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sábado, 23 de agosto de 2014

Dia de Campo na TV - Fazendinha agroecológica : 20 anos produzindo sustentabilidade



O Sistema Integrado de Pesquisa em Produção Agroecológica (SIPA), mais conhecido como Fazendinha Agroecológica Km 47, foi criado em 1993. É uma parceria entre a Embrapa, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a Pesagro-Rio.

Localizada na Baixada Fluminense, a Fazendinha tem 70 hectares de área destinados à pesquisa, ao ensino e à transferência de tecnologias em agricultura orgânica.

 As experiências realizadas, hoje divididas em oito linhas temáticas, objetivam o desenvolvimento de sistemas de produção diversificados, integrando a pecuária e cultivos variados, sem o uso de agrotóxicos. O cultivo obedece aos princípios e normas vigentes na agricultura orgânica.

O manejo ecológico de pragas e doenças também tem sido enfatizado a partir de estudos envolvendo o uso de caldas fitossanitárias alternativas e biofertilizantes líquidos, agentes biológicos de controle e controle biológico por conservação de inimigos naturais.

Produção: Embrapa Informação Tecnológica e Embrapa Agrobiologia
Responsável pelo conteúdo técnico: José Antônio Espindola - pesquisador
Produção e Roteiro: Ana Lúcia Ferreira- Jornalista
Cinegrafista: Rogério Monteiro e José Alves Tristão
Editor de imagem: Sérgio Figueiredo
Editor de arte: Joniel Sergio
Contatos: (21) 3441 1596
cnpat.sac@embrapa.br
www.cnpat.embrapa.br

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Embrapa alerta que milho RR pode virar planta daninha na soja

Yve Leíse - Milho voluntário RR em lavoura de soja
Milho voluntário RR em lavoura de soja Foto: Yve Leíse
FONTE: EMBRAPA

As áreas agrícolas que adotaram nessa safra o sistema de produção que tem a soja seguida do milho safrinha RR terão um novo desafio, que é o de controlar a presença de milho voluntário RR.

O problema ocorre pela impossibilidade de se controlar as plantas de milho com o herbicida glifosato, porque tanto a soja quanto o milho RR são resistentes a este herbicida.

"Aqueles grãos de milho RR que sobrarem da colheita poderão germinar e se comportar como uma planta daninha para a cultura da soja", alerta o pesquisador Fernando Adegas.

De acordo com Adegas, o poder de competição do milho voluntário é bastante elevado e pode causar redução de produtividade na soja. 

"Se houver duas ou três plantas por metro quadrado, o milho pode reduzir em até 50% a produtividade da soja", confirma o pesquisador.

 Para quando ocorrer o problema, a indicação de Adegas é a de que os produtores controlem o milho com um herbicida que tenha um mecanismo de ação diferente do glifosato.

 "O ideal é fazer o controle antes da semeadura ou logo após a emergência da soja, quando as plantas do milho estão pequenas", explica. Segundo Adegas, os graminicidas são uma alternativa para o controle de milho RR em lavouras de soja. 

No entanto, o pesquisador alerta que essa operação de controle, pode ter um custo mais elevado do que o controle de todo o complexo de plantas daninhas da soja, que normalmente utiliza o glifosato.

 "Outra opção de manejo é a utilização o método mecânico, ou seja, capinar as plantas de milho, quando estiverem pequenas", explica.

No Brasil, muitas regiões produtoras de grãos adotam o sistema de produção que engloba a soja, o milho e o algodão.

 "Com o aumento na utilização de cultivares RR, o problema de manejo das plantas voluntárias tende a ser cada vez mais complexo no Brasil", pensa Adegas. 

Nos Estados Unidos, por exemplo, como há neve no inverno, a tecnologia RR não apresenta, de forma agravada, esse problema, assim como na Argentina, onde não há tradição de cultivo subsequente.

 "Por isso, precisamos desenvolver mais conhecimento para as nossas condições, visando ter respostas adequadas para os produtores brasileiros", pondera.

