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domingo, 30 de outubro de 2011

CONSUMO DE CRIANÇAS



Consuming Kids, a Comercialização da Infância", trata de como as grandes corporações utilizam-se da infância para gerar lucros gigantescos, vendendo todo o tipo de produtos, muitas vezes, de forma desonesta, desumana e pouco ética, tornando-as vulneráveis na idade mais delicada de suas vidas. Cada vez mais os brinquedos representam personagens de TV, reduzindo o poder de imaginação, deixando as crianças menos criativas. Cada vez mais substitui-se a brincadeira de rua pela tela de TV ou computador. Com isso as crianças estão tornando-se mais obesas e menos atentas.

O número de casos de disfunção bipolar infantil é 4 vezes maior que há 30 anos atrás, sem falar em outras doenças crescendo assustadoramente nessa faixa etária como diabetes, depressão, hipertensão. Os comerciais de Fast-food, brinquedos, roupas, até mesmo automóveis para os pais são feitos utilizando-se de profissionais como psicólogos e antropólogos, desviando o ciência para uma única direção: o lucro.





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Criança - A alma do negócio Este documentário reflete sobre estas questões e mostra como no Brasil a criança se tornou a alma do negócio para a publicidade. A indústria descobriu que é mais fácil convencer uma criança do que umn adulto, então, as crianças são bombardeadas por propagandas que estimulam o consumo e que falam diretamente com elas. O resultado disso é devastador: crianças que, aos cinco anos, já vão à escola totalmente maquiadas e deixaram de brincar de correr por causa de seus saltos altos; que sabem as marcas de todos os celulares mas não sabem o que é uma minhoca; que reconhecem as marcas de todos os salgadinhos mas não sabem os nomes de frutas e legumes. Num jogo desigual e desumano, os anunciantes ficam com o lucro enquanto as crianças arcam com o prejuízo de sua infância encurtada. Contundente, ousado e real este documentário escancara a perplexidade deste cenário, convidando você a refletir sobre seu papel dentro dele e sobre o futuro da infância.

Europa tem lei específica para o lixo eletrônico desde 2004



ROSELI ANDRION

Eletroeletrônicos têm, em sua composição, uma série de metais pesados que podem contaminar a natureza se os equipamentos são jogados fora sem determinados cuidados. Para minimizar esses efeitos - e, no futuro, acabar com eles -, o mundo todo tem pensado em formas de garantir que o lixo eletrônico seja tratado com a responsabilidade necessária. Na Europa, existe, desde 2004, uma lei que rege especificamente esse aspecto da tecnologia: a Waste Electrical and Electronic Equipment (WEEE - ou Lixo Eletroeletrônico, em tradução livre).

A WEEE prevê que sejam criados, pelas fabricantes de eletroeletrônicos, esquemas de coleta e logística reversa para que o consumidor devolva seu lixo eletrônico gratuitamente. A ideia é que a reciclagem ou o reúso de equipamentos aumente cada vez mais. Na Europa, no momento, cresce o número de lojas de eletroeletrônicos que recebem usados como parte de pagamento. E os equipamentos arrecadados são enviados para as fabricantes, que pagam pelo serviço.

Mesmo assim, dados de 2008 da Comissão Europeia para o Meio Ambiente indicam que apenas um terço do lixo eletroeletrônico foi tratado de acordo com as orientações da WEEE na Europa. Na Inglaterra, por exemplo, mais de 250 mil toneladas de equipamentos entraram no mercado para venda naquele ano, mas apenas pouco mais de 132 mil toneladas foram coletadas - e só 100 mil delas chegaram a ser recicladas ou reusadas. O restante foi provavelmente parar no lixo comum ou, pior, foi abandonado em locais impróprios (dentro ou fora do território europeu). Para equilibrar os números, no momento a lei passa por uma atualização, e deve passar prever metas de coleta de acordo com a produção de cada país.

Mas além dos processos relacionados à sucata eletrônica, a WEEE também determina critérios de sustentabilidade anteriores, nas etapas de criação e produção de eletros. Entre eles está a substituição de metais pesados e outros componentes tóxicos por alternativas mais seguras. Essa é, também, a orientação da Restriction of Hazardous Substances (RoHS - ou Restrição de Substâncias Perigosas, em tradução livre), que funciona paralelamente à WEEE.

Adaptação e ecodesign

A Itautec é uma das fabricantes que, em 2007, se viu pressionada a se ajustar à RoHS para continuar vendendo seus produtos na Europa. "Fomos uma das primeiras empresas no Brasil a investir em ecodesign", lembra João Carlos Redondo, gerente-executivo de Sustentabilidade da companhia. "Fizemos isso para não perder negócios", continua. Segundo ele, clientes corporativos fazem exigências em relação às características ecológicas dos equipamentos que compram. "O consumidor final é menos sensível a isso: uma pesquisa do Instituto Akatu mostrou que os usuários dariam preferência a produtos ecologicamente corretos, mas que a decisão de compra ainda leva em consideração o preço", aponta.

Dentro dos computadores da companhia, o chumbo foi eliminado das soldas, que agora levam estanho, prata e cobre. O cromo, usado para evitar corrosão, era o hexavalente e foi substituído pela forma trivalente (autorizada pela RoHS). O antichamas derivado do bromo e criticado por sua toxidade (a bromobifenila) foi substituído pelo decabromodifenil éter, que é aceito pela regulação da União Europeia.
Redondo conta que o ecodesign acabou virando uma característica natural dos produtos da Itautec e que o custo de produção aumentou em 2%. "Mesmo assim, fizemos questão de manter o preço final ao consumidor", explica. A empresa investiu R$ 3 milhões para mudar a linha de produção. "Foi um investimento feito ao longo de dois anos e que provou que, quando um produto é projetado para ser mais facilmente reciclado no fim do seu ciclo de vida, seu valor agregado é maior", pondera.

Para Redondo, o conceito vai além dos computadores pessoais: a próxima geração de caixas eletrônicos produzidos pela empresa virá sem teclado, com menos eletrônica embarcada e produzirá menos sucata no fim do seu ciclo de uso. "Os equipamentos vêm com uma tecnologia 3D e o cliente não tem contato físico com a máquina para fazer as operações bancárias. É como jogar Wii ou Kinect", brinca.

A Itautec hoje é referência no assunto no Brasil e Redondo tem sido um dos maiores propagadores do conceito. "O tema é particularmente bem aceito por estudantes de engenharia, que já questionam aspectos bem específicos. Outro dia, me perguntaram por quê enviamos um novo cabo de força com cada computador se a maioria das pessoas já tem um, de sua máquina anterior. É um retorno bastante positivo", conclui.

A iniciativa da empresa de Redondo não é única no País. Atualmente, boa parte da produção nacional, que está nas mãos de empresas contratadas, já é bem menos agressiva ao meio ambiente, segundo Vanda Scartezini, que foi secretária de Política de Informática do Ministério da Ciência e Tecnologia. "Essas fábricas fazem produtos para exportação e precisam atender às demandas das leis locais", explica. Ela conta que sugeriu ao governo que crie incentivos para garantir que as empresas priorizem o ecodesign em eletroeletrônicos em geral.

Para Vanda, o melhor exemplo de como se tratar o lixo eletrônico vem da Europa. "Lá, o processo já está melhor estruturado", avalia, ponderando que nos Estados Unidos, a lei federal ainda não foi votada. No Japão, o processo tem sido dificultado pela forma como foi concebido. "Quando se compra um eletrônico no Japão, recebe-se um voucher para, ao fim da vida útil do equipamento, ir ao correio, pegar uma caixa, embalar o produto e retorná-lo ao fabricante. Algumas pessoas não podem fazer isso por limitações pessoais e outras simplesmente não querem fazê-lo", explica.

O Brasil estaria adiantado na adoção de uma política que cuide do lixo eletrônico, acredita Vanda, que foi consultora na elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) - lei de 2010 que determina como indústrias e consumidores devem proceder quanto ao lixo eletrônico (entre outros). Aprovada no ano passado, a legislação tem até 2014 para ter ações implementadas, e no momento está sendo negociada com os segmentos envolvidos. "Espera-se que, até o fim de 2011, haja propostas formais para serem apresentadas para o Ministério do Meio Ambiente", prevê.

Extraído: http://tecnologia.terra.com.br/tecnologia-verde/noticias/0,,OI5426803-EI18550,00-Europa+tem+lei+especifica+para+o+lixo+eletronico+desde.html

sábado, 29 de outubro de 2011

Métodos alternativos de controle de pragas em hortaliças

Morangos sem agrotóxicos




Substituir agrotóxicos químicos por produtos naturais

Substituir agrotóxicos químicos por produtos naturais e menos nocivos ao homem e à natureza. A proposta da Emater está conseguindo diminuir o uso de agrotóxicos químicos em Minas.

O segredo dos pomares sem agrotóxicos

Estudo relaciona contaminantes químicos presentes no meio ambiente com endurecimento das artérias





Os contaminantes químicos presentes no meio ambiente foram vinculados pela primeira vez ao endurecimento das artérias, condição que pode provocar ataques cardíacos e apoplexias, segundo um estudo sueco publicado esta terça-feira nos Estados Unidos.

Há tempos se sabe que substâncias tóxicas cujo efeito no ambiente é de longa duração, como as dioxinas, os bifenis policlorados (PCB) e os pesticidas se acumulam no tecido adiposo do corpo e no interior das paredes dos vasos sanguíneos. Da AFP.

Mas o estudo [Circulating Levels of Persistent Organic Pollutants (POPs) and Carotid Atherosclerosis in the Elderly] publicado na revista americana Environmental Health Perspectives é o primeiro a analisar a relação entre o tipo de exposição aos poluentes e a probabilidade de sofrer de arteriosclerose.

O estudo mediu os níveis destes componentes químicos em 1.000 suecos residentes na cidade de Upsala (sudeste) e os níveis de arteriosclerose na artéria carótida, utilizando tecnologia de ultrassom.

