divulgou dossiê sobre os impactos destes produtos na saúde. De acordo com o estudo, o Paraná ocupa o terceiro lugar entre os estados que mais consomem agrotóxicos, perdendo apenas para Mato Grosso e São Paulo.

Baseado em dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Observatório da Indústria dos Agrotóxicos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o dossiê informa que nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, enquanto o mercado brasileiro, no mesmo período, registrou um crescimento de 190%. Há quatro anos o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de insumos químicos.

Na última safra, que envolve o segundo semestre de 2010 e o primeiro semestre de 2011, o mercado nacional de agrotóxicos movimentou 936 mil toneladas de produtos, sendo 833 mil toneladas produzidas no País e 246 mil toneladas importadas. ''O Brasil já é o quarto maior importador mundial de agrotóxicos e consome um quinto de toda a produção mundial'', informa o coordenador do observatório da UFPR, Victor Pelaez Alvarez.

O coordenador não pode revelar o volume de produção do Estado, mas informa que há seis empresas de insumos químicos agrícolas instaladas no Paraná. ''Só no segundo semestre de 2010 e primeiro semestre de 2011 foram comercializadas 104 mil toneladas de produtos formulados (prontos para uso), o que equivale a 13% do total vendido no país'', detalha Alvarez.

O engenheiro agrônomo João Miguel Toledo Tosato, fiscal estadual da Área de Fiscalização de Agrotóxicos e Afins da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), confirma o aumento do consumo de produtos químicos nas lavouras paranaenses e aponta o abandono de práticas alternativas de controle de pragas, como o manejo integrado, como uma das causas do problema. Tosato ressalta que a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) procura controlar o comércio, a prescrição e o uso de agrotóxicos, fiscalizando estabelecimentos comerciais, as receitas prescritas e as propriedades rurais.

O agrônomo também destaca que a Seab, em conjunto com o Crea e Companhia de Informática do Paraná (Celepar), desenvolveu e utiliza uma ferramenta inédita no Brasil, que é o Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Estado do Paraná (Siagro), um banco de dados formado a partir das informações de vendas e receitas agronômicas, com o objetivo de mapear o uso dos agrotóxicos no Estado. Tosato reconhece, porém, que um controle mais efetivo depende de um número maior de fiscais. Atualmente a Seab conta com 12 engenheiros agrônomos na sede, em Curitiba, e outros 43 para atuar como fiscais de campo, em mais de 350 mil propriedades.

Fonte:http://www.folhaweb.com.br/?id_folha=2-1--1999-20120513

Para saber mais:

Venda 'casada' de produtos, manejo inadequado do solo e aplicações 'preventivas' geram excessos
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/venda-casada-de-produtos-manejo.html


Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/um-terco-dos-alimentos-consumidos-pelos.html

Programa De Frente Com Gabi - OS PESTICIDAS COMO FATOR DE RISCO PARA A CARCINOGÊNESE.
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/04/programa-de-frente-com-gabi-os.html

O Veneno esta na mesa - Filme de Silvio Tendler
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/09/o-veneno-esta-na-mesa-de-silvio-tendler.html


sexta-feira, 11 de maio de 2012

PROJETO DE AGROECOLOGIA É VETADO POR RICHA


Parabéns ao deputado Elton Welter pelo projeto!


Será que os deputados que aprovaram o projeto irão manter a coerência e derrubarão o veto?

Ou irão contra a lei que eles mesmos aprovaram?

A sociedade esta de olho!





Para saber mais:

A LEI DA AGRAECOLOGIA E O VETO DO GOVERNADOR
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terça-feira, 8 de maio de 2012

A LEI DA AGRAECOLOGIA E O VETO DO GOVERNADOR









Seu Antonio era um típico agricultor familiar da região norte do estado do Paraná.

A exemplo de muitos agricultores cuidava da terra sem utilizar  agrotóxicos até que um determinado dia através da rede oficial de assistência técnica do estado o agrotóxico entrou em sua vida.

Curiosamente primeiro veio os venenos agrícola  e depois e muito depois os equipamentos de proteção.

Para produzir a partir de então era necessário o uso dos venenos agrícolas, sementes híbridas e muita adubação química.

Seu Antonio não havia procurado a assistência e tão pouco estava com dificuldades de produzir – mas, porém, a assistência oficial  e a as linhas de crédito o procurou e  impôs um novo modelo de produção.

