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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O QUE ESTÁ MATANDO NOSSAS ABELHAS? -




Mais informações acesse:

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/search/label/Agrot%C3%B3xicos-%20abelhas%3B

Agrotóxicos exterminam abelhas no triângulo mineiro.




Notícias relacionadas:

Cientistas descobrem o que está matando as abelhas, e é mais grave do que se pensava

Enquanto isso ... o que acabaram de fazer nossos deputados:

Aprovada pulverização aérea de agrotóxicos vetados pelo Ibama

Comissão aprova liberação de agrotóxicos vetados pelo Ibama.

A Comissão de Agricultura aprovou proposta que libera a pulverização aérea de quatro substâncias proibidas pelo Ibama por suspeita de afastar abelhas. O relator do projeto diz que não há provas.

Os autores do projeto, Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) e Reinaldo Azambuja (PSDB-MS), consideram,no entanto, que não há estudos no Brasil que comprovem o risco iminente à flora, à fauna ou a seres humanos com o uso desses agrotóxicos.

Veja o artigo completo no link abaixo:

Aprovada pulverização aérea de agrotóxicos vetados pelo Ibama

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Série Viúvas do Veneno3 - Da morte silenciosa aos gritos nas evidências e saudades de Vanderlei





Dando continuidade a série - Viúvas do Veneno, esse blog traz a reportagem principal publicado no terceiro dia.

Parabenizamos ao Jornal do Nordeste e seu repórter MELQUÍADES JÚNIOR, pela ousadia de fazer essa série e nos mostrar o que existe por de trás de cada número ... uma vida, uma família.

Para quem não viu a primeira reportagem Viúvas do Veneno, CLIQUE AQUI. e a segunda reportagem AQUI.

Limoeiro do Norte. Ressentir a dor talvez seja a comprovação de que ela nunca saiu dali. Como esquecer é ato vão, Gerlene Silva tenta superar a dor da perda de Vanderlei. Ela não acredita em superação, mas na possibilidade de conviver melhor com a dor da separação eterna. E a dor aumenta todas as vezes em que o filho, Davi, pergunta "cadê meu pai?".

Gerlene Silva tornou-se depressiva e evita falar com o filho sobre a morte do pai. 
Foto: Waleska Santiago

Desde que Vanderlei Matos foi para o céu de Davi, Gerlene é tensa, depressiva. Não quer viver de pesar. Luta contra o luto. E, nesta batalha, ganha o nervosismo. Perde 35 quilos, mas ganha amigos a apoiar neste momento de pesar que já dura três anos. Perde um pedaço de sua própria identidade: aquela história de que existe a outra metade é verdade para a viúva, estranha alcunha para quem só tem 23 anos de idade.

Vanderlei é seu primeiro e único amor. Cresceram juntos nas ruelas da Cidade Alta, bairro mais populoso de Limoeiro do Norte. Tiveram Davi e, depois, carteira assinada para garantir o sustento.

Produtos químicos

Vanderlei manipula fertilizantes e agrotóxicos. Separa os produtos de acordo com a especificação e quantidades indicadas na guia para repassá-los ao setor de mistura. Também é sua tarefa guardar o estoque restante do produto. É assim por três anos, sempre no período da noite, desde 2005. Mas com o tempo, algumas coisas vão mudando no trabalhador rural.

"Vanderlei, tá acontecendo alguma coisa?". Gerlene não pergunta para saber, ela já sabe, só quer a sinceridade. O esposo está com uma cor diferente, se ele concorda que é estranho, pode ser um sinal de que ele também está preocupado e, portanto, aceita ajuda. "Ele sempre foi uma pessoa calada, não comentava nada com ninguém": "não, eu tô bem, não tem cor esquisita não", afirma.

Sintomas

Depois, a situação vai piorando e não é possível negar nem para si mesmo: rachaduras nos dedos, sangramento pelo nariz e ressecamento dos lábios. As primeiras consultas são com o médico da empresa. Vanderlei sente tontura, fraqueza nas pernas. Nem parece o rapaz de porte atlético que quando chega do trabalho tranca-se no quarto a fazer exercícios aeróbicos e levantamento de peso. Está sempre em forma para jogar futebol, sua diversão predileta. Fora o trabalho, suas duas "saídas" são para o campo jogar e para os passeios com a família no fim de semana.

Testemunha

"Macho, vá pra casa". É o agricultor Anaildo Silva tentando fazer alguma coisa pelo amigo, vizinho e colega de trabalho. Hoje, é testemunha das atividades exercidas por Vanderlei, bem como das crises doentias que ele tem e não conta em casa e nem fora dela. "Eu pensei que ia melhorar, mas foi cada vez piorando", lembra Gerlene. E ninguém sabe o que é. Daí a razão do "não, meu filho, vá mais pra lá, vá" que ele diz toda vez que o menino se aproxima.

Só perde o medo de contaminar quando, após exames realizados no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), em Fortaleza, percebe-se a grave discrasia sanguínea, uma séria alteração venosa e, ainda mais, o comprometimento das funções do fígado, exigindo um transplante com urgência.

Com filho de pouco mais de 1 ano de idade, Gerlene não pode sair da cidade. Acompanha por telefone os 23 dias de internação hospitalar de Vanderlei. Dá entrada no dia 7 de novembro de 2008. O dia 30 do mesmo mês, especificamente à 1h40, é uma data para se esquecer. Melhor, superar, ou, ao menos, conviver com a realidade da dor, que, se não sair, ao menos doa menos.

Evidências

A morte de Vanderlei Matos causa medo em dezenas de homens do bairro Antônio Holanda, a Cidade Alta, em Limoeiro do Norte. O lugar até hoje fornece boa parte dos trabalhadores rurais para a região. Até então, os relatos comuns de enjoos e fraquezas não eram associados à exposição diária aos agrotóxicos, menos ainda que isso pudesse causar a morte. A família não tem dúvidas de que o veneno contaminou o homem.

"Eu só quero que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu com meu marido. Eu queria que tudo isso se resolvesse em paz. E tão ruim, depois dele morrer ainda ver gente passando por esses problemas", afirma a jovem viúva.

A Universidade Federal do Ceará (UFC) realizava desde 2006 o "Estudo Epidemiológico da População da Região do Baixo Jaguaribe Exposta à Contaminação Ambiental em Área de Uso de Agrotóxicos". É neste contexto que conhecem o caso de Vanderlei.

Diante das especulações sobre a causa mortis, três médicos especialistas decidem investigar: Maria Terezinha, doutora em Doenças Infecciosas e Parasitárias pela Universidade de São Paulo (USP); Alberto Novaes, mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); e José Milton de Castro Lima, Gastro-Hepatologista e doutor em Gastroenterologia pela Escola Paulista de Medicina. O diagnóstico: morte por hepatopatia grave induzida por substâncias tóxicas.