Os cientistas descobriram que aqueles com maiores níveis de contaminantes circulando no sangue eram mais propensos a sofrer um endurecimento das artérias e a ter sinais de acúmulo de gordura nas paredes dos vasos sanguíneos.

“Estas descobertas indicam que os tóxicos ambientais de vida longa orgânica podem estar implicados no aparecimento de arteriosclerose e, portanto, levar no futuro à morte devido a doenças cardiovasculares”, explicou Lars Lind, professor do departamento de ciências médicas da Universidade de Upsala.

Os países industrializados tendem a ter o maior número de casos de doenças cardiovasculares, cuja causa principal é o endurecimento das artérias.

Os fatores de risco incluem dietas ricas em gordura, tabagismo, diabetes e pressão alta.

Apesar de muitos contaminantes atualmente serem regulamentados ou proibidos em todo o mundo, eles podem permanecer no ambiente por décadas, explicou Monica Lind, co-autora do estudo e professora associada de Medicina Ambiental do Instituto Karolinska.

“Na Suécia e em muitos países do mundo muitas destas substâncias são proibidas hoje, mas porque sua vida é longa ainda persistem no nosso ambiente”, disse Lind.

“Nós ingerimos estas substâncias tóxicas com os alimentos que comemos e enquanto são armazenadas no nosso corpo, seus níveis aumentam à medida que envelhecemos”, acrescentou.

A equipe planeja analisar em breve a existência de algum vínculo entre a presença dos contaminantes no sangue e a incidência de apoplexias e ataques cardíacos.

Lind PM, van Bavel B, Salihovic S, Lind L 2011. Circulating Levels of Persistent Organic Pollutants (POPs) and Carotid Atherosclerosis in the Elderly. Environ Health Perspect :-. http://dx.doi.org/10.1289/ehp.1103563

Matéria da AFP, no UOL Notícias.

EcoDebate, 17/10/2011
http://www.ecodebate.com.br/2011/10/17/estudo-relaciona-contaminantes-quimicos-presentes-no-meio-ambiente-com-endurecimento-das-arterias/

Como ter saúde em um Planeta doente?






Artigo de Marcus Eduardo de Oliveira


Nos dias de hoje, a pergunta que mais preocupa todos aqueles que desejam obter qualidade de vida é: como ter saúde em um planeta doente?

Mas, como foi que o planeta ficou “doente”? Pelo menos desde o Neolítico (12.000 anos a. C.) as sociedades têm consumido num ritmo voraz e de forma crescente tudo aquilo que conhecemos por recursos da natureza. Acontece que esse consumo, desde então, tem sido agressivo, nada amistoso. Nesse ritmo avassalador, busca-se a todo e qualquer custo crescimento econômico, pois isso é erroneamente entendido como sendo sinônimo de progresso. Para obter isso, derrubam-se árvores, queimam-se florestas, polui-se o ar, a água e destroem-se os ecossistemas.

Não há margem à dúvida que a atividade econômica tem sido extremamente agressiva no que tange a extrair recursos, levar ao processo produtivo e, pós-consumo final, soltar resíduos, comprometendo, grosso modo, a capacidade do planeta Terra em lidar com essa situação. Em outras palavras, isso pode ser traduzido como sendo a era da “economia destrutiva”.

Em nome então do propagado crescimento econômico – como se não houvesse limites – o mundo moderno fecha os olhos a uma questão primordial: não leva em conta que a biosfera é finita, limitada e hermeticamente fechada. Qualquer tentativa de extrapolar isso gera pesados passivos ambientais.

Conquanto, do outro lado da moeda, o mercado pressiona e exige crescimento num mundo que está cada vez mais insustentável criando, dessa forma, um conflito irresponsável que põe a vida de todos em perigo.

É a necessidade de crescimento econômico versus a capacidade da Terra em oferecer condições suportáveis para isso. É no meio desse conflito que nos encontramos e, a cada dia, mais e mais gente vai chegando. Descontadas as mortes, temos a cada dia 200 mil novas almas chegando ao mundo. Ao ano, são mais de 70 milhões de novos habitantes no planeta Terra que, cabe reiterar, não aumentará de tamanho. Em 1900, havia 1,5 bilhão de pessoas no mundo. Hoje, dividimos o MESMO espaço no planeta Terra com 6,7 bilhões de pessoas. E o consumo? Ah, esse não pára. Atualmente, apenas 20% da população mais rica do mundo utilizam ¾ dos recursos naturais, numa situação em que metade da população (3,3 bilhões) está na pobreza vegetando nos limites da sobrevivência, numa desigualdade sem precedentes, sem acesso à água potável e à alimentação adequada. É o consumo exagerado de um lado e, do outro, a escassez de bens que permite a manutenção da vida. Nesse conflito, os recursos se exaurem, o planeta adoece e a vida se degrada.

Na Era da Economia Destrutiva, Lester Brown (em Eco-Economia: Construindo uma economia para a Terra) nos relata que “na China os lençóis freáticos diminuem 1,5 metros ao ano. No mundo, as florestas estão encolhendo mais de 9 milhões de hectares ao ano. O gelo do Mar Ático, apenas nos últimos 40 anos, reduziu-se em mais de 40%”.

O caso da água pótavel, para ficarmos nesse exemplo, é gritante. É sabido que a quantidade de água doce disponível na Terra é de apenas 0,5% do total das águas, incluindo as calotas polares geladas. Devido à urbanização intensa, os desmatamentos e a contaminação por atividades industriais e agrícolas (bases do crescimento econômico sem limites), mesmo esta pequena quantidade de água está diminuindo, causando a desertificação progressiva da superfície da terra. O consumo de água, em consequência da urbanização, dobra a cada 20 anos.

Se centenas de milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, por outro lado, continua o consumo de desperdício desse precioso líquido por parte dos mais afortunados que podem pagar pelo serviço. Vejamos que: enquanto regiões imensas na África, Ásia e América Latina carecem de recursos hídricos mínimos, nas regiões “desenvolvidas”, além do excesso de consumo, aumenta a poluição de rios, lagoas e lençóis freáticos e aqüíferos subterrâneos; tudo isso em nome do suposto crescimento econômico que parece, de fato, não encontrar freios à sua expansão. Enquanto lençóis freáticos caem assustadoramente de um lado, principalmente nas três maiores áreas produtoras de alimentos (China, Índia e EUA), do outro se queima florestas, expandem-se desertos e aumentam-se consideravelmente os níveis de dióxido de carbono. Os rios estão ficando às mínguas. O principal rio dos Estados Unidos (o Colorado) mal chega ao mar. O Nilo já apresenta enorme dificuldade em atingir o Mediterrâneo. Não obstante a isso, a economia continua sua sanha exploratória queimando petróleo, gás e carvão, derrubando e queimando florestas, contribuindo para o aquecimento global. Parece que o “sistema econômico” desconhece que esquentando o planeta, esquentam os mares e aumenta a evaporação das águas. Conclusão: O gelo dos polos vai derreter elevando o nível dos mares, alterando as correntes marítimas. O nome disso? Desastre ecológico!

A economia suicida

Alguns anos atrás, num esclarecedor e aterrorizante artigo intitulado “O Programa Suicida da Economia”, o ensaísta alemão Robert Kurtz alerta que as condições elementares da vida, como a água, o ar e a terra, estão expostos a um crescente processo de envenenamento. A camada protetora de ozônio na atmosfera é corroída. Diz Kurtz que “no Sul da Argentina e na Austrália, uma infinidade de ovelhas já pasta com cancros à mostra. Os desertos avançam dia a dia, e há prognósticos de que a guerra do século 21 terá como estopim o controle de mananciais hídricos”.

Derretimento de calotas polares e savanização da Amazônia

São as mudanças climáticas, manuseadas por mãos humanas, que faz adoecer gravemente o Planeta. Se tomarmos nota dos últimos dados apontados no Relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) localizaremos, ao menos, três danos em decorrência das mudanças climáticas. Vejamos na íntegra:

*Derretimento das geleiras eternas do topo de montes como Fuji, no Japão, e Kilimanjaro, na Tanzânia: os rios dos vales no entorno dos picos são alimentados pelo degelo da neve no verão. E seu volume está diminuindo, prejudicando a irrigação de culturas agrícolas e a produção industrial que depende da água.

*Derretimento das calotas polares no sul e no norte: pedaços de gelo de água doce alteram a salinidade do mar, causando mudanças no clima e na cadeia alimentar. O urso polar, por exemplo, já tem dificuldade para achar comida.

*Savanização da Amazônia: se a devastação continuar, por causa da pecuária, das fazendas de soja e da extração de madeira, e o clima esquentar, a floresta vai virar um cerrado (terreno plano, com trechos de seca). Com isso, várias espécies locais vão acabar. E, sem a força do “pulmão do planeta”, a emissão de gases poluentes ganhará força, prejudicando a Terra.

Os custos do transporte e a emissão de poluentes

Catastrófico e preocupante também é o fato de que essa mudança climática acontece com voracidade no momento em que o processo de globalização se traduz (ao menos para seus defensores) como política capaz de levar progresso a todos. Na essência dos fatos, no entanto, não é isso (o progresso?) que vemos acontecer. Atentemos ao seguinte: Para abastecer as geladeiras do mundo moderno, fere-se a atmosfera numa escala crescente.