Isto foi na década de 80.
                                              

O breve relato acima é uma história verídica que se reproduziu no Brasil todo onde com o apoio oficial os produtores foram convertidos em “dependentes químicos”  de forma a não mais produzir sem o uso de agroquímicos.

Muitos produtores foram convencidos a usar agrotóxicos e não foram preparados  ou treinados para se protegerem  ou em outras palavras sem nenhuma proteção.


Segundo FLORES et all 2004:

• No Brasil, a partir de 1970, a produção agrícola sofreu grandes transformações. A política de estímulo do crédito agrícola, associada às novas tecnologias, impulsionou várias culturas, principalmente destinadas à exportação. Pacotes tecnológicos ligados ao financiamento bancário obrigavam os agricultores a adquirir insumos e equipamentos, muitas vezes desnecessários. Entre os insumos, estavam os pesticidas, que eram recomendados para o controle de pragas e doenças, como método de resguardar o potencial produtivo das culturas. Esse método obrigava aplicações sistemáticas de pesticidas, mesmo sem ocorrência das pragas, resultando em pulverizações excessivas e desnecessárias (RUEGG et al., 1991 apud Flores et all 2004).


O resultado foi morte e intoxicação de agricultores além de contaminação ambiental e dos alimentos – ou seja, verdadeiro  crime ambiental e atentado a saúde do trabalhador e consumidor – COM O APOIO OFICIAL DO ESTADO.

Para compreender  um pouco  o que esta sendo colocado acima veja  o conteúdo do link abaixo -  EM 25 ANOS ... O QUE MUDOU?



Vamos recordar sobre o uso dos organoclorados que entrou na vida de milhões de pessoas com o apoio oficial do estado e depois se descobriu que é cancerígeno, provoca partos prematuros, causa danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares etc., até que em 1985 foi proibido.


Após a proibição do uso BHC, DDT e outros os produtores ficaram com esses produtos armazenados em suas propriedades sem nenhuma orientação especifica o que fazer com esses resíduos - que são uma fonte permanente de riscos a saúde humana e a todo ecossistemas.
                                                           

Proibido em 2005 e  até agora 2012 esses produtos ainda não foram totalmente  recolhidos das propriedades agrícolas – 27 anos após a proibição do uso é que medidas estão sendo estudadas para retirar e dar um destino para esses resíduos ... DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

Para saber mais acesse:

ORGANOCLORADOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA



A mídia tem noticiado com freqüência o problema da contaminação dos alimentos com agrotóxicos e vejamos alguns destaques:


Vestígio de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste



Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos



Brasil: líder mundial em alimentos envenenados


A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno


Jornal Nacional - Anvisa divulga lista dos alimentos com maior nível de contaminação


O Veneno esta na mesa - Filme de Silvio Tendler



Vamos recordar... Tudo isto com o apoio do estado.


O que poderíamos esperar de um governo minimante preocupado com a saúde do produtor, consumidor e com o meio ambiente?

Apoio a um sistema de produção que incentive a pesquisa e o desenvolvimento de uma agricultura mais limpa.





Por uma questão de bom senso deveria ser uma obrigação de qualquer governante porque o estado esta em débito com toda a sociedade e com os produtores que ficaram como que dependente químico e não  consegue abandonar esta dependência sem apoio.


Mas infelizmente o bom senso nem sempre é o comum dos sensos.


O deputado paranaense  Welter apresentou o projeto de lei PROJETO DE LEI Nº 403/2011 visando incentivar a implantação de sistemas de produção   agroecológica e orgânica pelos agricultores familiares no Estado do Paraná.

Veja a íntegra do projeto:


O projeto foi aprovado na Câmara e foi para ser sancionado pelo governador e foi vetado e vejam abaixo os motivos do veto:





Contrário ao interesse público? De que público?


O que a sociedade pode esperar neste momento da Assembléia Legislativa do Paraná?


Os deputados voltaram a favor do projeto para aprovar e será que agora votarão contra o que eles mesmos aprovaram?



Para saber mais acesse:

MANIFESTO A FAVOR DA  AGROECOLOGIA NO PARANÁ

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/manifesto-favor-da-agroecologia-no.html


sábado, 5 de maio de 2012

90% das propriedades rurais deixarão de ter reserva legal


No novo código para as pequenas propriedades não tem mais reserva legal  e isto na prática significa que em 90% das propriedades rurais deixarão de ter reserva legal - você já imaginou o impacto disso ao meio ambiente?