Resultado parecido vem de investigação paralela de Ayla Maria Cavalcante Sales, perita médica do Ministério do Trabalho. O caso ainda aguarda resposta da Justiça do Trabalho.

Seu céu

A jovem viúva Gerlene não esperava que acontecesse, muito menos tão cedo, mas, como a mãe, sente a dor de ser viúva. Dona Maria do Socorro Silva dos Santos preenche, junto com seu filho, Davi, uma parte do vazio deixado por Vanderlei. Hoje, a família é formada pelas duas viúvas, Davi e o retrato de um homem que nunca sairá da parede da sala.

Ela nos conta que espera que o filho cresça um pouco mais para entender que, antes de ir para o céu, "seu pai trabalhava com o veneno. Aí, ele não se deu bem e morreu", de uma forma silenciosa e crônica, como ocorreu com outros trabalhadores abordados nesta série especial de Reportagens.


Veja também:





segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Série Viúvas do Veneno 2 - O destino cruel de Rosália, Aldo, Maycon, Pedro, Sueli...



Dando continuidade a série - Viúvas do Veneno, esse blog traz a reportagem principal publicado no segundo dia.

Parabenizamos ao Jornal do Nordeste e seu repórter MELQUÍADES JÚNIOR, pela ousadia de fazer essa série e nos mostrar o que existe por de trás de cada número ... uma vida, uma família.

Para quem não viu a primeira reportagem Viúvas do Veneno, CLIQUE AQUI.

No final desse artigo tem vários links que faz parte da série.

Cubati (PB). Na casa de Marizaldo, tudo lembra Rosália. Coisa de menina que pega uma caneta e escreve o próprio nome num pedaço de papel ou de parede e vai espalhando a sua existência pela casa. Na janela azul que dá para a rua sem nome, um pedaço de giz escreve Rosália, Aldo, Maycon, Pedro. Uma família existe ali. O último nome, ainda não colocado, seria de Samuel, mas da última vez que Rosália sai de casa, para não voltar, o garoto só existe em sua barriga.


Sem Rosália, Aldo cuida dos três filhos com a ajuda da sogra e da irmã. Foto: Waleska Santiago

Hoje, do lado de dentro, são várias fotos que espalham a ausência de Rosália pela casa. Em Cubati, agreste Paraibano, a reportagem encontrou um viúvo do veneno. Aldo (ninguém o chama Marizaldo) perdeu Rosália, que deixou três filhos sem mãe. Sueli perdeu a filha e, no fim das contas, todos saíram perdendo.

Com 28 anos, Aldo planta tomate perto de casa, é o responsável pela aplicação do coquetel de venenos. Aprendeu quando trabalhou nas grandes plantações à beira do açude Boqueirão, que leva o grosso da produção para Campina Grande e João Pessoa.


Veneno na roupa

Rosália, de 23 anos, é a responsável pela lavagem da roupa de Aldo quando volta da aplicação do veneno. "Ela colocava na bacia pra enxaguar, a água ficava verde que você precisava ver". Na prática, Rosália toca diretamente o que Aldo tenta não tocar. A mulher morre e o marido não se perdoa.

Vez por outra, ela ajuda na plantação de tomate. Diminui o cansaço do marido e ainda garante que ele não tarde a chegar. A última vez que vai, já está com o bucho apontando para frente.

Nas consultas de pré-natal, Rosália é alertada pelo médico de que não tenha contato com os venenos que o marido aplica, já que mulher grávida fica com o sistema imunológico baixo.

No sexto mês de gestação, as manchas no corpo e o sangramento não parecem mais normais para o período. Rosália vai para o hospital público de Soledade, município maior que Cubati. De lá, a enviam para Campina Grande, porque já se constata a necessidade de transfusão sanguínea. Mas só encontram tratamento para ela no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Filgueira (Imip), em Recife (PE).

Rosália sofre sem dor. A Leucemia é silenciosa até quando já domina o corpo. Tem, sim, uma dor ainda maior do que seria a do câncer mesmo se ele resolvesse gritar em suas veias: a saudade. De Aldo, o esposo e primeiro namorado, de Maycon e Pedro, os filhos. Ainda mais de Samuel, o único a estar com ela no hospital porque vai de carona em seu útero e por mais um mês fica.


Os filhos

Quando vai crescendo, as roupas de Maycon ficam para Pedrinho, três anos mais novo. Com Samuel, o caçula, seria o mesmo. E é, porque Samuel sobrevive. Quando Rosália começa a perder ainda mais sangue já tem um mês de hospital. Os médicos fazem cesária de emergência.

É quando o paradoxo bate à porta da família: a alegria do nascimento e a tristeza da doença. O menino nasce e Rosália não para de sangrar. A comemoração congela-se no tempo, coagula-se. "Era uma pessoa que não se maldizia com nada. Só chorava mesmo com saudade dos meninos", conta dona Sueli, mãe de Rosália.

Com a doença de Rosália, Aldo desiste da plantação de tomate. Mais que isso, não come mais tomate e desiste da agricultura. O campo em que produzia para o "Rei do Tomate" está abandonado e quando começar a funcionar de novo não será pelas mãos dele. As mãos que, com outras, plantava dez mil pés de tomates e colhia seis mil caixas do vegetal por mês, o que lhe rendia cerca de R$ 800.

"Acontecer logo com ela? Porque a gente cuidava disso, do veneno. Eu acho que se tivessem descoberto antes, tinham resolvido. Ela estava viva hoje". Mas nem Aldo passa ileso ao contato com o veneno. Antes da aplicação, ele que faz o coquetel, a mistura de vários venenos.

"Era veneno de tudo no mundo. Aí mexia e colocava um motorzinho nele e saia com as mangueiras pulverizando, de uma ponta a outra. Dependendo do campo, era o dia todinho. Tinha dias que eu andava quase gelando, os ossos doendo, quase sem poder andar, com febre. Depois que saí de lá eu não tive mais nada", conta.

Fome

Com um cateter enfiado na garganta - não bastasse a leucemia, ainda tem complicações nas vias respiratórias, Rosália tem um sonho, naquele momento o maior: ir a um restaurante. Arroz, feijão, farofa e carne foram perdidos do seu paladar em mais de um mês só comendo um ensopado do hospital. "Um dia eu provei... A coisa mais horrível do mundo", lembra Sueli.

