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domingo, 29 de junho de 2014

Estudo americano aponta relação entre autismo e pesticidas


Imagem: Timothy Archibald

Uma mulher grávida que vive perto de uma fazenda onde são utilizados pesticidas tem 66% mais chances de ter uma criança autista, revelaram pesquisadores da Universidade da Califórnia Davis em um estudo publicado nesta segunda-feira (23).

Esta pesquisa publicada na revista Environmental Health Perspectives analisa a associação entre viver perto de um lugar onde são usados pesticidas e os nascimentos de crianças autistas, apesar de não deduzir uma relação de causa e efeito.

O autismo é um transtorno de desenvolvimento que atinge uma em cada 68 crianças nos Estados Unidos. Um número crescente em relação a 2000, quando a desordem afetava uma em cada 150 crianças americanas.

Os pesquisadores compararam dados sobre a utilização de pesticidas na Califórnia na residência de 1.000 pessoas que participaram de um estudo de famílias com crianças autistas.

"Observamos onde viviam os participantes do estudo durante a gravidez e no momento do nascimento", explicou um dos autores do estudo, Irva Hertz-Picciotto, vice-presidente do departamento de Ciências e Saúde Pública da Universidade Davis da Califórnia.

"Constatamos que foram utilizados vários tipos de pesticidas, em sua maioria perto das casas onde as crianças desenvolveram autismo ou distúrbios cognitivos."

Cerca de um terço dos participantes do estudo vivia entre 1,25 e 1,75 quilômetros de onde foram usados pesticidas.

Os pesquisadores também descobriram que os riscos foram maiores quando o contato com o pesticida se deu entre o segundo e o terceiro mês de gravidez.

O desenvolvimento do cérebro do feto poderia ser particularmente sensível a pesticidas, de acordo com os autores do estudo.

"Este estudo confirma os resultados de pesquisas anteriores que constataram ligações na Califórnia entre o fato de uma criança ter autismo e estar exposto a produtos químicos agrícolas durante a gravidez", indicou Janie Shelton, co-autora do estudo.

"Apesar de ainda termos que ver se alguns subgrupos são mais sensíveis do que outros a exposição a pesticidas, a mensagem é clara: as mulheres grávidas devem prestar atenção e evitar qualquer contato com produtos químicos agrícolas.".

Fonte: UOL Saúde




quarta-feira, 25 de junho de 2014

Pesticidas muito usados ameaçam a biodiversidade, dizem cientistas



Avaliação científica internacional foi divulgada nesta terça-feira.

Pesquisa pede supressão progressiva global dos neonicotinoides e o fipronil.

Alguns dos pesticidas mais utilizados no mundo têm efeitos nefastos sobre a biodiversidade, não se limitando apenas às abelhas, mas que prejudicam também as borboletas, minhocas, aves e peixes, segundo uma avaliação científica internacional apresentada nesta terça (24).

Depois de ter examinado as conclusões de 800 estudos publicado há vinte anos, os autores desta avaliação pedem para endurecer ainda mais a regulamentação sobre os neonicotinoides e o fipronil, os dois tipos de substâncias químicas estudadas, e de "começar a planejar sua supressão progressiva em escala mundial ou, ao menos, formular planos destinados a reduzir fortemente seu uso no mundo".

Veja também:




"As provas são muito claras. Estamos diante de uma ameaça que pesa sobre a produtividade de nosso meio natural e agrícola", indica em um comunicado o Dr Jean-Marc Bonmatin (CNRS), um dos principais autores desta análise realizada nos últimos quatro anos.

A avaliação foi feita por um painel de 29 pesquisadores internacionais no âmbito de um grupo de trabalho especializado em pesticidas sistêmicos (concebidos para ser absorvidos pelas plantas).

 Este grupo aconselha, entre outros, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), o organismo que vigia a saúde da biodiversidade mundial através de sua lista vermelha de espécies ameaçadas.