Os exorbitantes custos do transporte de carros, caminhões, navios e aviões nesse “intercâmbio produtivo” para levar diversos produtos às geladeiras mais distantes não “se dá” conta de que é altamente emissor de poluentes. A título de exemplo temos que apenas nos Estados Unidos circulam 80 veículos para cada 100 habitantes (aproximadamente 250 milhões); na Alemanha são 55 por 100 habitantes e índices semelhantes são encontrados em outros países desenvolvidos somando quase um bilhão de veículos a motor, hoje alimentados por petróleo cujos preços oscilam ao doce sabor das vontades dos chefões da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Quanto às “viagens” dos produtos de um lugar para outro, em nome dessa globalização que pretende estreitar fronteiras, fiquemos com o exemplo de um frango congelado nos Estados Unidos que viaja, em média, 3.000 milhas antes de ser consumido. Na Alemanha, estudos realizados apontam que um pote de iogurte de morango produzido nesse país acumula 5 mil quilômetros de transporte. O leite vem do Norte da Alemanha, o morango vem da Áustria, o pote é francês e o rótulo vem da Polônia. A Noruega manda bacalhau para a China. As ervilhas consumidas na Europa são cultivadas e embaladas no Quênia. O kiwi, uma fruta natural da Nova Zelândia encontra mercado nos Estados Unidos que, por sua vez, a compram da Itália. Essa fruta nas mãos da empresa Sanifrutta, exportadora italiana, viaja por mar em contêineres refrigerados: 18 dias até os Estados Unidos, 28 dias até a África do Sul e mais de um mês para chegar de volta à Nova Zelândia. O Reino Unido vende anualmente 20 toneladas de água engarrafada para a Austrália. Esse mesmo Reino Unido consome uvas vindas da África do Sul, a erva-doce vem da Espanha e a abóbora, da Itália. As batatas Pringles, fabricadas pela Procter & Gamble, por exemplo, atualmente são vendidas em mais de 180 países, apesar de serem fabricadas apenas em alguns poucos lugares.

Isso é simplesmente a “orgia do desperdício e do custo” em termos de poluição, especialmente o dióxido de carbono. Esse aparente “custo invisível” se “esconde” nas sombras dos menores custos produtivos e dos salários baixos, não importando a localidade para onde vai. O que conta nesse caso são os ganhos monetários em detrimento da própria sustentabilidade ambiental. É o planeta Terra que se ferra!!!

Em nome do “progresso econômico” a poluição dá as caras e vai aos poucos ceifando vidas. Se tomarmos apenas os custos advindos da poluição notaremos que esses, apenas fora das fronteiras de uma cidade como São Paulo, conforme estudos do Laboratório de Poluição da USP (Universidade de São Paulo), consome a importância de R$ 14 por segundo (R$ 459,2 milhões anuais) para tratar sequelas respiratórias e cardiovasculares de vítimas do excesso de partícula fina – poluente da fumaça do óleo diesel. Esse valor é dispensado por unidades de saúde públicas e privadas de seis regiões metropolitanas do país. O caso específico da cidade de São Paulo merece maior atenção. Todos os dias, 8,2 toneladas de poluentes são despejadas sobre a cidade. São mais de 3 milhões de toneladas/ano, 90% delas provenientes de veículos automotores. A pior parte vem dos motores movidos a diesel.

Nas seis regiões metropolitanas do país, esse quase meio milhão de reais gastos serve apenas para tratar de questões relativas à poluição advindas, em especial, do intenso trânsito (leia-se: congestionamento) nas grandes cidades que diariamente nos “brindam” com emissões de poluentes diversos e seus resultantes: Monóxido de Carbono (CO), que causa tonturas e dores de cabeça; Hidrocarbonetos (HC) que contribui para a irritação nos olhos, nariz, pele e parte do sistema respiratório; Óxido de Nitrogênio (NOx) com irritação e contrição das vias respiratórias e, Materiais Particulados (MP). Dito isso, prevalece a pergunta que dá título a esse artigo: Como ter saúde em um planeta doente?

Marcus Eduardo de Oliveira é Economista, com especialização em Política Internacional. (USP). Professor da UNIFIEO e da FAC-FITO (São Paulo)

EcoDebate, 27/09/2011

Pesticidas estão entre os grandes causadores de câncer, afirma médica




O aumento de casos de câncer entre a população com menos de 18 anos pode estar relacionado ao uso excessivo de agrotóxicos nas lavouras. Foi o que afirmou a médica e especialista em câncer, Silvia Regina Brandalise, em entrevista à um programa de televisão (De Frente com Gabi, do SBT). Ela lembrou que os agentes químicos atacam as células do corpo humano, facilitando o desenvolvimento da doença.

“Os fatores de risco que estão sendo levantados são os poluentes ambientais, que são os pesticidas. Infelizmente, a indústria chama de defensivo agrícola. Mas é um veneno agrícola que quebra a Cromátide [um dos dois filamentos interligados, formado pela duplicação de um cromossomo durante os processos de divisão da célula] que é o primeiro passo para a carcinogênese [refere-se ao processo de formação do câncer].”

A especialista também comenta que outros agravantes são os metais pesados, que sem conhecimento, são consumidos pela população

“Existem o chumbo, mercúrio arsênio. Consumimos o arsênio por meio da água. Ele é usado para matar formiga na lavoura. Após ser jogado no chão, a chuva vem e leva ele para o lençol freático, até chegar na água que bebemos.

Ela ainda lembra que esses agentes nocivos estão relacionados com a má formação congênita, deficiências orgânicas, mental e hepática. Regina reforça que o Brasil deve pensar um modelo de produção que respeite a vida da população.

“O que usamos para ter uma grande produção, matando todas as pragas, acabamos fazendo a população consumir mais venenos. Temos que encontrar um meio que garanta um fluxo econômico e que preserve a qualidade de vida das pessoas.”

O Brasil está em primeiro lugar no ranking dos países que mais usam agrotóxicos no mundo. Para se ter uma ideia da dimensão, é como se cada brasileiro consumisse, ao longo do ano, mais de cinco litros de veneno.

De São Paulo, da Radioagência NP , Danilo Augusto.

EcoDebate, 07/10/2011

http://www.ecodebate.com.br/2011/10/07/pesticidas-estao-entre-os-grandes-causadores-de-cancer-afirma-medica/

Populações denunciam que agrotóxicos e transgênicos adoecem pessoas e prejudicam cultivos tradicionais







Pesquisas em Mato Grosso mostram animais com diversas anomalias em locais cuja utilização de agrotóxicos é intensa.

Em Lucas do Rio Verde, um trabalhador rural foi até o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado do Mato Grosso (Indea-MT) reclamar que um avião sempre passava em cima de sua propriedade e os agrotóxicos que lançava sobre os extensos plantios de monoculturas da região também atingiam seus cultivos. O Indea, que é o órgão que deveria ter o controle sobre a utilização dos agrotóxicos na região, não tinha sequer um cadastro dos aviões que realizam a pulverização aérea. “Fotografe o número do avião quando ele passar”, recomendou umas dos funcionários do Instituto ao trabalhador rural. “Mas a minha ferramenta é a enxada e não a máquina fotográfica”, respondeu o agricultor. O episódio foi relatado pela bióloga Lindonésia Andrade, membro da Organização Rioverdense de Meio Ambiente (Oluma), que, junto com pesquisadores da região, denuncia constantemente os graves problemas de saúde decorrentes do uso de agrotóxicos. O relato de Lindonésia foi feito no Diálogo Temático Agrotóxicos, Transgênicos, Saúde Ambiental, Justiça Ambiental e Agroecologia, no terceiro dia de atividades do Encontro Nacional de Diálogos e Convergências , realizado de 26 a 29 de setembro, em Salvador. A bióloga apresentou fotos de animais com diversas anomalias, como um leitão com oito patas, que nasceu em propriedades vizinhas a cultivos que utilizam agrotóxicos, além de deformações diversas em anfíbios coletados em lagoas e rios do município. “Lucas do Rio Verde tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas moramos num município doente, é um IDH para poucos”, declarou Lindonésia. A engenheira agrônoma Franciléia de Castro, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), que também apresentou a situação do Mato Grosso, destacou que até o final de 2011, serão utilizados 132 milhões de litros de agrotóxicos no estado.

Recentemente a imprensa nacional noticiou uma pesquisa que comprovava a contaminação do leite materno por agrotóxicos em Lucas do Rio Verde. De acordo com Lindonésia, após a grande repercussão dos resultados da pesquisa, o acesso aos dados de contaminação no município ficou mais difícil.

Além da realidade do Mato Grosso, outras três experiências foram apresentadas durante o diálogo temático – a da Chapada do Apodi, no Ceará, a da região do Contestado, no Paraná e Santa Catarina, e a do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), que tem atuação em diversas regiões do país. Márcia Xavier falou sobre o assassinato de seu pai, o trabalhador rural José Maria, uma das mais importantes lideranças da região na crítica ao uso de agrotóxicos pelas empresas de fruticultura que se instalaram no local. José Maria do Tomé foi assassinado em 21 de abril de 2010 e o crime permanece impune. Márcia relatou como as investigações têm sido dificultadas por supostas debilidades técnicas, como a falta de equipamentos para realizar a perícia nas balas coletadas pela própria família na ocasião do assassinato, apesar de vários indícios de que o crime teve motivações políticas.

De acordo com Márcia e com outros militantes e pesquisadores que também participaram da oficina, o único objeto de José que sumiu no momento do crime foi uma pasta na qual ele carregava inúmeros documentos e processos relativos ao combate à pulverização aérea na região. Um mês após a morte do agricultor, uma lei que impedia essa prática no município de Limoeiro do Norte foi revogada e novamente a população voltou a receber os agrotóxicos também vindos dos aviões. “Há uns cinco anos o pai tinha percebido que havia uma epidemia de coceira, aí um médico disse a ele que poderia ser algo que as pessoas tivessem acesso diariamente, então, depois, descobriram que a água que as pessoas consumiam estava contaminada”, descreveu Márcia.

Da mesma região, o agricultor Eduardo Souza, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), contou como a Chapada do Apodi virou objeto de ganância das empresas fruticultoras, após o incentivo do governo e a construção de um projeto de irrigação na região. “A Chapada do Apodi era ocupada por pequenos produtores, irrigantes, agricultores familiares. As empresas se apropriaram da região com a criação do perímetro irrigado do Apodi, com a política de irrigação dos anos 90, quando a chapada passou a ser um foco do olhar do capital para expandir o agronegócio”, destacou. Eduardo falou também sobre como a parceria entre a comunidade e pesquisadores possibilitou uma denúncia bem fundamentada dos problemas causados pelo uso de agrotóxicos na Chapada. “Conseguimos ver com mais clareza, subsídio e fundamentação cientifica, graças à intervenção do grupo Tramas [Núcleo de pesquisa Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para a Sustentabilidade, da Universidade Federal do Ceará] que nós temos grandes impactos. São seis grandes empresas que comprometem diretamente o meio ambiente e a biodiversidade, com o uso intensivo de agrotóxicos. Na chapada está o aqUífero Jandaíra, o terceiro maior do Nordeste, e essas empresas fazem um uso abusivo da água desse aqUífero e o contaminam. As empresas não pagam nada por isso e não compensam em nada as comunidades locais”, afirmou.