Rosália passa o dia vendo as fotos de Maycon e Pedrinho. Passa a mão como se acariciasse os rostos. Pergunta se estão comendo, fazendo o dever de casa. E Samuel? Tão pequeno e indefeso, e privado do conforto da mãe. Vê Rosália, e é visto por ela, apenas por duas vezes em que ela dá de mamar. Tão fraca, mas forte para alimentar outra vida.

O bebê recebe alta na mesma semana em que nasce. Sem a mãe, Samuel ganha outras duas: a própria avó materna, dona Sueli, e a tia Joelma, irmã de Aldo. Para as outras duas crianças, o pai está lá, mas, com a mãe, é diferente. E é diferente todas as noites. Rosália contava história para Maycon. O que não vinha da cabeça de mãe, era pelos livros ilustrados da estante. O mundo do garoto fica menos fantástico sem Rosália. "De vez em quando ele me chama, mas não sei contar história não. Como não dorme só, ele fica mais eu assistindo TV até pegar no sono, aí levo pra cama", conta Aldo.

No leito hospitalar, Rosália não dorme sem a mãe por perto. O sono das duas vem para dar uma pausa no pesadelo.


Força

"Não sei de onde tirei tanta força, você ver um filho seu ali, se acabando e não poder fazer nada". Pior do que estar com a filha doente no hospital é não estar lá no lugar dela. Mesmo com os dias dedicados a Rosália, Sueli precisa aparecer por casa, saber dos outros filhos e de Damião, o marido. Dá um abraço na filha. "Mamãe, não demore". "Demoro não". Quando volta, Sueli vê nos olhos de Rosália "a maior alegria do mundo".

De volta para Cubati, o telefone toca e dona Sueli vibra. É do hospital. Tiraram Rosália da UTI. Ela está pior, mas é a forma encontrada para chamar um familiar sem causar pânico.

"Ela pelejava pra falar, eu via nos olhos dela, mas não conseguia. Apontou para a sonda. Eu vi e disse tô vendo, minha filha, mas não se preocupe não que eles tão botando sangue". Como quem sai para tomar água, Sueli vai para no corredor hospitalar e desaba em lágrimas.

A causa

"O que acabou com ela foi o veneno, acabou a medula dela. Eu acredito no médico, no que eles disseram. Primeiro suspeitaram que poderia ser picada de um besouro, ai viram que não era. Suspeitaram um monte de coisa, quando veio o resultado do exame que levaram pra São Paulo", conta a mãe.

PARA APROFUNDAR VEJA:



O tempo não se repõe. E mesmo que o fizesse, e fosse como as transfusões de sangue que pouco efeito surtem em Rosália, ganhar horas pode significar dose extra de saudade e sofrimento.

Uma manhã não foi como outras. Rosália amanhece esperta, que depois Sueli entende como a "melhora da morte". O olhar está mais vivo. Com o dedo, aponta para o próprio rosto. Quer um beijo. A cama é alta, mas Sueli dá um jeito. Rosália retribui passeando levemente a mão no rosto da mãe. De sublime, o momento é doloroso. "Eu saí porque não aguentei. Ela jogou um beijo pra mim. Eu disse fique aí que eu já venho". Enquanto chora novamente no corredor, Sueli guarda a cena do beijo, derradeira entre mãe e filha.

Samuel está com oito meses e segue cuidado pela vó Sueli e a tia Joelma. Maycon ficou mais calado e não pergunta uma só vez pela mãe, mas revela a saudade em todas as noites em que gostaria de dormir ouvindo histórias.

Pedrinho pergunta pela mãe todos os dias. De vez em quando olha para o céu e pergunta: "mamãe não vai descer não?". E, quando Aldo chega do centro da cidade, solta: "não trouxe a mamãe não?".

Rosália se foi há oito meses. Renata, outra filha de dona Sueli, está grávida de uma menina no oitavo mês de gestação. Para a família, é Rosália voltando em forma de esperança, sentimento transformador nessa família paraibana.

MELQUÍADES JÚNIOR
REPÓRTER


Veja também:











Para aprofundar:





domingo, 18 de agosto de 2013

Brasil registra o aumento de mortes por agrotóxicos




Em 2010, 171 pessoas morreram intoxicadas por venenos de uso agrícola no País. Nordeste lidera casos

Campina Grande (PB). Poucos produtos conseguem quase dobrar a venda, na escala mundial, em um curto espaço de tempo. Os agrotóxicos tiveram crescimento de mercado mundial de 93% nos últimos dez anos. Não no Brasil, que teve avanço maior que 190%. Um mercado nacional que em 2002 representava R$ 2,5 bilhões chega, passados dez anos, à cifra de R$ 8,9 bilhões. Os estudos do impacto desses produtos não acompanham a própria liberação do comércio e, menos ainda, a informação sobre o uso. O resultado: mais pessoas estão morrendo por agrotóxico agrícola.

No Brasil, foram 4.789 casos registrados de intoxicação por esses produtos em 2010. No período, foram 86.700 casos totais de intoxicação sob diversos agentes, como agrotóxicos, animais peçonhentos, raticidas e dormissanitários. Os óbitos causados por veneno representam, por exemplo, 10% das mortes por trânsito nas estradas brasileiras; e o Brasil é o quarto país onde mais se morre no trânsito.

Mesmo os casos notificados levam muito tempo para chegar ao Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox). Por isso, o ano de 2010 é o mais recente. Somente quando todos os Estados repassam as informações um novo ano fica disponível para consulta. Assim, a reportagem buscou números mais atualizados nas gerências regionais dos Centros de Assistência Toxicológica (Ceatox) de alguns Estados brasileiros, conforme indica o infográfico ao lado.

A Região Sudeste apresentou, ainda em 2010, o maior número de casos de intoxicação: 2.145, seguida das regiões Sul (898), Centro-Oeste (808) e Nordeste (823). O Norte apontou 115 casos. Mas, no ranking de mortes, o Nordeste está em primeiro lugar. Foram 82 óbitos de um total de 171 em todo o País em 2010. Isso representa 47,9% de todas as mortes por agrotóxicos registradas no período. O total representa duas vezes mais que as mortes por medicamentos (67) no mesmo ano.

A média é acompanhada no levantamento de mortes entre 2001 e 2010. O Nordeste apresenta 37,7% das mortes, seguido de Sudeste (24,52%), Sul (18,40%), Centro-Oeste (17,24%) e Norte (2,65%).

São 17 categorias de circunstâncias apontadas no levantamento: acidente individual, acidente coletivo, acidente ambiental, ocupacional, uso terapêutico, prescrição médica inadequada, erro de administração, automedicação, abstinência, abuso, ingestão de alimentos, tentativa de suicídio, tentativa de aborto, violência/homicídio, uso indevido, ignorada e outra.