As conclusões são publicadas em oito artigos durante o verão na revista "Environmental Science and Pollution Research", afirma este grupo de trabalho.


Impacto

Os pesticidas estudados são "os mais utilizados hoje no mundo, com uma quota de mercado estimada em 40%" e também "são utilizados normalmente nos tratamentos domésticos para a prevenção das pulgas nos gatos e nos cachorros e na luta contra os cupins nas estruturas de madeira".

Os efeitos vinculados à exposição de pesticidas "podem ser imediatos e nefastos, embora também crônicos", afirmam os pesquisadores. Os efeitos são diversos, como a perda de olfato ou de memória, uma perda de fertilidade, diminuição da ingestão de alimentos, abelhas que forrageiam menos ou uma capacidade alterada das minhocas de cavar túneis.

Estes pesticidas são denunciados há anos como uma das causas que explicam o declive das populações de abelhas. A União Europeia já suspendeu em 2013 o uso do fipronil e de três neonicotinoides devido aos seus efeitos nos polinizadores.

Fonte: G1 Natureza

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Conexão Repórter 18-06-2014 O Doce Veneno nos Campos



Roberto Cabrini comandou uma investigação exclusiva e revelou as graves consequências do uso indiscriminado de agrotóxicos.

No sertão nordestino, encontrou trabalhadores desprotegidos que se contaminam todos os dias.

Uma região onde a incidência de câncer chega a 30% maior do que o norma.

Colaboração - Edilson Gonçalves
Nota do Blog.

Trabalhadores desprotegidos que se contaminam todos os dias, não é exclusivo do sertão nordestino, isso acontece nas regiões mais desenvolvidas do país - principalmente na agricultura familiar, e existe uma omissão muito grande da assistência técnica privada e oficial.


Segundo o dossiê da Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO parte 2 (Augusto, 2012) os sistemas de informações no país ainda não retratam a real situação das intoxicações agudas e crônicas em virtude da acentuada subnotificação. Nenhum deles tem respondido adequadamente como instrumento de vigilância deste tipo de agravo havendo para os casos agudos um sub-registro muito grande e os casos crônicos não são captados por nenhum dos sistema de informação.

 Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) registrou 2.071 casos de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola, em 2007 e 3.466 casos em 2001, um aumento de de 67.3%. O Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), por sua vez, registrou em 2009 - 5253 casos de intoxicação por agrotóxicos de uso agrícola com um total de 188 óbitos .

O Ministério da Saúde estima que, anualmente, existam mais de 400 mil pessoas contaminadas por agrotóxicos, com cerca de 4 mil mortes por ano no Brasil.

Estima-se que para cada caso registrado de intoxicação por agrotóxico ocorrem outros 50 sem notificação, ou com notificação errônea.

Os EPIs por mais eficientes que sejam, podem reduz a exposição do trabalhador ao produto químico, mas não elimina totalmente a exposição ao agente químico e pesquisadores já alertam “na maioria das vezes, parece que os EPIs agrícolas não conseguem evitar a contaminação, o acidente ou a lesão” (VEIGA et al., 2007. p.9).

Discutiu-se ainda a possibilidade dos EPIs apresentarem lacunas funcionais no projeto (VEIGA, 2007), no que diz respeito a sua permeabilidade, conforto térmico, máscaras e protetores faciais que embaçam com a respiração e outros acessórios que não foram projetados para uso integrado e que nos casos analisados além de não neutralizar a insalubridade aumentam a probabilidade de contaminação dos trabalhadores em algumas atividades.