Mobilizações

Os movimentos sociais da Chapada do Apodi criaram o Movimento 21 para cobrar do poder público e alertar a população sobre os prejuízos causados pelas indústrias. O nome do movimento é uma lembrança ao dia do assassinato de José Maria. No ano passado, os trabalhadores de uma das empresas de fruticultura realizaram uma greve para reivindicar direitos básicos, como o de realizar as refeições em um refeitório e não mais ao relento, ao lado das frutas que tinham acabado de pulverizar com os agrotóxicos. “Houve um verdadeiro extermínio e expulsão dos pequenos produtores, que se tornaram assalariados rurais do agronegócio. As empresas produzem milhões de reais, mas essas riquezas não são divididas com os trabalhadores. As empresas estão com as terras, com um incentivo do estado, comprometem a biodiversidade, exploram os trabalhadores, acumulam muitas riquezas, e para os pequenos produtores e trabalhadores rurais, só resta um mísero salário e condições sub-humanas de vida e trabalho”, critica Eduardo.

Na região do Contestado, nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, os agricultores têm se organizado para evitar que seus cultivos sejam contaminados por sementes transgênicas. O técnico André Jantara, da ASPTA- Agricultura Familiar e Agroecologia, relatou as experiências da região no resgate, avaliação e multiplicação de sementes crioulas, com a realização de feiras de sementes e encontros regionais de biodiversidade. Um grave problema, segundo André, é a quantidade de agrotóxicos utilizada na monocultura do fumo, bastante comum na região. Os movimentos da região criaram o coletivo Triunfo, para promover ações de conscientização e questionamento público dos impactos dos agrotóxicos e transgênicos para a biodiversidade regional.

Eliane Mendes, do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Palmeira, também na região do Contestado, contou que plantou fumo durante 20 anos, mas decidiu fazer uma reconversão agroecológica em sua propriedade. “No início tínhamos mata nativa, sempre plantávamos feijão, milho, mas com o passar do tempo, fomos perdendo a diversidade e aumentando o cultivo do fumo. O solo era fértil, não precisava de adubo nem de nada, não tínhamos muita despesa, mas depois, fomos ficando dependentes de adubo, o solo foi ficando mais fraco e o cultivo de fumo tinha mais custo. E o que acontece é que para plantar o fumo, os consultores trazem o pacote completo, levam tudo em casa. Aí era mais fácil e mais cômodo, então fomos aumentando sempre mais o número de pés plantados e com o passar dos anos o investimento necessário passou a ser maior”, detalhou. De acordo com Eliane, foi participando de um seminário que ela percebeu a necessidade de modificar a forma de produzir. “Eu estava produzindo morte, pois o fumo está acabando com a vida das pessoas através do cigarro e do uso do agrotóxicos. Então, tomei uma atitude: pensei que ao invés de produzir morte, eu iria produzir vida”, fala.

Foi também pensando na vida que as mulheres do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) decidiram colocar em prática a Campanha por alimentos saudáveis. As agricultoras Maria Mendes dos Santos e Izaquiani Feitosa apresentaram a campanha durante o diálogo temático. De acordo com as agriculturas, o MMC está tentando mapear os costumes de alimentação em cada região. “Assim, poderemos estar cada vez mais unidos, para mostrarmos essa potencialidade e diversidade de alimentação que temos em todos o país”, destacou Izaquiani.

O MMC quer chamar a atenção, por meio da campanha, para a grande potencialidade que a agricultura camponesa possui na produção de alimentos. Entre as metas da campanha está a garantia de recursos públicos e subsidiados para a produção ecológica dos alimentos, a pontencialização das redes solidárias de trabalho e consumo e a resignificação da cultura, dos valores e hábitos alimentares. “Cada vez mais o movimento vem afirmando que a luta política não existe sem a luta cotidiana e a luta cotidiana não existe sem a política”, concluem as mulheres do MMC.

Reportagem de Raquel Júnia – Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), publicada pelo EcoDebate, 04/10/2011
Extraido: http://www.ecodebate.com.br/2011/10/04/populacoes-denunciam-que-agrotoxicos-e-transgenicos-adoecem-pessoas-e-prejudicam-cultivos-tradicionais/

META DO GOVERNO É ACABAR ATÉ 2014 COM OS LIXÕES DO PAÍS






A meta do governo brasileiro com a implementação da política nacional de resíduos sólidos de acabar com todos os lixões do País até 2014 deve ser acrescida de mais um desafio: manter os lixões fora de atividade até 2031.



Segundo o diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Silvano Silvério, será preciso manter atividades permanentes nesses locais como a queima pontual de gases, coleta de chorume e drenagem pluvial.

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do ministério, Nabil Bonduki, reafirma que a base para o sucesso dessa empreitada está na coleta seletiva e, para isso, os municípios têm de se mobilizar de modo intermunicipal para levar em frente a ideia dos consórcios. O secretário garante que a meta para o fim dos lixões é factível, pois cerca de 58% dos municípios já destinam de maneira adequada seus resíduos.

"Os 40% que faltam estão entre os municípios de pequeno porte e destes, cerca de 800 já estão elaborando seus planos de resíduos. Portanto o prazo para o fim dos lixões tem de ser perseguido", afirma. Bonduki informa que São Paulo tem a melhor cobertura de aterros sanitários do País, e que nessa parte o Estado já cumpriu seu dever de casa. "O que falta agora é a questão da coleta seletiva. Também nesse aspecto São Paulo deve dar exemplo. Daqui devem surgir inovações para a destinação final dos resíduos", disse.

Fonte:http://www.vivagreen.mobi/?page=noticias&id=623

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Liberação da venda do feijão transgênico da Embrapa provoca divergência no governo | Portal EcoDebate

Liberação da venda do feijão transgênico da Embrapa provoca divergência no governo | Portal EcoDebate: "Liberação da venda do feijão transgênico da Embrapa provoca divergência no governo"

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Transgênicos contaminam as sementes crioulas

Mercado Ético > Blog Archive » Transgênicos contaminam as sementes crioulas:

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Indústria ainda não cumpre obrigação de rotulagem de transgênicos

Indústria ainda não cumpre obrigação de rotulagem de transgênicos | Agência Brasil: "Indústria ainda não cumpre obrigação de rotulagem de transgênicos"

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Pesquisadora afirma que biotecologia surgiu para reforçar os agrotóxicos

EcoAgência Solidária de Notícias Ambientais:

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Você sabe qual a importância de uma árvore?




Rafael Morais Chiaravalloti* e Luciani Maria Vieira Rocha**


As árvores são um dos organismos mais incríveis que existem na Terra. Por ficarem paradas, elas apresentam mais variações do que qualquer outro tipo de organismo. Assim, diante de uma modificação no ambiente, elas não podem se mover para algum lugar mais harmônico, e, a longo prazo, modificações começam a surgir para se adaptarem. Por exemplo, para se proteger contra fungos e bactérias, surgiu na árvore salgueiro uma substância chamada salicina. E como ela, milhares de outras substâncias e adaptações também foram aparecendo.
A importância dessas substâncias para nossa vida é que a partir delas podemos elaborar novos produtos farmacêuticos. A salicina, por exemplo, foi a base para a elaboração da aspirina. Já a Mirta, rosa de Madagascar, é usada para o tratamento de leucemia e o Teixo do Pacífico no tratamento de câncer de ovário. Além disso, essas substâncias também são constantemente usadas para a elaboração de cosméticos, como a essência do perfume Chanel n° 5, que é proveniente da árvore da Amazônia Pau-rosa.
Mas a importância das árvores para o equilíbrio do planeta vai mais longe. Embora com uma grande variedade, elas apresentam uma característica comum: todas fazem fotossíntese. O que significa dizer que durante o dia elas absorvem radiação solar e gás carbônico e liberam oxigênio e água. Pensando que nossa respiração é o contrário desse processo (respiramos oxigênio e liberamos gás carbônico), fica fácil entender a importância de uma árvore para a nossa sobrevivência. No entanto, o ponto forte desse mecanismo não é apenas a produção do oxigênio, mas também a liberação de água. Na Amazônia, por exemplo, a quantidade de água proveniente das árvores é tão grande que regula as chuvas de quase todo o mundo. Porém, mais uma vez, não precisamos ir tão longe, pois as árvores das áreas urbanas também têm um papel muito importante.
O uso da vegetação é sempre apontado por vários pesquisadores como uma importante estratégia para amenização da temperatura do ar nas cidades, relacionada ao controle da radiação solar, ventilação e umidade relativa do ar. Um dos benefícios do uso da vegetação é a absorção de grande quantidade de radiação solar, emitindo uma quantidade menor de calor que qualquer superfície construída, por consumirem a maior parte da energia para sua sobrevivência. Além disso, as árvores oferecem menor resistência à dissipação do calor sob suas copas, garantem uma ação de descontaminação atmosférica e proporcionam sombra para os pedestres caminharem nos passeios durante o dia.
Um dos estudos pioneiros feitos na cidade de São Paulo confirmou, em 1985, que as áreas urbanas com maior adensamento de prédios altos promoviam maior acúmulo de calor enquanto as áreas urbanas com maior cobertura vegetal e presença de árvores contribuíam para a perda de calor mais rapidamente[1]. De lá para cá, diversas pesquisas em várias cidades no mundo e no Brasil, continuam confirmando esses resultados.
Também em São José do Rio Preto, uma cidade média no interior paulista conhecida pelo calor intenso, ficou muito claro que, principalmente no período noturno, há enorme vantagem no uso das árvores como elementos importantes na conformação das cidades. Na comparação das temperaturas do ar entre dois trechos de uma avenida de fundo de vale, um ocupado com prédios altos e outro com margens arborizadas, foram encontradas diferenças de até 3°C2.
Apesar do desconforto térmico, ainda não se percebe a conveniência de se plantar mais árvores na cidade. Se as árvores pudessem se mover, provavelmente sairiam correndo.
* Rafael Morais Chiaravalloti é biólogo e autor do livro “Escolhas Sustentáveis” (Editora Urbana).
**Luciani Maria Vieira Rocha é mestre em planejamento urbano e pesquisadora da Universidade Paulista – UNIP
Notas:
[1] LOMBARDO, Magda. O Clima e a Cidade. Encontro Nacional do Ambiente Construído. ANTAC, p. 59 – 62, Salvador, 1997.
[2] ROCHA, L.M.V.; SOUZA, L.C.L. Contribuição da vegetação e permeabilidade do solo para o ambiente térmico em avenidas de fundo de vale. XI ENCAC, VII ELACAC, Búzios, 2011


Retirado:http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/voce-sabe-qual-a-importancia-de-uma-arvore/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=mercado-etico-hoje

sábado, 22 de outubro de 2011



Excelente documentário produzido pela autora do livro "O Mundo Segundo A Monsanto". Esse documentário mostra como essa multinacional está patenteando sementes transgênicas e introduzindo-as em países emergentes como o Brasil.