Suicídio

A facilidade com que se pode comprar o agrotóxico é um dos principais fatores para que estes produtos sejam bastante usados por quem tenta contra a própria vida. Em 2010, tentativa de suicídio representou 44,5% dos casos de intoxicação por agrotóxico agrícola e nada menos que 85% das mortes. A maior parcela desses suicídios se dá em zonas rurais, onde é mais fácil o contato com o veneno, cada vez mais abundante.

No perfil circunstancial, a maioria por pessoas que não têm contato com a atividade agrícola, mas sabem onde adquirir, de forma facilitada, o agrotóxico. Em linhas gerais, não fazem parte da estatística de intoxicação porque sofrem os trabalhadores expostos ao veneno.

Mas os números não dizem tudo. De acordo com a biofarmacêutica e doutora em Toxicologia Sayonara Fook, diretora do Ceatox de Campina Grande (PB), dentre as várias doenças causadas na intoxicação crônica por agrotóxico está a depressão. Alguns venenos atingem diretamente o sistema nervoso. "A exposição ao produto pode gerar problemas crônicos e há, sim, casos de agricultores que cometem suicídio com o próprio produto que aplicavam".

É o caso de transtornos psíquicos causados pela exposição contínua aos agrotóxicos do tipo organofosforados, usados em grande escala em diversas lavouras. Este inseticida é um dos mais comuns no mundo. Aparentemente fornecem menor risco ao meio ambiente, por sua rápida decomposição após a aplicação. No entanto, é muito tóxico para ser humano e animais. Um exemplo comum é o metamidofós, encontrado na água para consumo doméstico em comunidades da Chapada do Apodi, em Limoeiro do Norte, no Ceará.

Como o metamidofós, outros produtos organofosforados estão em fase de reavaliação pela Anvisa. São conhecidas mais de 35 mil formulações desse composto, sendo a primeira usada o tetraetilpirofosfato, em 1854. Depois em 1932 como agente de guerra (matando por asfixia em câmaras de gás).

Subnotificação

Os dados que chegam aos centros de toxicologia ainda são precários. A maior parte nem chega. O Ministério da Saúde aponta que, para cada caso de intoxicação registrado, outros 40 não são notificados.

"Existe uma série de dificuldades para reconhecer o problema, principalmente se existe intoxicação crônica. Podemos ter resíduos de agrotóxicos, seja pela exposição ou pelos alimentos, mas dificilmente associamos a alguma doença que adquirimos. Queremos garantir que até 2015 todas as secretarias municipais de saúde tenham um protocolo para casos de intoxicação", afirma Guilherme Franco Netto, diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde.




Veja também:

Série Viúvas do Veneno 1 - Silêncio e dor se multiplicam nos campos brasileiros


Este blog estará reproduzindo, a  série viúvas do Veneno, feita e publicada pelo Diário do Nordeste , a qual parabenizamos pelas matérias e coragem para trazer esse tema ao debate, porque esta é a unica forma de mudar essa realidade.


Nesta série contamos a história de homens e mulheres vítimas da intoxicação por agrotóxicos na atividade agrícola e o que diz a política, a economia e a ciência

Para garantir a colheita e aumentar a produtividade, passou-se a usar o agrotóxico, que alguns chamam de defensivo químico ou agroquímico. O veneno usado para matar pragas nas lavouras chega com força ao ser humano e ao meio ambiente quanto maior e mais indiscriminado é o seu uso. Mortes silenciosas passam a ocorrer nos campos agrícolas brasileiros e fora deles. Assim foi com Valderi, Wanderlei, Rosália, Liberato e Antônio. Estes são alguns entre milhares de nomes registrados pelo Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (Sinitox) com óbitos por agrotóxico agrícola.

São trabalhadores rurais do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Bahia, que conhecemos após percorrer quase 6 mil quilômetros. Os seus últimos anos de vida são narrados pelas esposas, as "viúvas do veneno". Entre as vítimas incluímos Rosália, que lavava diariamente as roupas do marido sujas de veneno. Morreu de leucemia. Deixou três filhos e Marizaldo, o viúvo desta série.

Maria da Conceição cuidou dos últimos dez anos de vida de Valderi. Mas os cinco últimos valeram por outros dez. O agricultor foi perdendo partes do corpo. A reportagem conheceu Valderi logo após ele perder os primeiros dedos do pé, em 2005. Fizemos também a sua última foto em vida, em 2008.

Esta série especial não começa agora, mas há sete anos, em Limoeiro do Norte, cidade de José Maria Filho, uma das fontes exclusivas entre os moradores e lideranças na Chapada do Apodi. Sabíamos, dois anos antes, das ameaças de morte que sofria por denunciar a pulverização aérea onde hoje está um dos maiores polos fruticultores do Nordeste. Mesmo assim, ele insistia em não se calar. Quando foi assassinado, a comunidade de Zé Maria não se calou e os cientistas constataram as doenças causadas pelo veneno denunciado. A partir de amanhã, e até domingo, acontece a Semana Zé Maria do Tomé. Serão dias de protestos pela causa ambiental.
O Brasil é, há mais de quatro anos, o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Somente em 2011 circularam cerca de US$ 8,9 bilhões no comércio de veneno, dominado por nove empresas fabricantes que não concorrem entre si, pois, para cada cultura, uma delas produz um ou vários venenos específicos.

Em todo o País, foram confirmadas 171 mortes por agrotóxico agrícola somente em 2010, ano mais recente levantado pelo Sistema Nacional de Informações Toxicológicas. Mas a subnotificação é um dos grandes imbróglios neste setor. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada caso notificado, existem outros 40 que não são.

E de quem é a culpa? Do modelo agrícola, da desinformação do trabalhador, do lobby dos fabricantes de venenos, da venda a qualquer custo? Desde a "revolução verde", há 50 anos, não se falou tanto em agrotóxicos no Brasil quanto nestas primeiras décadas do século XXI. "Delicado", "espinhoso", "polêmico", "necessário" são alguns adjetivos dados ao assunto, não importa qual opinião se tenha. No meio disso tudo, um fato: mais pessoas estão morrendo, o solo e a água estão com maiores teores de produtos químicos. Tudo de uma forma silenciosa, só definida com o tempo.

Estivemos também em Campinas (SP) reunidos com autoridades do agronegócio e representantes do segmento fabricante de agrotóxicos. Enquanto tudo isso, o mundo corre para garantir a segurança alimentar para 9 bilhões de pessoas até 2050. Há respostas de cunho político, econômico, social ou científico. Todas elas são consideradas nesta série especial inédita de hoje até o próximo dia 20 de abril.