Veja abaixo, uma entrevista com o pesquisador:





quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Abelhas vigiadas

Zangão da espécie Apis mellifera africanizada com microssensor colado no tórax
Zangão da espécie Apis mellifera africanizada com microssensor colado no tórax
DINORAH ERENO | Edição 221 - Julho de 2014

A população de abelhas registra um expressivo declínio em vários países, inclusive no Brasil. Em agosto do ano passado, a revista Time trazia na capa um alerta para o risco de desaparecimento das abelhas melíferas, com a chamada “O mundo sem abelhas” e o alerta: 

“O preço que pagaremos se não descobrirmos o que está matando as melíferas”.


Veja também: 7 motivos pelos quais você deveria se importar com as abelhas


 O desaparecimento das fabricantes de mel preocupa não só pela ameaça à existência desse produto, mas também porque as abelhas têm chamado a atenção principalmente pelo importante papel que representam na produção de alimentos.

 Não é para menos. Elas são responsáveis por 70% da polinização dos vegetais consumidos no mundo ao transportar o pólen de uma flor para outra, que resulta na fecundação das flores

. Algumas culturas, como as amêndoas produzidas e exportadas para o mundo inteiro pelos Estados Unidos, dependem exclusivamente desses insetos na polinização e produção de frutos. A maçã, o melão e a castanha-do-pará, para citar alguns exemplos, também são dependentes de polinizadores.

Entre as prováveis causas para o desaparecimento das abelhas estão os componentes químicos presentes nos neonicotinoides, classe de defensivos agrícolas amplamente utilizados no mundo. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Planta com cheiro substitui agrotóxico para combater pragas em morango e tomate

Roberto Custódio / Jornal de Londrina / O doutorando Mateus Carvalho comprovou a redução de 70% na incidência de mosca branca em meio à plantação de tomate
O doutorando Mateus Carvalho comprovou a redução de 70% na incidência de mosca branca em meio à plantação de tomate

O cultivo de frutas e hortaliças em consórcio com outros alimentos pode ser um método bastante eficaz no combate de pragas e doenças na agricultura. É o que constataram pesquisadores do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Eles escolheram o tomate e o morango – dois dos alimentos mais suscetíveis a pragas e, portanto, ao uso de agrotóxicos – para mostrar como técnicas alternativas podem ajudar a repelir insetos de forma natural. Os métodos deram certo e já estão sendo utilizados por produtores orgânicos da região Norte do estado.

Em um dos experimentos, o mestrando do programa de pós-graduação em Agronomia Fernando Hata utilizou o plantio de alho com o morango para afastar o ácaro rajado. A praga, que causa o apodrecimento das folhas da planta, foi repelida pelo cheiro forte do alho. 

“Podemos diminuir em até 50% a população de ácaro com o plantio do alho próximo ao morango. Isso reduz bastante o uso de veneno, se o agricultor tiver uma produção convencional”, comenta o pesquisador.

Hata assinala que, no caso do produtor orgânico, a técnica também propicia um controle melhor sem o uso de agrotóxicos. A alternativa já é empregada por produtores de Pinhalão e Jandaia do Sul.

Ervas

O doutorando Mateus Gimenez Carvalho, por sua vez, plantou coentro e manjericão entre mudas de tomate. O resultado foi uma repelência natural à mosca branca, praga que transmite um vírus que afeta o desenvolvimento da planta. 

Assim como na outra pesquisa foi o odor liberado pelas plantas cultivadas em consórcio que espantou as moscas. Agora, Carvalho busca uma maneira de afastar outro inimigo dos agricultores – a traça do tomateiro. “Essas [mosca branca e traça] são duas pragas que causam muitos danos ao tomate. Quero me aperfeiçoar nesta pesquisa”, salienta.

O estudante observa que o experimento já realizado ajuda a reduzir em até 70% a mosca branca na produção. Além disso, a contribuição com o meio ambiente é garantida a partir da diminuição no uso de agrotóxicos, prática cada vez mais comum nesse tipo de cultura.

 “Tem produtor que aplica de duas a três vezes por semana agrotóxicos no tomate, ainda mais quando se cultiva em época de muito calor. A praga cria até resistência e tudo chega ao consumidor final”, alerta.

Quem aderiu à estratégia de Carvalho já relata benefícios. “A técnica ameniza bastante as pragas. Só usamos inseticida em último caso”, afirma Almir Almeida Ramos, que administra uma propriedade rural de Londrina. A plantação de tomate do local passou a contar com coentro desde a última safra.