As sementes transgênicas da Monsanto sao resistentes somente aos pesticidas fabricados por ela própria. O maior exemplo é a soja transgênica, resistente ao "Roundup". Com o plantio de sementes patenteadas pela Monsanto, o pólen destas "contamina" outras variedades existentes na regiao, que passam a produzir sementes com as características das da Monsanto. Esta entao PROCESSA os produtores vizinhos e EXIGE legalmente destes o pagamento de royalties à empresa, POR ESTAREM PRODUZINDO sementes que sao patentes dela. Em resumo: a monsanto está rapidamente se tornando proprietária de uma variedade enorme de sementes, seus laboratórios estao criando sementes patenteadas de TUDO, cereais, frutas, hortalicas, etc. BOICOTE TUDO que é proveniente de sementes da Monsanto. Os óleos de soja no Brasil contém soja transgênica da Monsanto, TODOS eles!

Transgênicos





A vara ambiental da Justiça Federal de Curitiba ficou colorida ontem, dia 20/09, com as variedades de milho crioulo que agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais de diferentes regiões do país levaram para ilustrar seus depoimentos. A sessão fez parte de Ação Civil Pública nº 2009.70.00.021057-7 movida por AS-PTA, ANPA, Idec e Terra de Direitos, que questiona a eficácia da regra de coexistência da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança que estabelece 100 metros de distância (ou 20 m mais 10 linhas de milho comum) como forma de se evitar a contaminação do milho crioulo, orgânico ou convencional pelas plantações transgênicas.

Na condição de rés estavam as empresas Monsanto, Syngenta e Bayer, além da União. O juiz ouviu depoimentos de agricultores familiares, assentados da reforma agrária, indígenas e faxinalenses, guardiões das sementes crioulas, que afirmaram todos que a distância de 100 metros é absolutamente inviável para evitar a contaminação das sementes crioulas e os consequentes danos ambientais, sociais, culturais e econômicos por eles relatados.

Exibindo amostras de suas sementes, cada um dos depoentes descreveu o conhecimento por eles desenvolvido e acumulado por gerações para a seleção, melhoramento e conservação das variedades crioulas. Destacou-se o cuidado de garantir distâncias superiores a 400 metros ou de pelo menos 40 dias de diferença no plantio de diferentes milhos para se evitar cruzamentos não desejados. No caso dos transgênicos a preocupação é ainda maior e, como se afirmou, o ônus para evitar a contaminação é todo dos que cultivam as sementes crioulas, sendo que nem todos têm condições de executá-las, como alterar a época de plantio, isolar plantios com áreas de florestas, manter distâncias de pelo menos 400 metros etc. Tais medidas vêm trazendo sérias dificuldades para que os pequenos agricultores, cada vez mais cercados por plantações transgênicas, continuem a manter suas sementes.

Os agricultores ouvidos afirmaram que o próprio medo da contaminação desestimula a manutenção da prática de melhoramento e conservação do patrimônio genético do milho.

O representante da Gebana, empresa que comercializa grãos orgânicos, relatou casos de contaminação do milho orgânico cultivado a mais de 400 metros da lavoura transgênica e isolados por barreira física, como cerca-viva, conforme regras da produção orgânica.

No depoimento da Associação Brasileira da Indústria do Milho, o juiz foi informado sobre o rápido desaparecimento do milho convencional do mercado e também do fato de empresas alimentícias terem adquirido cargas de milho convencional cujos testes acusaram contaminação transgênica. Os depoimentos deixaram evidente a impossibilidade de convivência do milho comum com o transgênico.

As organizações autoras da ação, bem como as rés, apresentarão ainda suas alegações finais.

Estão sobre a mesa todos os elementos para a aplicação do princípio da precaução em defesa da conservação dos recursos genéticos do milho no Brasil e da forma de vida dos agricultores familiares. Ou seja, estão dadas as condições para que a justiça atue de forma a prevenir danos, antes de esperar que eles ocorram em escala cada vez maior, quando o dano será irreversível.

A batalha prossegue e aguardamos uma decisão que obrigue a CTNBio a criar regras decentes para o isolamento do milho transgênico e para a garantia dos direitos dos agricultores e consumidores à livre opção quanto ao sistema produtivo e à qualidade de alimentos.

Fonte: http://aspta.org.br/ Número 560 - 21 de outubro de 2011

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

CAMPANHA CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA.




Os tomates são as fontes mais ricas em licopeno, anti-oxidante e combate aos radicais livres e retardam o envelhecimento e protege contra o câncer de próstata.
Amostras encontradas em tomate analisadas encontrou a presença de aldicarbe o mais tóxico dos inseticidas conhecidos para mamífero.

Pimentão anti-inflamatório, digestivo, estimulante para circulação, rico em vitamina C.
Foram identificados 22 ingredientes ativos nos quais 18 não estão autorizados para a cultura.

Estas são apenas um das inúmeras revelações e denúncias que o documentário - O Veneno esta na mesa de Silvio Tendler trás á sociedade.

O Veneno Está na Mesa - (Assista na íntegra) :




A documentarista Marie-Monique Robin em seu novo filme – O VENENO NOSSO DE CADA DIA denúncia:

(...) apenas 10% das substâncias que estão presentes no nosso dia-a-dia foram testadas. E mesmo assim, esses testes sempre foram feitos com forte influência dos fabricantes. Representantes da indústria química chegaram a dizer que seu “o livro envenena a indústria química”.

Ela ainda vai além...

Ingestão diária aceitável – IDA – é um valor numérico, medido em mg/kg, que determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida.[1] Na prática, para os agrotóxicos por exemplo, determina qual limite máximo de resíduo aceitável em um alimento. Era de se esperar que este índice fosse calculado com um alto grau de rigor científico, para que em nenhum momento colocasse a vida dos consumidores em risco.


Mas Marie-Monique nos mostra justamente o contrário. No mesmo estilo investigador de “O Mundo Segundo a Monsanto”, a diretora percorre centros de pesquisa e agências reguladoras em vários países tentando descobrir como este índice é definido. E ela não deixa dúvidas: através de estudos científicos pagos pelas empresas, e com a ajuda diretores de agências reguladoras com ligações com a indústria, os próprios fabricantes das substâncias é que definem o nível aceitável.

No meio de tantas notícias ruins começa a surgir uma boa.

A sociedade Brasileira começa a reagir frente ao uso abusivo de agrotóxicos na agricultura e o resultado é o lançamento da CAMPANHA PERMANENTE CONTRA OS AGROTÓXICOS E PELA VIDA.

No Rio Janeiro já tem o comitê formado e atuando e segundo o jornalista Everton Lacerda Santa Catarina e Sergipe também já lançaram seus comitês e agora chegou a vez do Rio Grande Sul e do Paraná que no dia 24/10/2011 estará lançando a campanha.

Por proposição do Dep Elton Welter, Dep José Rodrigues Lemos, Dep Doutor Rosinha o COMITÊ PARANAENSE CONTRA AGROTÓXICOS E PELA VIDA, acontece na segunda feira, dia 24, às 9h, audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para debater sobre o uso abusivo da agrotóxicos na agricultura paranaense e seus impactos na saúde da população

Segue abaixo mais informações da campanha retirado do blog Observatório Ambiental de Everton Lacerda:

A campanha reúne mais de 30 entidades da sociedade civil brasileira, movimentos sociais, entidades ambientalistas, estudantes, organizações ligadas a área da saúde e grupos de pesquisadores. O principal objetivo é abrir um debate com a população sobre a falta de fiscalização no uso, consumo e venda de agrotóxicos, sobre a contaminação dos solos e das águas bem como denunciar os impactos dos venenos na saúde dos trabalhadores, das comunidades rurais e dos consumidores nas cidades. A partir da conscientização das pessoas sobre os malefícios provocados a partir do uso dos agrotóxicos, a campanha pretende ajudar na construção de formas de restringir o uso de venenos e de impedir sua expansão, propondo projetos de lei, portarias e iniciativas legais e jurídicas.

Outro campo de atuação da campanha é o anúncio da possibilidade de construção de outro modelo agrícola, baseado na agricultura camponesa e agroecológica. Através da Campanha Permanente contra o uso de Agrotóxicos e pela Vida é possível acessar estudos que comprovam que essa forma de produzir é viável, produz em quantidade e em qualidade suficientes para abastecer o campo e a cidade. Assim, a proposta é avançar na construção destas experiências que são a única saída para esse modelo imposto que concentra riquezas, expulsa a população do campo e produz pobreza e envenenamento. Produzir alimentos saudáveis com base em princípios agroecológicos, em pequenas propriedades, com respeito à natureza e aos trabalhadores é a única forma de acabar com a fome e de garantir qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.