CONFIRA MAIS MATÉRIAS, QUE FAZEM PARTE, DA SÉRIE VIÚVAS DO AGROTÓXICO 1:





VEJA TAMBÉM:






sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Cientista pró-transgênicos muda de lado após 30 anos de apoio à Monsanto



"Eu me aposentei há 10 anos após uma longa carreira como cientista e pesquisador da Canada Agriculture. Lá, eu era o responsável para lidar com distintos grupos públicos e tranquilizá-los de que os alimentos geneticamente modificados eram seguros. Há, entretanto, um crescente corpo de pesquisa científica - feito principalmente na Europa, Rússia e outros países - que demonstrou que as dietas contendo milho ou soja transgênicos podem causar sérios problemas de saúde em ratos de laboratório.
Sempre fui um estudioso dos transgênicos e defensor do progresso e da tecnologia.

 Nos últimos 10 anos, entretanto, a minha posição mudou. Eu comecei a prestar atenção ao fluxo de estudos publicados vindos da Europa, feitos por laboratórios de prestígio e publicados em revistas científicas de renome. Esses estudos questionavam o impacto e a segurança dos alimentos transgênicos.

Eu refuto as alegações das empresas de biotecnologia que suas lavouras transgênicas produzem mais, que eles exigem menos aplicações de pesticidas, que não têm nenhum impacto sobre o meio ambiente e, claro, que eles são seguros para comer.

O milho BT e plantas de soja que estão em toda parte em nosso ambiente são registrados como inseticidas. Mas seriam essas "plantas-inseticidas" regulamentadas e será que suas proteínas foram testadas nos quesitos de segurança? Não pelos departamentos federais encarregados pelos alimentos, e não no Canadá e nem nos EUA.

Não existem estudos de longo prazo realizados nesses países para confirmar que as alegações de os transgênicos são seguros. Tudo o que temos são estudos científicos da Europa e da Rússia mostrando que ratos alimentados com comida transgênica morrem prematuramente.

Os estudos mostram que as proteínas produzidas por plantas modificadas geneticamente são diferentes do que deveriam ser. A inserção de um gene estranho num genoma complexo usando esta tecnologia acabam resultando em proteínas danificadas. A literatura científica está repleta de estudos que mostram que o milho engenharia e soja contém proteínas tóxicas ou alergênicas."

Fonte e mais informações acesse:


Mais sobre o tema - acesse:

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Pesquisa da Faculdade de Medicina traz avanços na prevenção do câncer de medula



Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará desenvolveram um método inédito de identificação de alterações genéticas que, se não diagnosticadas precocemente, podem levar ao câncer de medula óssea e a outras neoplasias. O trabalho foi feito com 50 agricultores do município de Limoeiro do Norte, a 167 km de Fortaleza, expostos a grandes volumes de agrotóxicos devido ao cultivo da banana, um dos principais produtos agrícolas da região. Ao investigarem a estrutura de cromossomos coletados diretamente na medula dos trabalhadores, os pesquisadores da UFC verificaram a existência de mutações genéticas graves em 25% dos casos, percentual considerado "alarmante". Nesses agricultores, foram identificadas alterações nos cromossomos 5, 4, 7 e 11 – quadro semelhante ao de pacientes com leucemia. Dos 50 agricultores, sete também apresentaram mutação no gene TP53, indicativa do mais alterado dos diversos tipos de câncer.


Os resultados foram obtidos durante a pesquisa de mestrado do aluno Luiz Ivando Pires, sob a orientação do Prof. Ronald Pinheiro, do Laboratório de Citogenômica do Câncer, da UFC. Segundo Pinheiro, alguns cientistas já vinham tentando investigar a relação entre o uso de agrotóxicos e as mutações genéticas capazes de provocar o câncer. Entretanto, como as avaliações eram feitas com base em cromossomos retirados do sangue periférico (de outras partes do corpo), os resultados não eram satisfatórios.

O Prof. Ronald explica que as alterações cromossômicas não significam, necessariamente, a presença do câncer no indivíduo, mas acendem o sinal de alerta para os cuidados com a prevenção. Daí a importância da pesquisa. "Essas alterações aparecem antes de o câncer se manifestar. Se a gente retira as pessoas dessa exposição ao agrotóxico, pode evitar que ela desenvolva a doença. Se ela continuar, ficar doente é questão de tempo", explicou. De acordo com o pesquisador, o uso de materiais de proteção, como luvas e máscaras, podem amenizar os efeitos da exposição de agrotóxicos.

A expectativa é que o Governo Federal utilize esses dados para pensar formas de reduzir os riscos dos trabalhadores em cenário semelhante. A pesquisa é patrocinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

OUTROS DETALHES – Os resultados do estudo serão detalhados na próxima segunda-feira (8), durante a defesa da dissertação do mestrando Luiz Ivando, intitulada "Estudo das alterações citogenômicas da medula óssea de trabalhadores rurais expostos a agrotóxicos". Será às 14h, no Auditório Paulo Marcelo (Campus do Porangabuçu). A apresentação é aberta ao público.

Fonte: Prof. Ronald Pinheiro, do Departamento de Medicina Clínica da UFC – fone: 85 3366 8052


PARA APROFUNDAR clique nos textos abaixo:



O biomonitoramento genético de populações expostas a potenciais cancerígenos é um sistema de alerta precoce para doenças genéticas ou canceres. Ele também permite a identificação de fatores de riscos em um momento quando as medidas de controle ainda podem ser implementadas. Segundo ainda o mesmo autor : " Nos anos recentes, o teste cometa, também conhecido como eleletroforese em gel de agarose, tem sido um importante marcador para avaliar danos em populações expostas ambientalmente ou ocupacionalmente a poluentes do ar, metais pesados, pesticidas, radiações e outros xenobióticos. O trabalho completo - Avaliação das alterações hematológicas, bioquímicas e genotóxicas nos trabalhadores expostos a agrotóxicos em municípios do estado do Piauí, poderá ser consultado clicando neste texto.






ON ou OFF - de que lado você está?

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Justiça determina fiscalização no uso de agrotóxico nas fazendas de soja transgênica do MA



Nota do blog: parabéns a justiça do Maranhão! Que esse exemplo, seja  repetido em outros estados.


Vale a pena ler a belíssima sentença expedida pelo Juiz Federal Substituto Caio Castagine Marinho

Jornal Pequeno, 09/08/2013

O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) obteve liminar, junto à Justiça Federal, para garantir fiscalização do uso do herbicida Glifosato, utilizado no plantio de soja transgênica, na região do baixo Parnaíba. A União, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Estado do Maranhão (Aged-Ma) e o estado do Maranhão tem 180 dias para cumprir as determinações da Justiça, sob pena de multa.