Corraborando o foi colocado por (Veiga, 2007) o médico do trabalho e doutor em toxicologia Wanderlei Pignati em entrevista ao Portal Viomundo (AZENHA, 2011) coloca:

O uso seguro do agrotóxico é altamente questionável. Pode ser seguro para o trabalhador, isso se ele usar todos os EPI. Mesmo assim, tem toda uma questão da eficiência e eficácia desses EPI. Sou também médico do trabalho e a gente vê isso. A eficiência e eficácia do EPI é de 90%, se [os trabalhadores] usarem máscara com o filtro químico adequado. E o resto do vestimento? Agrotóxico penetra até pelo olho! Pela mucosa, pela pele. Então teria que ter até um cilindro de oxigênio para respirar igual a um astronauta. O filtro pega 80% ou 90% dos tipos de agrotóxico. Hoje, você tem mais de 600 tipos de princípios ativos e são 1.500 tipos de produtos formulados. Tem agrotóxicos novos com moléculas muito pequenas que passam pelo filtro. Então, com toda a proteção ideal, você protege o trabalhador. Mas, e o ambiente?


Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Ceará divulgada no programa Globo Rural (edição 26 agosto 2012), mostra um estudo que esta procurando detectar precocemente indicio de câncer em trabalhadores rurais através da análise do DNA das células da medula óssea.

De nove amostras analisadas, seis apresentaram alterações que chamaram atenção dos pesquisadores, porque estas alterações acostumam aparecer em caso de leucemia aguda e apesar da alteração ser apenas em uma das 20 células analisadas, o agricultor não esta ainda doente - mas tem o primeiro passo para o desenvolvimento de câncer, mas se o trabalhador continuar por mais alguns anos com a exposição aos agrotóxicos possivelmente vai desenvolver uma doença na medula óssea - alerta o pesquisador.


Outra pesquisa que acompanhou 108 viticultores (RuralBr 2011) de várias localidades de Caxias do Sul –RS, nos anos de 2001 e 2002, realizada pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade de Caxias do Sul (UCS) analisou as células dos viticultores e foram detectadas lesões no DNA de todos os produtores em um nível seis vezes maiores em relação ao um grupo de pessoas não expostas aos agrotóxicos.

Segundo a bióloga e geneticista Juliana da Silva, os danos na célula pode acumular no sistema de uma pessoa e causar doenças como câncer e alzheimer.

Estudo realizado (Bedor, 2008), que objetivou estudar o potencial carcinogênico dos agrotóxicos utilizados na fruticultura do Vale do São Francisco, revelou que para os agrotóxicos mais utilizados, 87% possuem potencial carcinógenos e 7% são potencialmente pré – carcinógenos, indicando uma evidente situação de vulnerabilidade para o câncer.


Estudo realizado na região sul de Minas Gerais (Silvia, 2008) aponta para uma relação entre cânceres hematológicos e a utilização de agrotóxicos. São classificados como cânceres hematológicos os linfomas, as leucemias e o mieloma múltiplo e conclusão que se chegou é que os trabalhadores que declararam ter tido exposição a agrotóxicos apresentaram um risco de quase quatro vezes maior para o desenvolvimento desse tipo de câncer em relação àqueles que não declararam exposição.

Fonte: AGROTÓXICO NO BRASIL – USO E IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE PÚBLICA

Veja também:

Série Viúvas do Veneno 1 - Silêncio e dor se multiplicam nos campos brasileiros

Uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul chega a quase o dobro da média nacional

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Manejo Integrado de Pragas: gasto ou economia?


Fonte imagem: http://www.cnpuv.embrapa.br/eventos/workshopento2009/

O produtor sabe que investir no manejo integrado de pragas exige o monitoramento constante da lavoura. Mas de quanto pode ser o retorno financeiro deste investimento? Foi em busca desta resposta que uma centena de pesquisadores e técnicos da extensão rural estiveram reunidos nos dias 10 e 11 de junho, na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), durante a “Avaliação das Unidades de Referência Tecnológica de Manejo Integrado de Pragas Safra 2013”.

“A Helicoverpa causou uma revolução no manejo das lavouras. Fomos obrigados a rever as nossas práticas e o uso de defensivos sem critérios técnicos, somente com base no calendário. Agora precisamos saber primeiro o que está causando danos na lavoura para então avaliar a melhor estratégia de controle, já que só aplicar inseticida não funciona mais. O prejuízo trouxe também o aprendizado”, afirmou o técnico da Emater/RS Alencar Rugeri.