Assista o vídeo abaixo e veja as contradições do novo código:






PARA SABER MAIS:

Camila Pitanga pede "Veta, Dilma!" em cerimônia oficial

Camila Pitanga pede "Veta, Dilma!" em cerimônia oficial


PARABÉNS A ATRIZ CAMILA PITANGA PELA OUSADIA.


Camila Pitanga pede "Veta, Dilma!" em cerimônia oficial e outros vídeos - UOL Notícias


PARA SABER MAIS:

VETA TUDO VOVÓ DILMA!


terça-feira, 1 de maio de 2012

Até 25 mil casos de câncer por ano têm ligação com o trabalho, mostra estudo


Confira quais são as atividades mais vulneráveis ao risco de desenvolver câncer

Dos 500 mil casos de câncer registrados todos os anos, pelo menos entre 20 mil e 25 mil estão relacionados à ocupação do paciente. Um levantamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) lista 19 tipos de tumores malignos – entre eles os de pulmão, pele, fígado, laringe e leucemias – que podem ser provocados pela exposição a produtos químicos e falta de equipamentos de segurança adequados. Os dados fazem parte do estudo Diretrizes para vigilância do câncer relacionado ao trabalho, divulgado ontem.

Essa estimativa pode ser conservadora – leva em conta pesquisas europeias, que apontam que 4% dos novos tumores são ligados à ocupação. “Considerando o ambiente de trabalho, maquinários obsoletos, processos ultrapassados, os trabalhadores brasileiros estão ainda mais expostos que os europeus. Em alguns tipos de tumor, podemos trabalhar com uma proporção de 8% a 16% dos novos casos”, ressalta Ubirani Otero, coordenadora do estudo e responsável pela Área de Vigilância do Câncer Relacionado ao Trabalho e ao Ambiente do Inca.
Agentes de risco


O documento recomenda, como principal estratégia para a redução do número de tumores malignos, a eliminação da exposição aos agentes causadores. Além de listar os cânceres ligados ao trabalho, relaciona os produtos cancerígenos e a atividade econômica a que está ligado, como a de cabeleireiros, agricultores profissionais, da construção civil, indústria do petróleo, entre outras.

Aponta ainda a dificuldade de se obter dados a respeito da ocupação dos pacientes. Ubirani levantou, por exemplo, estatísticas sobre câncer de bexiga, a partir do cadastro Integrador de Registros Hospitalares de Câncer, entre 2008 e 2010. Nesse período, hospitais relataram 2.426 casos da doença – em 46,2% não havia informações sobre o tipo de trabalho exercido.

“Não basta saber a ocupação atual, mas também a atividade pregressa. Só com informações corretas vamos conseguir relacionar câncer à ocupação. O Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde) tem apenas 128 registros de câncer relacionado ao trabalho. É preciso melhorar esse dado”, afirma Ubirani. O estudo propõe a adoção de um questionário ampliado sobre a ocupação e o tempo de serviço na atividade de risco.
O professor de Epide¬mio¬logia da Universidade de São Paulo Victor Wünsch defende que o governo defina metas para a redução dos riscos no trabalho. “Desses casos ligados à ocupação, estima-se que metade sejam pacientes com câncer de pulmão. É extremamente grave porque não temos tratamentos eficazes, até o momento, para esse câncer. Temos de fazer a prevenção desses casos”, afirmou.


Confira a lista completa de possíveis causadores de tumores a que profissionais estão expostos no ambiente de trabalho:


Ácido sulfúrico, acrinonitrila, agrotóxicos, amianto, aminas aromáticas, antineoplásicos (quimioterápicos), arsênico, asfalto, benzeno, benzidina, butadieno, cádmio, campos magnéticos, chumbo, compostos halogenados, compostos orgânicos voláteis, cloreto de vinila, cromo, dioxinas, emissão de forno de coque e de gases combustíveis, epicloridina, estireno, formaldeído, fuligem, fumo, hormônios, HPA (hidrocarboneto policíclico aromático), herbicidas, inseticidas não arsenicais, manganês, mercúrio, níquel, óleos, ondas e campos eletromagnéticos, óxidos de metais, petróleo, radiação, sílica, solventes, urânio, vapores de combustíveis fósseis, poeira de (metais, madeira, couro, cimento, cereais, tecidos, construção civil, carvão, quartzo e cimento) e gases de (amônia, óxido de nitrogênio, dióxido de cloro e enxofre).