Após constatar a falta de fiscalização adequada dos órgãos estaduais e federais, bem como o emprego excessivo do Glifosato no plantio de soja do Maranhão, o MPF/MA moveu ação civil pública contra a União, a Aged-Ma e o estado, em maio deste ano.

As investigações do MPF, feitas com auxílio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Grupo de Estudos Rurais e Urbanos (Gerur) do programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), identificaram diversas consequências do uso incorreto do agrotóxico, como: contaminação dos recursos hídricos e das áreas usadas na produção de alimentos, destruição de nascentes, assoreamento de cursos d’água, contaminação de riachos por conta do despejo de produtos com aviões, entre outras.

Na decisão, o juiz da 8ª Vara da Justiça Federal considerou que a prova documental oferecida pelo MPF indica a negligência no uso, armazenamento e descarte do herbicida, por parte da União, Aged-Ma e estado. A sentença afirma ainda que a continuidade do uso incorreto do Glifosato consolida “uma situação de gravíssima degradação ambiental, que comporta perigo elevado ao ecossistema local e à saúde humana”.

A Justiça deferiu o pedido de liminar do MPF e determinou que União, Aged-Ma e estado promovam, em 180 dias, levantamento das condições das lavouras que fazem uso do Glifosato no Maranhão, com realização de vistorias e estudos técnicos para definir medidas de correção sob pena de multa diária de R$ 180 mil; que União e estado do Maranhão realizem, no mesmo prazo, análise dos resíduos de Glifosato nos produtos de origem vegetal, para monitorar a presença excessiva do referido agrotóxico; que o estado do Maranhão observe determinados requisitos antes de conceder novas licenças ambientais a empreendimentos agrícolas que façam uso do Glifosato, sob pena de multa de R$ 100 mil para cada licença irregularmente concedida e que União e estado não admitam o uso de aeronaves na aplicação do herbicida, inclusive promovendo fiscalização.

(Ascom/MPF-MA)

sábado, 10 de agosto de 2013

Estudo de Seralini Sobre Aumento de Incidência de Câncer por Trangênicos é Validado pela EFSA



Estudo de Seralini Sobre Aumento de Incidência de Câncer por Trangênicos é Validado pela EFSA - Blog Anti Nova Ordem Mundial: "Após o estudo de Serralini sobre transgênicos, onde descobriu que o milho transgênico NK603 da Monsanto causa até três vezes mais câncer e mortes precoces, ter sido massacrado pela mídia e pelas ditas autoridades alimentares, diretrizes da Autoridade de Segurança Alimentar da Europa validam seus estudos, contrariando os seus críticos. Seralini foi validado por novas diretrizes da EFSA sobre experimentos transgênicos a longo prazo."


Avaliação das alterações hematólogicas, bioqímicas e genotóxicas nos trabalhadores expostos a agrotóxcios em municípios do estado do piauí


Uso de drogas contra déficit de atenção explode e ameaça a saúde de milhões de crianças




Estão prestes a estourar no Brasil as sequelas de um surto mundial silencioso que, aqui, tem tido como principais alvos crianças e adolescentes de classe média. Adultos também integram o grupo. Apontadas por muitos como o veneno da atualidade, mas aceitas por outros como solução mais acertada para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), as ‘drogas da obediência’ – assim conhecidos os medicamentos que têm como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato – têm sido consumidas em larga escala no país e também em Belo Horizonte. Em 2006, a capital mineira registrava consumo quatro vezes maior que a média do Brasil, nação que tem o título de segundo maior consumidor mundial do psicotrópico e onde, só em 2009, cerca de 2 milhões de caixas das pílulas foram vendidos. A projeção feita por especialistas é de que, em 2012, esses números sejam muito mais altos.


Nota do Blog:

O que é bastante preocupante é essa medicina baseada apenas em medicamentos, sem buscar, as causas que leva ao problema.

Naturalmente que as causas podem ser múltiplas, o que leva a uma necessidade maior de investigação.

Segue abaixo um  vídeo de uma reportagem sobre um das possíveis causas do déficit de atenção:



De acordo com o instituto, em 2000 foram vendidas 71 mil caixas dos psicotrópicos no Brasil, passando para a marca de quase 2 milhões de caixas em 2009. Em São Paulo, onde as drogas são distribuídas via Sistema Único de Saúde (SUS), uma pesquisa de 2011 do Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, composto por cerca de 40 entidades, mostrou que 154 municípios paulistanos compraram em 2005 cerca de 55 mil comprimidos da ‘droga da obediência’. Cinco anos depois, o consumo saltou para 946 mil, 17,2 vezes maior. A projeção para 2011 era de que a compra chegasse a 1.493.024 de doses.

Em Minas Gerais, contrariando a vontade de muitos psiquiatras, a medicação ainda não chegou ao SUS, o que configura, para muitos especialistas, a droga da vez da classe média, já que uma caixa, de acordo com a dosagem e variação no número de pílulas, custa entre R$ 20 e R$ 220. Um levantamento do Centro de Estudos de Medicamentos da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) feito com crianças diagnosticadas com TDAH em BH tem números considerados perigosos. “O estudo, ainda em andamento, teve início em 2006 e naquele ano constatamos que a média de consumo da Ritalina em Belo Horizonte era quatro vezes maior que a média nacional e três vezes maior que a projeção calculada para o estado. É preocupante”, alerta o coordenador do centro, Edson Perini.

O especialista diz que o consumo está concentrado nas regiões Centro-Sul e Leste da cidade. “Percebemos o predomínio do uso pelo sexo masculino. Em geral, as prescrições estão dentro dos padrões de dosagem, mas encontramos algumas superdosagens, que não deveriam existir”, alerta.


Pode ser o caso do pequeno M.A.G, de 9 anos. Aos 7, ao sofrer bullying na escola, desenvolveu um quadro de depressão e síndrome do pânico. Os médicos aconselharam os pais a dar Concerta ao garoto, que durante três meses sob o efeito da droga não dormia, ficou ansioso e perdeu o apetite. Aí receitaram, além da “droga da obediência”, antidepressivo e um remédio para abrir o apetite. Os pais recusaram. “O que estão fazendo com as nossas crianças? Como estão sendo diagnosticados esses pacientes? E os remédios, como estão sendo prescritos? É algo que está sendo dado para a ansiedade dos pais, dos educadores e dos psiquiatras para responder às inquietações dos meninos. Alguém está preocupado com isso?”, questiona Perini.