Para o técnico da Emater/PR, Nelson Harger, “o agricultor tem muita informação, mas pouco conhecimento. O modelo atual está voltado à máxima produtividade, que nem sempre considera a rentabilidade. Nosso papel aqui é fazer a ponte para que o produtor tenha sempre o melhor resultado”.

Resultados

Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, foram monitorados 5 mil hectares (ha) de soja e milho na última safra, com abrangência em 200 propriedades. O Manejo Integrado de Pragas (MIP) contou com diversas estratégias, como armadilhas, identificação de insetos, controle biológico (distribuição de vespas), uso de defensivos seletivos e acompanhamento técnico junto ao produtor em áreas entre 2 a 5 ha, chamadas de Unidades de Referência Tecnológica (URTs). O esforço da Ascar-Emater/RS contou com mais de 200 extensionistas, além de pesquisadores da Embrapa Trigo, no acompanhamento e identificação das pragas. As capacitações em palestras e eventos a campo foram realizadas durante todo o processo, com apoio da Caravana da Embrapa para Ameaças Fitossanitárias no Brasil, que percorreu os principais polos produtores de grãos no Estado.

A principal dificuldade dos extensionistas foi convencer o produtor a não aplicar inseticidas nas URTs enquanto o nível recomendado pelo MIP não fosse atingido, o que acabou atrapalhando a mensuração dos resultados. Mas na propriedade da família Stapenhorst, com 12 ha em Roca Sales (RS), a condução de 2,5 ha de soja seguindo os preceitos do MIP trouxe resultados surpreendentes: o rendimento foi superior em 10 sacos de soja, um ganho direto de R$ 1.250,00 na área, além da economia com defensivos no investimento de duas aplicações de inseticidas e apenas uma de fungicida, enquanto no resto da lavoura sem MIP foram necessárias quatro aplicações de inseticidas e duas de fungicidas. Segundo o técnico da Emater/RS Municipal, Guilherme Miritz, no milho o rendimento foi semelhante na área sem monitoramento, mas o controle de pragas foi restrito a uma aplicação de inseticida. “Com a divulgação dos resultados, o produtor pretende fazer o controle em toda a área cultivada e os vizinhos já estão demandando o acompanhamento técnico. A meta do projeto é fazer com que o produtor domine a tecnologia e sirva como multiplicador do MIP”, explica Miritz.


Paraná

O acompanhamento no uso de inseticidas pela Emater/PR é realizado desde 1996 e mostra o crescimento constante no número de aplicações nas lavouras de verão: em 1996, eram 2,7 aplicações por safra; em 2014, o número passou para 4,6 aplicações. De acordo com o técnico Nelson Harger, a diversidade de produtos utilizados também é considerada alta, com média de 5,8 inseticidas na mesma safra.

A partir da implantação do MIP numa área de 100 ha, distribuídos em cinco propriedades, no município de Cambé (PR), foi possível reduzir as pulverizações com inseticidas em 68%. Nas mais de 100 URTs de soja instaladas no Estado (média de 24 ha cada), o número de aplicações de inseticidas caiu de 4,6 (média do PR) para 2,2 (média URT). Nas áreas que não foram acompanhadas, a primeira aplicação foi aos 25 dias da implantação da lavoura, enquanto que as áreas monitoradas com MIP só tiveram aplicações aos 57 dias. Nas contas da Emater/PR e dos parceiros do projeto “Plante seu futuro”, o custo por hectare com aplicações de inseticidas nas URTs foi R$ 143,7; enquanto o custo/ha na média das aplicações no Paraná foi de R$ 276,5 considerando gastos com inseticidas e mão-de-obra.