* * * * *

Estratégia abre espaço para renda extra

Foi na propriedade do agricultor Lauro Wittmann, 52 anos, de Jandaia do Sul, que o pesquisador Fernando Hata viu pela primeira vez o plantio de morango em consórcio com alho.

 Na época, Wittmann já observava os benefícios da iniciativa no controle de praga e o pesquisador percebeu que a estratégia precisava ser mais bem estudada. “O plantio era sem muita certeza de que daria certo”, lembra Hata.

É por experiência própria, no entanto, que o produtor de morangos conta como o alho é útil para repelir o ácaro rajado. Agricultores conhecidos dele chegaram a tentar usar ervas, como o manjericão, no controle de pragas do morango, mas o resultado não foi semelhante.

 “As plantas faziam sombras no morango e atrapalhavam o cultivo. Com o alho, não. É algo que não compete com o morango e acaba sendo mais uma fonte de renda”, diz Wittmann. Ele abriu mão do uso de agrotóxicos em sua produção desde 1999 e comercializa o alho produzido com o morango em feiras orgânicas da região.

Iniciativa

Fazenda Escola testa mais métodos e plantas

Criar condições para que inimigos naturais das pragas surjam para controlá-las também pode ser uma alternativa para eliminar o uso de agrotóxicos na agricultura.

 Pesquisador na área de controle biológico conservacionista, o professor de Agronomia Ayres de Oliveira Menezes Júnior, também da Universidade Estadual de Londrina, explica que a estratégia consiste na preservação da diversidade ecológica existente nas áreas naturais. “Se isso for conservado [a natureza], o produtor vai observar que os inimigos naturais das pragas farão o controle.

 Mas ele precisa ter consciência disso para aproveitar estes benefícios”, afirma o pesquisador.Outra forma equilibrada ecologicamente de substituir a aplicação de veneno nas plantações é o cultivo paralelo de plantas com outras aptidões, como o apresentado na pesquisa do morango e tomate. 

Mas o produtor, salienta o professor, pode ir além, usando girassol, mamona e trigo sarraceno, por exemplo, para atrair inimigos naturais das pragas que atingem a cultura principal. Na Fazenda Escola da UEL, a estratégia é utilizada em meio ao plantio de soja e de milho. 

O trigo sarraceno atrai joaninhas que ajudam a combater pulgões do milho. Já a mamona atrai vespas que se alimentam, por sua vez, de lagartas que atacam a soja. 

O professor do Departamento de Agronomia da UEL e orientador das pesquisas envolvendo morango e tomate, Maurício Ventura, observa que outra vantagem da pesquisa é a possibilidade de evitar o manuseio e aplicação de agrotóxicos, a partir destas estratégias. 

Isso, destaca ele, ajuda a garantir mais saúde ao agricultor e ao consumidor final do produto.


sábado, 2 de agosto de 2014

Abelhas e o colapso da colônia

De: NEW YORK TIMES
(JULY 14, 2014)

Colaboração: Roberto Aparecido de Souza

VANCOUVER, British Columbia - em todo o mundo, as colônias de abelhas estão morrendo em grandes números: Cerca de um terço das colmeias em colapso a cada ano, um padrão de uma década. Para as abelhas e as plantas que polinizam - bem como para os apicultores, agricultores, os amantes do mel e todos os outros que aprecia este inseto social, maravilhoso - esta é uma catástrofe.

Mas, no meio da crise pode vir a aprender. Colapso Abelha tem muito a nos ensinar sobre como os seres humanos podem evitar um destino semelhante, provocada pela cada vez mais graves perturbações ambientais que desafiam a sociedade moderna.

Colapso abelha tem sido particularmente irritante porque não existe uma causa, mas sim milhares de pequenos cortes. Os principais elementos incluem o impacto composição de pesticidas aplicados em campos, bem como pesticidas aplicados diretamente em colmeias para controlar os ácaros; fúngicas, pragas e doenças bacterianas e virais; deficiências nutricionais causadas por vastas áreas de campos em monoculturas que não possuem diversas plantas com flores; e, nos Estados Unidos, em si apicultura comercial, o que perturba colonias movendo maioria das abelhas, em todo o país várias vezes por ano para polinizar as culturas.