CORRENTE CONTRA
Causa insônia, cefaleia, alucinações, psicose e até casos de suicídio. Faz com que a criança fique quimicamente contida em si mesma, todos considerados sinais de toxicidade, indicando a retirada da droga. No sistema cardiovascular o remédio causa arritmia, taquicardia, hipertensão e parada cardíaca. O risco de morte súbita inexplicada em adolescentes é maior entre aqueles que tomam o remédio. Além disso, interfere no sistema endócrino, na secreção dos hormônios de crescimento e dos sexuais. É uma substância com o mesmo mecanismo de ação e as mesmas reações adversas da cocaína e das anfetaminas, segundo médicos que não adotam o medicamento.

CORRENTE A FAVOR
A maioria dos pacientes tolera bem a medicação, que altera o organismo para que o cérebro funcione melhor. É como um par de óculos: corrige a maneira como a criança enxerga o mundo. Pacientes agitados, impulsivos, com dificuldades de aprendizagem, ao usarem o remédio, conseguem prestar mais atenção nas suas tarefas e aprendem com mais facilidade. O remédio é seguro e apresenta até 80% de eficácia. Mas deve ser sempre usado com acompanhamento médico e adequadamente prescrito, segundo seus adeptos.


CONCENTRAÇÃO POTENTE
A Ritalina e o Concerta (nomes comerciais dos remédios produzidos pela Janssen Cilag e Novartis, respectivamente) têm como princípio ativo o cloridrato de metilfenidato e são indicados para tratar o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Ambos, prescritos para crianças acima de 6 anos, estimulam o sistema nervoso, deixando os pacientes mais concentrados para a aprendizagem, e facilitam a circulação da dopamina, neurotransmissor responsável por excitar o sistema nervoso central. A Ritalina surgiu em meados dos anos 1950 e está disponível em duas formas: a Ritalina de longa duração, que age no cérebro por oito horas; e a que age por quatro horas. O Concerta está no Brasil desde 2004 e tem atuação de 12 horas.


Ponto crítico

Esses medicamentos são tão vilões quanto parecem?

Maria Aparecida Affonso Moysés doutora em medicina, professora titular de pediatria da Unicamp e membro fundadora do fórum de medicalização

SIM

O consumo exacerbado das “drogas da obediência” é o genocídio do futuro. Vivemos, sim, uma epidemia. A Ritalina e o Concerta são drogas derivadas da anfetamina e da cocaína. A medicação age aumentando a concentração de dopamina (neurotransmissor associado ao prazer). Como o remédio age por algumas horas, quando o efeito passa, tudo que o usuário quer é ter aquele prazer de volta. Quem usa esse estimulante fica com a atenção focada. A criança só consegue fazer uma coisa de cada vez, por isso, fica quimicamente contida, não questiona nem desobedece. Cada vez mais os pais estão sendo desapropriados pelos profissionais da saúde e da educação de ver seus filhos e de ouvir o que eles querem dizer. Então, se ele está agitado, desatento, impulsivo, vamos dar um remédio para que fique calado e dopado? É mais fácil lidar com um problema ‘médico’ a mudar o método de educação da criança. O TDAH pode ser o grito de socorro de uma criança que está vivendo um conflito em ambientes em torno dela. A pessoa que faz uso desse tipo de remédio tem de sete a 10 vezes mais chances de ter uma morte súbita inexplicada.

Arthur Kummer doutor em neurociência e professor de psiquiatria infantil da Universidade Federal de Minas Gerais

NÃO

Os medicamentos não são tão feios quanto dizem. São medicações com maior índice de eficácia na medicina. Quem sofre do transtorno e faz uso deles tem de 70% a 80% de melhora no aprendizado. Nenhum outro medicamento traz essa porcentagem como resultado. Para as crianças em idade escolar, que sofrem do distúrbio, o tratamento medicamentoso é de segunda linha: a primeira seria a terapia comportamental, que conta com a participação dos pais. Mas o grande problema é que há poucos profissionais dessa área, assim, o remédio passa a ser a primeira opção. Os efeitos colaterais são bem tolerados pela maioria dos pacientes. Nunca houve uma morte em virtude das doses. É tão seguro que a Academia Americana de Pediatria dispensa o pedido de eletrocardiograma antes da prescrição. No início, o remédio pode alterar um pouco o sono e o apetite, mas os benefícios superam isso. Meninos da 3ª e 4ª séries, que não conseguiam ser alfabetizados, depois de medicados, em duas semanas, conseguiram aprender. Quem não se trata, no futuro terá nível educacional mais baixo, empregos piores e pode até se envolver com drogas.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Herbicida do agente laranja pode ser liberado para uso em lavouras



Os herbicidas à base de glifosato, anunciados em anos anteriores como solução definitiva contra pragas na agricultura, já não exercem a mesma eficácia sobre plantas daninhas. Como resultado, as espécies invasoras ocupam lavouras e resistem à pulverização, prejudicando ou até inviabilizando safras inteiras. Uma solução apresentada propõe o plantio de variedades transgênicas de soja e milho resistentes a um defensivo mais agressivo, o 2,4-D (ácido diclorofenoxiacético).

Atualmente em análise na Comissão Nacional de Biotecnologia (CTNBio), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, a solicitação caminha para a liberação. Mas a medida gera controvérsias: enquanto uma força-tarefa capitaneada pelo setor agroquímico defende a aprovação, alguns pesquisadores a condenam por fomentar o uso de um produto que imporia riscos à saúde humana.

Integram a pauta da CTNBio pedidos de liberação comercial de duas variedades de soja e de uma variedade de milho tolerantes ao 2,4-D - todos impetrados pela Dow AgroSciences em 2012. Dois deles já foram examinados e aprovados por subcomissões que avaliam seus impactos sobre a saúde humana e animal.

Até 14 de agosto, a tramitação de ao menos um deles deve estar concluída nos grupos que analisam aspectos associados ao meio ambiente e produção vegetal. Se aprovados, seguem para deliberação na reunião plenária da CTNBio já no dia seguinte.

“As discussões devem ser acaloradas em função das peculiaridades do 2,4-D e das implicações relacionadas a seu uso em larga escala, no caso da liberação comercial daquelas plantas geneticamente modificadas”, considera o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, doutor em Engenharia de Produção e representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário na CTNBio.

Melgarejo acredita que a decisão final não irá ocorrer na reunião de agosto, considerando os pedidos de protelamento que partiram do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e do Conselho Federal de Nutricionistas. No entanto, quando a votação ocorrer, a tendência é que as novas variedades transgênicas sejam liberadas.

Há indicativo de que o assunto seja integrado também à pauta da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, o que ainda não ocorreu, segundo a assessoria do senador Blairo Maggi (PR/MT), que preside a comissão. O parlamentar, conhecido produtor de soja na região Centro-Oeste, não quis comentar a possível aprovação das novas variedades transgênicas.