Mato grosso
As diferenças regionais e culturais na produção agrícola do Brasil exigem a adaptação dos processos de transferência de tecnologia, assim a agricultura familiar ganha grandes proporções no tamanho das propriedades do Centro-Oeste. No Mato Grosso, o MIP foi conduzido em apenas uma URT de 100 ha em Sinop, durante três anos, na propriedade de um formador de opinião. É o conceito de “Produtor Experimentador”, em prática pela Embrapa Agrossilvipastoril. A área foi dividida em duas partes iguais, com 50 ha sob o MIP e outros 50 ha conduzidos a critério do produtor Junior Ferla. Como resultados, os custos de produção reduziram em 5% na área com MIP, onde foram efetuadas duas aplicações de inseticidas e uma de fungicida, enquanto a média na região foi de 5 a 8 aplicações. De acordo com o pesquisador Rafael Pitta, o produtor pretende estender o MIP para toda a área de soja em mais de 2 mil ha. Neste ano, estão previstas mais 10 URTs no Mato Grosso.


Avaliação final

De modo geral, na avaliação dos técnicos envolvidos no processo, o rendimento das lavouras de milho e soja conduzidas com MIP ficaram na média dos municípios ou acima, com a vantagem de redução no número de aplicações com inseticidas na maioria dos casos. “Este evento mostra que é possível a redução na utilização de agrotóxicos, no número de aplicações tanto em pequenas propriedades quanto em produção de grande escala. Provamos que o processo pode ser feito tanto com o monitoramento, quanto com o uso de produtos e agentes de controle biológico sem implicar em perdas no rendimento”, ressalta o Diretor Técnico da Emater/RS Gervásio Paulus.

Ainda, um dos aportes na divulgação do MIP foi a Caravana Embrapa para Ameaças Fitossanitárias, que percorreu o Brasil com conhecimentos sobre o MIP com mais de 30 especialistas, em 18 estados e capacitações para 6 mil multiplicadores. Segundo um dos coordenadores, Sérgio Abud, os maiores resultados da Caravana foram mudança de comportamento nos agentes produtivos; redução no uso de inseticidas; preservação e identificação dos inimigos naturais; e retomada no uso do controle biológico de pragas.


Texto: Joseani Antunes - MTb 9396/RS


Para saber mais:




sábado, 14 de junho de 2014

Ministro promete agilizar liberação de defensivos agrícolas



São Paulo - O ministro da Agricultura, Neri Geller, disse que o governo trabalha para agilizar a liberação do uso de defensivos agrícolas. Segundo ele, essa é uma determinação da presidente Dilma Rousseff e prioridade no Ministério da Agricultura até o final do ano. "Temos muito tempo (até o final do governo), porque a produção vai avançar.

 Estamos trabalhando para flexibilizar no máximo em 90 dias", informou.


Veja também:  





Segundo o ministro, é inconcebível que países como a Austrália e os Estados Unidos usem alguns produtos que não podem ser usados no Brasil. O ministro informou que um grupo técnico, com representantes da Casa Civil e dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, trabalha no exame dos produtos que podem ser liberados. "É muito difícil. Há uma legislação que é muito conflitante. Mas estamos trabalhando dentro do ministério para agilizar", admitiu.

Ele informou que foram liberados três produtos para ferrugem. E mais um deve ser liberado em breve para combate da nematoide. Há cerca de 90 dias à frente do Ministério da Agricultura, Geller destacou que, além da liberação dos defensivos, são prioridades da sua gestão a abertura de mercados e a regulamentação do Código Florestal. (A.E.)

Fonte: Folha Web

Nota do Blog:



terça-feira, 10 de junho de 2014

Laudo revela contaminação por agrotóxicos em água tratada no norte do Paraná


                       A água tratada fornecida pela Sanepar aos moradores do distrito de Aricanduva, que pertence ao município de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), foi contaminada por oito tipos de agrotóxicos, aponta o relatório do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente.