O Comitê Estadual da Campanha Permanente contra o uso de Agrotóxicos e pela Vidavai também auxiliar na criação e ampliação de comitês municipais – como já ocorre em Pelotas, dentre outros municípios – planejar atividades de formação e distribuição de material informativo. O Comitê gaúcho já congrega: Amigos da Terra Brasil; Cáritas; Central Única dos Trabalhadores (CUT/RS); Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor (CAPA); Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio Grande do Sul (CONSEA RS); Comissão Pastoral da Terra (CPT); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS); Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB); Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTM/RS); Fundação Luterana de Diaconia (FLD); Grupo de Agroecologia (GAE/UFPe); Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (InGá); Levante Popular da Juventude; Movimento de Mulheres Camponesas (MMC); Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA); Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH); Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS); Núcleo de Economia Alternativa (NEA/UFRGS); União Rastafari de Resistência Ambiental (URRAmbiental); Via Campesina.

Prato envenenado

O Brasil é o primeiro colocado no ranking mundial do consumo de agrotóxicos. Mais de um milhão de toneladas de venenos foram jogados nas lavouras em 2010, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.
Com a aplicação exagerada de produtos químicos nas lavouras do país, o uso de agrotóxicos está deixando de ser uma questão relacionada especificamente à produção agrícola e se transforma em um problema de saúde pública e preservação da natureza.

O consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do agronegócio, modelo de produção que concentra a terra e utiliza quantidades crescentes de venenos para garantir a produção em escala industrial.

Desta forma, o uso excessivo dos agrotóxicos está diretamente relacionado à atual política agrícola do país, que foi adotada a partir da década de 1960. Com a chamada Revolução Verde, que representou uma mudança tecnológica e química no modo de produção agrícola, o campo passou por uma “modernização” que impulsionou o aumento da produção, mas de forma extremamente dependente do uso dos pacotes agroquímicos [adubos, sementes melhoradas e venenos].
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), na última safra foram vendidos mais de 7 bilhões de dólares em agrotóxicos. Todo este mercado se concentra nas mãos de apenas seis grandes empresas transnacionais, que controlam mais de 80% do mercado dos venenos. São elas: Monsanto; Syngenta; Bayer; Dupont; DowAgrosciens e Basf.
Nesse quadro, os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações. Ficam atrás apenas dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de limpeza. Essas fórmulas podem causar esterilidade masculina, formação de cataratas, evidências de mutagenicidade, reações alérgicas, distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares, no sistema imunológico e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios, desenvolvimento de câncer, dentre outros agravos à saúde


Fonte: http://observatorioambiental.wordpress.com/2011/10/21/campanha-contra-os-agrotoxicos-e-pela-vida/?preview=true&preview_id=1266&preview_nonce=73400a2a9b&mid=50

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Agrotóxicos ''severamente perigosos'' serão proibidos no País



Lígia Formenti / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Dos três agrotóxicos que sofrerão restrições na comercialização por estarem associados a prejuízos à saúde, dois (endossulfam e aldicarbe) estão em processo de retirada no Brasil. O terceiro (alacloro) está em fase da avaliação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A decisão sobre a restrição aos três produtos químicos foi tomada na semana passada por representantes de 75 países, reunidos na Convenção de Roterdã. Com isso, esses agrotóxicos passam a ser considerados "severamente perigosos" e, a partir de outubro, terão de ser submetidos a regras rígidas para a venda.

Ratificada pelo Brasil em 2004, a Convenção de Roterdã regula o comércio internacional de produtos químicos perigosos. Durante o encontro, nações também discutiram a proposta de uso controlado e do banimento do amianto de crisotila, mas não chegaram a um acordo.

Para haver uma decisão, é preciso consenso entre todos os participantes. A posição do Brasil foi criticada: a delegação preferiu a neutralidade, considerada uma aposta na falta de acordo. Para ativistas na luta contra banimento do produto, classificado com cancerígeno, o País perdeu uma oportunidade histórica. De quebra, recebeu o prêmio "Culpado por Provocar Câncer", promovido pela uma organização não governamental. Em relação aos agrotóxicos, o Brasil defendeu a restrição do comércio.

"Os países precisam saber e assumir os riscos a que estão expostos quando comercializam esses produtos", avalia o gerente-geral de toxicologia da Anvisa, Luiz Cláudio Meirelles. Com a mudança, rótulos terão de apresentar informações claras sobre os perigos de seu uso à saúde.

O comércio do endossulfam será banido a partir de 2013. A retirada programada do produto foi determinada pela Anvisa em 2010. O aldicarbe (conhecido por seu uso irregular na formulação do "chumbinho") teve seu uso restringido pela agência e, em dezembro, a fabricante decidiu suspender sua venda.

"Esse agrotóxico, usado em poucas culturas e por um número bastante restrito de produtores, deverá permanecer no mercado até meados deste ano, quando o estoque deve se esgotar", disse Meirelles. O alacloro está em fase de revisão pela Anvisa. A expectativa é de que a retirada do produto seja determinada.

Extraído: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,agrotoxicos-severamente-perigosos-serao-proibidos-no-pais,738277,0.htm

Pesquisa aponta relação entre câncer e agrotóxicos.

Pesquisa de doutorado realizada na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) aponta para uma relação entre cânceres hematológicos e a utilização de agrotóxicos, na região Sul de Minas Gerais. Trata-se de um dos poucos estudos feitos no Brasil sobre o assunto. "Em geral, a bibliografia foca em pesquisas realizadas em outros países. No Brasil, a abordagem sobre o câncer é ligada, principalmente, à mortalidade" revela a médica sanitarista Jandira Maciel da Silva, que obteve o título de doutora em Saúde Coletiva, sob a orientação do professor Heleno Rodrigues Corrêa Filho. Segundo a médica sanitarista, sua principal motivação para desenvolver o estudo seria a preocupação dos trabalhadores rurais com relação à exposição aos agrotóxicos. Nas regiões estudadas, a cafeicultura e a bataticultura, entre outras, utilizam as mais diversas substâncias para combater pragas e doenças. Para o estudo, Jandira aplicou questionário em uma população de 149 portadores dos três tipos de câncer hematológico: leucemias, linfomas e mieloma múltiplo. "Recorri às informações contidas na autorização de procedimentos de alta complexidade oncológica da região para identificar os casos e prontuários médicos que confirmavam os diagnósticos", explica. Também aplicou as mesmas questões para um grupo não-portador de cânceres hematológicos, composto por 161 moradores da região e usuários dos serviços médicos e ambulatoriais locais.

As perguntas envolviam, basicamente, características do estilo de vida, atividades ocupacionais realizadas até o momento do diagnóstico e hábitos de tabagismo e álcool. "A relação mais forte encontrada nas comparações dos dados foi referente à exposição a agrotóxicos, tanto no preparo como na aplicação destes produtos". Foi observada também correlação, de menor intensidade, na manipulação de solventes orgânicos. Jandira explica que há contradições na literatura científica com relação a apontar o uso de agrotóxico como fator de risco ocupacional para cânceres hematológicos, o que contribui para que este tipo de estudo seja alvo de muitas polêmicas. Por isso, a médica defende a necessidade de mais estudos e pesquisas que avaliem os impactos causados pela exposição ocupacional aos agrotóxicos sobre a saúde humana de modo geral e em relação aos cânceres, de forma particular.

Extraido:
Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1690570-pesquisa-aponta-rela%C3%A7%C3%A3o-entre-c%C3%A2ncer/#ixzz1a6sIQejx

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Campanha Contra os Agrotóxicos ganha mais um importante instrumento na luta pela informação




por Alan Tygel e Eduardo Sá

“O livro faz caminhar da indignação para a digna-ação. Não queremos ouvir de novo em 2012 que o Brasil é o campeão dos agrotóxicos. O livro tem o papel de contaminar as pessoas com o desejo de que isso não se repita.”

Foi lançado na última quarta-feira (27) o livro “Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida”, de Flávia Londres. O lançamento ocorreu no Encontro de Diálogos e Convergências, que reuniu militantes dos movimentos de agroecologia, economia solidária, feminismo, saúde coletiva e justiça ambiental, nesta semana em Salvador.

O livro é uma iniciativa da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA). Segundo a autora, percebeu-se uma demanda por um material que sistematizasse de maneira mais completa e profunda a questão dos agrotóxicos no Brasil. A ideia é também subsidiar a luta na ponta por quem está vivendo e lutando no dia a dia contra os agrotóxicos. “No momento em que vemos chuva de agrotóxicos, contaminação da água, dos próprios trabalhadores, precisamos de um instrumento para subsidiar a carência de informações: o que é permitido? Como faço denúncia? O que devo esperar das autoridades?”, diz Flávia.

Antes do lançamento foi promovido um ato com uma mística baseada na música composta pela Unidos da Lona Preta para o carnaval deste ano: “Comida ruim ninguém aguenta, é a Syngenta/É veneno em todo canto, é a Monsanto/ Mata gente e mata rio, é a Cargil/ Agronegócio a mentira do Brasil”. Na ocasião também foi lido o cordel contra os agrotóxicos.

mesa de debate foi composta por figuras importantes na luta que está sendo travada contra os agrotóxicos. Segundo Fernando Carneiro, professor da UnB que mediou a mesa, o livro chega em um momento histórico: “Vivemos por muito tempo uma total ausência de materiais informando os riscos dos agrotóxicos. A informação sempre foi colocada pelo agronegócio. O livro chega como uma resposta da sociedade civil à falta de compromisso dos órgãos públicos em informar e fiscalizar os agrotóxicos.”