Técnicos do órgão de apoio do Ministério Público (MP) realizam a coleta no segundo semestre do ano passado em nove pontos na região onde está instalada a indústria produtora de inseticidas Nortox, entre Arapongas e Apucarana.

Conforme o laudo ao qual o portal Bonde teve acesso, em sete pontos foram coletadas amostras provenientes de rios e nascentes de duas microbacias próximas da indústria e de áreas de plantios, onde agricultores também podem estar utilizando pesticidas.

Em alguns pontos, mais de 20 tipos de agrotóxicos foram encontrados.

"É necessário destacar o histórico relatado pelo proprietário da pequena fazenda, segundo qual as plantações de subsistência no local jamais receberam pesticidas. Apesar disso, um total de 28 pesticidas diferentes foram identificados", afirma a equipe técnica ao comentar as amostras retiradas de um dos rios pesquisados.

As águas analisadas ainda foram retiradas de um poço e da torneira, o que é destacado pelos pesquisadores durante o laudo. "Observa-se grande variedade de pesticidas em todas as amostras, inclusive no Ponto P 15 T (torneira) após tratamento para distribuição de água." Entre os oito agrotóxicos encontrados na água tratada está o atrazina, herbicida que é utilizado no plantio de cana-de-açúcar e milho.
No relatório final, a equipe técnica conclui que a qualidade da água "não atinge os parâmetros" para os rios e "tampouco os de potabilidade". "Sugere-se interromper o consumo humano e animal com as águas analisadas, devido ao risco sanitário oferecido pelas águas contaminadas", recomenda o Centro de Apoio, sem apontar os responsáveis pelo dano ambiental.

Necessidade de novas amostras

O levantamento também pede que novas amostras provenientes de locais fora da influência da empresa e da estação de tratamento de efluentes desativada sejam analisadas "a fim de comparar a qualidade da água".

As promotorias do Meio Ambiente de Apucarana e Arapongas já solicitaram a avaliação de novas amostras depois que os inquéritos retornaram de Curitiba.

O promotor do meio ambiente de Apucarana, Vilmar Antônio Fonseca, informou que abriu inquérito em separado para apurar a qualidade da água na cidade e solicitou a coleta e análise da Sanepar em diferentes pontos do município.

Ele lembrou que a água tratada retirada de Aricanduva e avaliada pelo Centro de Apoio é proveniente do Parque da Raposa, responsável por abastecer bairros na zona norte de Apucarana. "Uma das medidas já tomadas é a proibição de atividades agrícolas em áreas próximas ao Parque da Raposa por conta do risco de contaminação", explicou.

Já a promotora do meio ambiente de Arapongas, Leda Barbosa Lorejan, vai solicitar que a prefeitura recolha novas amostras em diversas regiões do município e uma análise detalhada com a contratação de um laboratório para realização do exame de cromatografia, que não seria realizado pela Sanepar.

"Infelizmente, os agrotóxicos são utilizados de maneira indiscriminada em todo Estado. Pesquisas realizadas no Paraná apontam a maior incidência de neoplasias em áreas com grande utilização de herbicidas e agrotóxicos", alerta.

A promotora tratou com cautela a sugestão do relatório de interrupção do abastecimento e ressaltou a necessidade de novas amostras para estudo do caso e ainda para verificar eventuais responsáveis pela contaminação. "Recentemente, Arapongas passou por um racionamento e não podemos tomar medidas que possam levar os moradores a buscar alternativas em outras fontes, que podem até estar em uma situação ainda pior", respondeu.

Em nota enviada ao portal Bonde, a assessoria de imprensa da Sanepar disse que a empresa tomou conhecimento do laudo no mês de abril.