Fernando ainda disse que o livro deve servir como guia para líderes comunitários, professores, extensionistas rurais e todos os que de alguma maneira lidam com a questão dos agrotóxicos. “É um exemplo prático de diálogos e convergências, convergindo para a mudança do modelo de desenvolvimento.” E finalizou: “A saúde de um população é um termômetro do modelo de desenvolvimento; se ela vai mal, modelo não está se sustentando. E isso livro traduz muito bem”

“Nós somos responsáveis pela autorização de agrotóxicos. Temos clareza de que queremos acabar com esse trabalho um dia.”, afirmou Luiz Cláudio Meirelles, coordenador de toxicologia da ANVISA. Ele agradeceu a homenagem dizendo que se está sentando nesta mesa, é o porque o trabalho está indo na direção certa. Mas alertou que o seu papel não tem nada de especial, porque está na lei. “Atuamos evitando o lobbie das empresas, ao contrário de muitas agências reguladoras que atendem ao interesses dos regulados, o que é um equívoco grave”. Ele e sua colega, Letícia Silva, que estava presente, vêm sofrendo diversos ataques da indústria dos agrotóxicos, por lutarem pela reavaliação e banimento de substâncias. Ele finalizou dizendo que pretende usar o livro como instrumento para as vigilâncias sanitárias regionais e municipais.

Pedro Serafim, do Ministério Público, exaltou o trabalho vindo da sociedade para cumprir uma lacuna do setor público, na promoção do direito à informação. Ele ressaltou que muitas vezes falta aos próprios especialistas em direito o conhecimento sobre a questão dos agrotóxicos e afirmou que vai distribuir o livro para os coordenadores do Ministério Público.

A fala mais contundente da noite foi da professora da Universidade Federal do Ceará (UFCE), Raquel Rigotto. Ela afirmou que a falta de informação viabiliza os abusos que ocorrem com os agrotóxicos: “O câncer, o agrotóxico no leite materno, na água da chuva, a má formação congênita, a contaminação dos rios, o aborto, Flávia mostra todos esses problemas. O livro levanta informações e caminhos na luta contra os agrotóxicos.”

A professora ressaltou o direito de saber. Segundo ela, nessa dimensão, o livro é promotor de justiça ambiental, trazendo informação útil, caminhos técnicos legais e de luta para superarmos o modelo baseado nos agrotóxicos. Para finalizar, Raquel Rigotto deu uma sugestão que já está ganhando coro: “Diante de um quadro nacional em que se discute como financiar o Sistema Único de Saúde, temos os agrotóxicos com isenção total de impostos: ICMS, IPI, PIS/PASEP e Cofins. Vamos suspender essa isenção e financiar a saúde pública, gratuita e de qualidade. Vamos disseminar o livro pra que ano que vem não tenhamos que ouvir que somos de novo os campeões dos agrotóxicos”, finalizou.

Não foi coincidência o livro sair num momento de auge da Campanha Contra os Agrotóxicos e pela Vida, afirmou Gabriel Sollero, militante do MAB e representante da coordenação nacional da Campanha Contra os Agrotóxicos. “Há um tempo temos construído o substrato para se formar a campanha, e hoje ganhamos mais um instrumento fundamental nessa luta, ao lado do documentário do Sílvio Tendler”. De acordo com Sollero, o livro toca em pautas fundamentais da campanha: rotulagem, propaganda, proibição de substâncias já proibidas em outros países, fiscalização no Ministério do Trabalho, isenção fiscal, e, sobretudo, a luta contra os agrotóxicos como uma luta unificadora no caminho para um outro modelo de desenvolvimento.

O militante afirmou ainda que em novembro a campanha deixa de ser nacional e fica ampliada para a América Latina. Ele forneceu um panorama da campanha, afirmando que estamos passando da fase de criação dos comitês locais para o momento de sua consolidação, ganhando maior organicidade em cima de quatro eixos: pautar a questão dos agrotóxicos junto à sociedade; promover uma agricultura sem agrotóxicos; trabalhar com profissionais de saúde e educação; e propor projetos de lei que combatam o uso dos venenos.

Animados pelo grito “Na luta em defesa da vida, por um Brasil sem Agrotóxicos”, os participantes saíram do lançamento com a certeza de que precisamos seguir firmes na luta pelo fim dos agrotóxicos, em favor de um modelo de desenvolvimento rural que não seja dominado pelas grandes empresas, e que seja voltado para a saúde do trabalhador e do consumidor na produção de alimentos saudáveis para todas e todos.

O livro está disponível gratuitamente na internet pelo site da AS-PTA:
http://aspta.org.br/2011/09/lancamento-do-livro-agrotoxicos-no-brasil-um-guia-para-acao-em-defesa-da-vida/agrotoxicos-no-brasil-mobile/

Matéria extraida: http://www.soltec.ufrj.br/mstrio/campanha-contra-os-agrotoxicos-ganha-mais-um-importante-na-luta-pela-informacao/

CCJ aprova projeto para destinação de bitucas de cigarro




O projeto 627/11, de autoria do deputado estadual Rasca Rodrigues (PV), que estabelece normas para coleta, reciclagem e destinação adequada de bitucas de cigarro no Paraná, recebeu parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (18). O projeto passará ainda por votação em plenário, e se aprovado, para sanção do Governo do Estado.

De acordo com a proposta locais com grande aglomeração de pessoas como ruas, praças, praias, parques, estádios de futebol, rodoviárias, aeroportos e similares deverão oferecer a população recipientes para coleta das bitucas, evitando o descarte impróprio. “A Lei Antifumo (16.239/09) contribuiu para melhoria da qualidade do ar, mas ela também fez com que os fumantes utilizassem os espaços públicos, aumentando o volume de bituca nas ruas, bueiros, etc”, justifica Rasca.

Estima-se que apenas em Curitiba oito milhões de bitucas de cigarro sejam descartadas diariamente, sendo que aproximadamente 3,5 milhões (quase a metade) acabam virando lixo em espaços públicos, entupindo. Cada bituca leva em torno de cinco anos para se decompor no ambiente, pois em sua composição há mais de 4,7 mil substâncias como metais pesados, pesticidas, arsênico, entre outros.

Extraido:http://rasca.com.br/ver-noticia/

O perigo do uso indiscriminado dos agrotóxicos






O Brasil, infelizmente, é o líder mundial de uso de agrotóxicos. Somente em 2010 foram jogados nas lavouras do país mais de um bilhão de litros de veneno, de acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Agrícola.
O uso inadequado e exagerado de agrotóxicos nas plantações é responsável pelos altos índices de intoxicação verificados entre os produtores e trabalhadores rurais, provoca a contaminação dos alimentos consumidos pela população e causa a perda da biodiversidade. Devido as suas conseqüências, o uso indiscriminado de agrotóxicos deixa de ser uma questão relacionada exclusivamente à produção agrícola e se transforma em um problema econômico, ambiental e de saúde pública.
Para que se tenha idéia, uma pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) coletou leite de 62 mulheres, no município de Lucas do Rio Verde, para avaliar a situação dos agrotóxicos. Todas elas apresentaram taxas elevadas de agrotóxico no leite materno. Algumas até com seis tipos de venenos diferentes. Isso significa que esses produtos nos atingem desde a infância.
Nesse quadro, os agrotóxicos já ocupam o quarto lugar no ranking de intoxicações, ficando atrás apenas dos medicamentos, acidentes com animais peçonhentos e produtos de limpeza. Essas fórmulas podem causar distúrbios neurológicos, respiratórios, cardíacos, pulmonares e no sistema endócrino, ou seja, na produção de hormônios. No Brasil o consumo de agrotóxicos cresce de forma correspondente ao avanço do modelo do agronegócio, que concentra a terra e utiliza grande quantidade de venenos para garantir a produção em escala industrial.
Mas é possível mudar este modelo de produção e reduzir o uso de agrotóxicos no país. Diversos estudos de empresas brasileiras garantiram o desenvolvimento de novas tecnologias que proporcionam a correta colocação do produto no alvo, em quantidade necessária, de forma econômica e com o mínimo de contaminação de outras áreas.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por exemplo, desenvolveu o bocal eletrostático para pulverizadores, um equipamento que reduz o uso de agrotóxicos em plantações. A Embrapa Meio Ambiente adaptou-o em pulverizadores motorizados e, em testes realizados na cultura de tomate estaqueado, demonstrou que a nova tecnologia aumenta 19 vezes a deposição de agrotóxicos nas plantas e reduz em 13 vezes a contaminação dos aplicadores.
Ou seja, é possível mudar este modelo de consumo que causa danos ao meio ambiente e a sociedade. Esta por sua vez, está cada vez mais consciente quanto às conseqüências do uso de agrotóxicos nas plantações. Uma prova disso é a crescente busca pelos produtos orgânicos.
Dentro deste novo cenário a agricultura orgânica e a agroecologia ganham força. O mercado de orgânicos movimenta cerca de US$ 40 bilhões (R$ 89,2 bilhões) ao ano, no mundo. Ou seja, a busca por uma produção sustentável e alimentação saudável é crescente e não encontra barreiras.
No Paraná participamos da implementação de algumas ações direcionadas a redução dos níveis de contaminação pelo uso e armazenamento de agrotóxicos. Em 2003, o Paraná ocupava a 9ª colocação no ranking nacional de recolhimento de embalagens de agrotóxicos.
Com o lançamento de campanhas – em parceria com o Instituto Nacional de Recolhimento de Embalagens Vazias (Inpev) - explicando a importância da tríplice lavagem para o recolhimento, garantimos o aumento nos índices de devolução. Em 2009, o Paraná já ocupava destaque no cenário mundial entre os que mais recolheram embalagens usadas de agrotóxicos.
Além disso, os estoques de Hexabenzeno de Cloro (BHC) - agrotóxico proibido há mais de 20 anos – estão com os dias contados no Paraná. Em 2009, lançamos uma campanha inédita para recolher e destinar adequadamente este produto que ainda pode ser encontrado em propriedades rurais no interior do Estado. O BHC, ao entrar em contato com a pele, tem efeito cumulativo, causando danos irreversíveis. Já para o meio ambiente, entrando em contato com o solo, o BHC pode contaminar a terra por mais de 100 anos.
O pontapé inicial aconteceu no município de Mandaguaçu, de onde foi retirada a primeira carga de BHC, contendo 14 toneladas do produto armazenado em 20 propriedades rurais.
Vale lembrar, que só estamos conseguindo eliminar este passivo ambiental graças ao apoio dos Sindicatos Rurais, Cooperativas, técnicos, produtores e apoio legal do Projeto de Lei - aprovado pela Assembléia Legislativa do Paraná.
Também como parte da campanha, lançamos o ‘Manual de Orientação para Acondicionamento, Transporte e Destinação do BHC e Agrotóxicos Obsoletos e Proibidos’, elaborado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CEMA) para orientar a maneira correta de manipular os agrotóxicos.
Com isso, esperamos uniformizar no Paraná os procedimentos de redução na aplicação, retirada e incentivo a agricultura sustentável, garantindo aos produtores rurais a não manipulação desses produtos perigosos, o que irá preservar a saúde do agricultor e evitar danos irreversíveis ao meio ambiente.