"Em contato com o MP, foi solicitado à Sanepar uma série de laudos e documentos. Sanepar efetuou em maio coletas e análises de água em 10 pontos do sistema de abastecimento de Aricanduva. Foram análises extras às que são feitas regularmente pela Sanepar, em rigoroso cumprimento à Portaria 2.914 do Ministério da Saúde, que determina os parâmetros da água potável e a frequência com que devem ser feitas as análises. Em nenhuma dessas amostras foi detectado qualquer índice de contaminação, assim como em todos os laudos feitos anteriormente. Foram encaminhados ao Ministério Público os laudos das análises de água in natura, produzida e distribuída pelo sistema de Apucarana, que abastece Aricanduva, dos últimos cinco anos. Todos os laudos feitos comprovam que a água distribuída à população de Apucarana e Aricanduva tem a qualidade exigida pelo Ministério da Saúde para ser distribuída à população", garante a Sanepar.

Entre quarta-feira (4) e sexta-feira (6), a reportagem procurou a Nortox, no entanto, não obteve uma posição da empresa sobre o assunto até o fechamento da matéria.

Fonte: Bonde

Colaboração: Edilson Gonçalves

Mais sobre o tema acesse: Resíduos de agrotóxicos na água

sábado, 7 de junho de 2014

GOVERNO NORTE-AMERICANO RECONHECE QUE ABELHAS ESTÃO MORRENDO A UMA TAXA ALARMANTE


Um novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou que o atual ritmo de mortes de abelhas durante o inverno é preocupante e está insustentável economicamente para os apicultores. De acordo com os dados levantados, 23,2% das Apis mellifera, que são as abelhas domesticadas para a fabricação de mel, do país morreram durante o inverno de 2013/2014. Além de ser um problema para os apicultores, o desaparecimento das abelhas significa uma grave crise ambiental e um problema para várias culturas agrícolas, que precisam delas como agentes.
Um número muito acima da taxa de mortes que os apicultores consideram como o máximo aceitável para que a sua atividade seja viável economicamente, algo em torno dos 18%.

“Populações saudáveis de polinizadores são essenciais para a economia agrícola. Apesar de estarmos felizes com a diminuição de mortes, as perdas ainda são muito altas e temos que trabalhar para diminuí-las”, afirmou Tom Vilsack, secretário de Agricultura dos EUA, destacando que houve uma redução de 7,3% com relação aos 30,5% de mortes registradas em 2012/2013.

Segundo Jeff Pettis, coautor da pesquisa e membro do Serviço de Pesquisas Agrícolas dos EUA, não foi possível identificar os fatores por trás das mortes e nem porque o número caiu com relação ao inverno anterior.

“Flutuações anuais como esta mostram como é complicado acompanhar a saúde das abelhas, que podem estar sendo afetadas por vírus, parasitas, problemas de nutrição – relacionados com a falta de diversidade de pólen – e pesticidas”, explicou Pettis.


Veja também: Sem abelhas não há alimentos
                                   Movimento criado por professor da FFCLRP alerta sobre efeitos de agrotóxicos em abelhas

Neonicotinoides

Um outro estudo, divulgado no último dia 9/5, demonstrou que neonicotinoides, que são amplamente utilizados nos EUA, são danosos para as abelhas. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, o trabalho salienta que esses pesticidas provocam o chamado Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC), processo pelo qual abelhas abandonam sua colmeia sem aparente razão e acabam morrendo.

“Demonstramos mais uma vez, com alta probabilidade, que os neonicotinoides podem ser responsáveis por casos de DCC”, disse Chensheng Lu, um dos autores do estudo.

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Lu e sua equipe observaram durante o inverno o comportamento de abelhas em colméias de regiões próximas às plantações onde eram utilizados neonicotinoides, e concluíram que a taxa de DCC foi 50% maior nessas colméias do que em outras localidades.

“Apesar de termos demonstrado que existe uma associação entre os neonicotinoides e a morte de abelhas, novos estudos deverão ser feitos para elucidar como funciona esse mecanismo e qual seria a quantidade de pesticida necessária para provocar o DCC. Esperamos conseguir reverter a tendência de perda de abelhas”, concluiu o pesquisador.







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