Rasca Rodrigues é deputado estadual pelo PV, vice-presidente da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembléia Legislativa e ex-secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná
Extraído:
O perigo do uso indiscriminado dos agrotóxicos

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O VENENO NOSSO DE CADA DIA


No auditório lotado da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, na Fiocruz, a diretora de “O Mundo Segundo a Monsanto”, Marie-Monique Robin lançou no dia 12/09 seu mais novo filme: “O veneno nosso de cada dia”. Desta vez, ela tentou devendar como são calculados os valores de IDA – Ingestão Diária Aceitável – para diversos produtos como agrotóxicos, resíduos de plásticos e o aspartame.


O evento contou ainda com a presença do diretor Sílvio Tendler, cujo mais novo documentário – O veneno está na mesa – fora exibido no mesmo local dias atrás. Ambas exibições fazem parte do Ciclo de debates sobre a Rio+20 : quem sustenta o desenvolvimento sustentável?, cujo objetivo é preparar a Fiocruz para um posicionamento institucional em relação ao encontro que ocorrerá no ano que vem.


Ingestão diária aceitável – IDA – é um valor numérico, medido em mg/kg, que determina a quantidade que se pode consumir de uma substância durante todos os dias, com segurança, por toda a vida.[1] Na prática, para os agrotóxicos por exemplo, determina qual limite máximo de resíduo aceitável em um alimento. Era de se esperar que este índice fosse calculado com um alto grau de rigor científico, para que em nenhum momento colocasse a vida dos consumidores em risco.


Mas Marie-Monique nos mostra justamente o contrário. No mesmo estilo investigador de “O Mundo Segundo a Monsanto”, a diretora percorre centros de pesquisa e agências reguladoras em vários países tentando descobrir como este índice é definido. E ela não deixa dúvidas: através de estudos científicos pagos pelas empresas, e com a ajuda diretores de agências reguladoras com ligações com a indústria, os próprios fabricantes das susbstâncias é que definem o nível aceitável.


Após a exibição do filme, Marie-Monique disse que o filme foi como uma continuação de “O Mundo segundo a Monsanto”. O trabalho de pesquisa impecável fez com que a gigante multinacional não movesse sequer um processo contra ela. Nada foi dito sem que houvesse comprovação. E da mesma forma foi feito em “O veneno nosso de cada dia”, que acompanha um livro de 400 páginas. O objetivo é mostrar que a Monsanto não é uma exceção: diversas outras multinacionais utilizam os mesmos métodos – tráfico de influência, corrupção, fraude científica – para lucrar às custas da vida da população.

Ela revelou ainda que apenas 10% das substâncias que estão presentes no nosso dia-a-dia foram testadas.

 E mesmo assim, esses testes sempre foram feitos com forte influência dos fabricantes. Representantes da indústria química chegaram a dizer que seu “o livro envenena a indústria química”. De fato, a análise incomoda tanto a indústria quanto as agências reguladoras.

Uma das grandes dificuldades, segundo ela, foi conseguir que estes representantes falassem. Foram mais de 100 contactados, e apenas 16 falaram.


O caso da EFSA, agência européia, foi o mais emblemático. Após várias tentativas negadas, ela ameaçou dizer no filme que agência havia se recusado a falar. Então eles aceitaram, mas se prepararam bem: passaram “O Mundo Segundo a Monsanto” para todos os funcionários, para que se preparassem para o tipo de pergunta. 

E durante a sua visita, foi seguida de perto por vários seguranças, que filmaram todos os seus passos. Mesmo assim, o representante entrevistado fica mudo quando ela mostra, através de documentos da própria EFSA, a fragilidade científica sob a qual é baseado o IDA. Já a Organização Mundial da Saúde, órgão da ONU, respondeu simplesmente: “É o melhor que podemos fazer.”
Mecanismo mais comum utilizado pelas empresas para travar os processos de regulação são os estudo científicos feitos para assegurar que um determinado produto é seguro. Assim que surge um estudo independente dizendo que uma substância é nociva, a empresa lança outro contestando, e com isso o processo de regulação fica paralisado. Num dos casos analisados pelo filme, havia mais de 100 estudos sobre uma substância: metade deles, financiados pelo fabricante, dizia que era seguro; a outra metade, de cientistas independentes, dizia que era perigoso.


A batalha que hoje travamos contra os agrotóxicos ou contra o aspartame já teve casos semelhantes de sucesso no passado. Amianto, chumbo na gasolina, benzeno e DDT são alguns dos exemplos de substâncias que a indústria conseguiu, através de mentiras científicas, segurar por anos no mercado. E hoje, mesmo proibidas, ainda causam problemas no meio ambiente e nas pessoas contaminadas.


Marie-Monique completa: “O sistema trabalha com a ideologia do progresso. O problema é que este progresso tem um custo para a saúde e para o ambiente, e ninguém nos perguntou se estamos dispostos a pagá-lo.”


E para não terminar de forma tão trágica, a diretora já anunciou que seu próximo filme e livro será sobre a resistência agroecológica que vem se fortalecendo no mundo inteiro. E afirmou: “Gostaria muito de contar com a presença do MST, que é uma referência mundial no trabalho e na promoção da agroecologia”.


Extraido: http://www.soltec.ufrj.br/mstrio/marie-monique-robin-lanca-seu-novo-filme-na-fiocruz/

Conheça o Filme - O Mundo Segundo a Monsanto:
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/10/o-veneno-nosso-de-cada-dia_17.html

AGROTÓXICOS NO BRASIL



Foi lançado recentemente o livro “Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida”, de Flávia Londres.

O livro é uma iniciativa da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA). Segundo a autora, percebeu-se uma demanda por um material que sistematizasse de maneira mais completa e profunda a questão dos agrotóxicos no Brasil. A ideia é também subsidiar a luta na ponta por quem está vivendo e lutando no dia a dia contra os agrotóxicos. “No momento em que vemos chuva de agrotóxicos, contaminação da água, dos próprios trabalhadores, precisamos de um instrumento para subsidiar a carência de informações: o que é permitido? Como faço denúncia? O que devo esperar das autoridades?”, diz Flávia.

“O livro faz caminhar da indignação para a digna-ação. Não queremos ouvir de novo em 2012 que o Brasil é o campeão dos agrotóxicos. O livro tem o papel de contaminar as pessoas com o desejo de que isso não se repita.”

O Livro esta disponível para dowload:

http://aspta.org.br/2011/09/lancamento-do-livro-agrotoxicos-no-brasil-um-guia-para-acao-em-defesa-da-vida/agrotoxicos-no-brasil-mobile/

domingo, 16 de outubro de 2011

O FUTURO ROUBADO

Documentário da BBC. Título original "Assault on the male".

O Documentário mostra como as substâncias contidas em plásticos, detergentes e enlatados, conhecidas como disruptores endócrinos, podem agir como hormônio feminino, afetando a fertilidade masculina e aumentando o câncer de mama em mulheres.
Estas substâncias ainda modificam as estruturas reprodutivas de animais.



Parte 1-5


Parte 2-5




Parte 3-5



Parte 4-5



Parte 5-5




PARA SABER MAIS:

Bisfenol A pode prejudicar o cérebro de recém nascidos


Bisfenol: você come sem saber e adoece sem querer

O VENENO NOSSO DE CADA DIA


Parte 1-2


Parte 1-2



Documentário feito em Portugal. Resultados surpreendentes.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

França quer proibir bisfenol A em todas as embalagens de alimentos

O TAO DO CONSUMO:

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Bisfenol: você come sem saber e adoece sem querer


Bisfenol-A (BPA) nome estranho, mas que tem aparecido com frequência na imprensa. Na semana passada, foi noticiado que Piracicaba – SP é a primeira cidade do Brasil a aprovar, na Câmara Municipal, uma lei que proíbe a comercialização de mamadeiras, chupetas, alimentos e bebidas que contenham o químico bisfenol A.
Em 2010 a regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e metabologia (SBEM-SP) criou a Campanha Contra os Desreguladores Endócrinos, com slogan ”Diga não ao bisfenol-A, a vida não tem plano B” para fomentar a sociedade com informações com objetivo de prevenção. Como primeira ação realizou o Fórum SBEM-SP sobre Desreguladores Endócrinos Bioquímica, Bioética, Clínica e Cidadania na Sede do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Para isso criaram um grupo de Trabalho em Desreguladores Endócrinos, para estudar os efeitos de tais disruptores sobre a saúde humana. Tema até então muito negligenciado pelos endocrinologistas brasileiros.
Inúmeros países estão proibindo a comercialização de produtos à base de BPA e a discussão chegou ao Brasil.

Para ler o artigo completo acesse:


Vivagreen - Por um mundo +Sustentável:

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Para Saber mais:
http://www.ecodebate.com.br/tag/bisfenol-a/
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com/2011/11/o-tao-do-consumo-bisfenol-pode.html


O FUTURO ROUBADO

Documentário da BBC. Título original "Assault on the male".

O Documentário mostra como as substâncias contidas em plásticos, detergentes e enlatados, conhecidas como disruptores endócrinos, podem agir como hormônio feminino, afetando a fertilidade masculina e aumentando o câncer de mama em mulheres.
Estas substâncias ainda modificam as estruturas reprodutivas de animais.


ACESSE:
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com/2011/10/o-futuro-roubado.html