Crítica

O engenheiro agrônomo Luciano Pessoa de Almeida, professor de Fundamentos de Agroecologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), critica a proposta de tolerância ao 2,4-D. Para ele, o setor agroquímico adota a estratégia para tentar corrigir falhas da sua política de transgenia, já que a aplicação de glifosato originou pragas mais resistentes, como a buva, que não consegue mais conter. “É a solução proposta para um problema que foi criado pelas próprias multinacionais”, diz.

Melgarejo, por sua vez, acredita que a solução é enganosa, pois o plantio de soja e milho tolerantes ao 2,4-D ou a outros herbicidas levará ao surgimento de plantas daninhas resistentes também aos novos defensivos. “Com o tempo, teremos ervas cujo controle se tornará mais e mais complexo, para as quais os herbicidas que conhecemos não funcionarão”, pondera.

Como principal interessado, o agricultor apoia as novas variedades, diz Melgarejo. Isso porque os transgênicos estabeleceram um patamar de facilidade na gestão das lavouras do qual os produtores não abrem mão, independentemente dos problemas causados.

Contra as ervas mais resistentes, eles pressionam por alternativas e o mercado agroquímico interpreta como demanda por novas plantas transgênicas. “Os valores envolvidos nesse negócio são descomunais, e isso, naturalmente, implica em enormes pressões econômicas”, considera.

Preocupação

A preocupação quanto à liberação de variedades resistentes ao 2,4-D aumenta na medida em que a agressividade do herbicida não se restringe às pragas que combate. Enquanto o glifosato e o glufosinato de amônio, que dominam o mercado brasileiro de defensivos, ocupam a faixa verde na Classificação Toxicológica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o 2,4-D está no ápice do risco: faixa vermelha - extremamente tóxico.

Melgarejo explica que o produto é tóxico no contato com a pele, na inalação e na ingestão, o que garante maior ameaça aos agricultores, sujeitos a diversos tipos de contaminação. E os riscos se estendem a públicos variados.

“No fundo, estaremos aplicando veneno sobre alimentos, e esses alimentos carregarão parcelas de veneno rumo a seus consumidores”, afirma, acrescentando que o 2,4-D será absorvido pelas plantas transgênicas e, enquanto não for completamente degradado, estará presente nos tecidos vegetais, inclusive nos grãos.

Agente Laranja

Para Luciano Almeida, a maior ameaça do 2,4-D está gravada na história: trata-se da presença do herbicida como um dos elementos que compuseram o Agente Laranja, um desfolhante usado pelo exército dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. “Tem potencial para causar mutações”, alerta.

Ana Cristina Pinheiro, coordenadora da força-tarefa e especialista em Product Stewardship de defensivos da Dow AgroSciences, diz que o problema com o Agente Laranja no Vietnã esteve relacionado a uma “impureza” presente no processo de produção do 2,4,5-T - o outro elemento que o compõe - chamada dioxina TCDD. “Esse composto não é mais comercializado e nunca foi registrado e utilizado no Brasil”, alega.

Conforme Ana Cristina, órgãos como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Diretoria Geral de Proteção ao Consumidor e à Saúde da Comissão Europeia e a Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA) concluíram que o 2,4-D não oferece riscos à saúde humana quando utilizado de acordo com as indicações do rótulo e bula.

“O uso adequado das tecnologias agrícolas e entre elas a de aplicação de agroquímicos são essenciais para garantir a segurança ambiental e eficácia no uso de defensivos agrícolas”, afirma.

Entre as soluções de tecnologia, a força-tarefa indica o uso de aviões agrícolas como o meio recomendado para a aplicação do herbicida. De acordo com Leonardo Melgarejo, entretanto, existem casos de crianças intoxicadas pela aplicação aérea de agrotóxicos em proximidade de escolas. A ocorrência mais recente foi registrada em Goiás, em maio deste ano, indica.

Segundo Melgarejo, considerando tratar-se de um produto extremamente tóxico, que será manipulado em escalas colossais, é temerário e quase irresponsável afirmar que sua aplicação será segura.

Repercussão

A liberação de transgênicos resistentes deve fomentar ainda mais o uso do 2,4-D. Nos Estados Unidos, onde o produto já se constitui do terceiro fitossanitário mais utilizado, com mais de 31 mil toneladas anuais, o desfecho da situação brasileira é acompanhado com interesse.

Charles Benbrook, professor e pesquisador do Centro de Agricultura Sustentável e Recursos Naturais da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, diz que o país norte-americano, o Brasil e a Argentina são os únicos produtores de milho no mundo que consideram seriamente o 2,4-D, apesar de ser um dos herbicidas mais arriscados do mercado.

Força-tarefa

A ligação com o Agente Laranja é um dos argumentos em torno do 2,4-D que o setor agroquímico tenta desmistificar. Quatro grandes empresas - Atanor, Dow AgroSciences, Milenia, Nufarm - criaram uma força-tarefa e divulgam informações sobre o uso do herbicida no site www.24d.com.br.

A Força-Tarefa explica que o 2,4-D é recomendado para a cultura da soja pelas Comissões Oficiais de Pesquisa de Soja das Regiões Sul, Central e de áreas de Cerrados. Além da soja, já se aplica o produto em culturas de milho, trigo, arroz, café e cana-de-açúcar.

Segundo Benbrook, a aprovação dos transgênicos resistentes ao 2,4-D nos EUA ainda depende de estudos complementares de impacto ambiental, mas sua aplicação é esperada para o plantio comercial de 2015 ou 2016. O agravamento dos problemas relacionados às ervas resistentes ao glifosato, contudo, pode levar a uma aprovação de emergência do milho 2,4-D, avalia.

O pesquisador possui um compêndio de 117 estudos que associam o 2,4-D a formas de câncer e outras 149 pesquisas que relacionam o herbicida a defeitos congênitos. Apesar dos riscos, prevê aumento de 73 vezes na quantidade de 2,4-D aplicado ao milho até 2019 nos EUA.

Outra preocupação de Benbrook reside na fiscalização que seria necessária para controlar o ingresso no mercado de versões mais baratas e de tecnologia ainda menos segura do herbicida. “Há 2,4-D barato, mal fabricado e de alto risco produzido na China e em outros países, e, sem dúvida, outros fabricantes genéricos e de baixo custo vão entrar no negócio se as culturas com 2,4-D elevarem a demanda em 10 vezes ou mais”, conclui.

Estudo comprova alteração genética em trabalhadores de soja em Porto Alegre - RS

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Ilustração: Allan McDonald - IUF Latina


Um estudo científico, encontrou alterações no DNA em trabalhadores expostos a agrotóxicos, na cidade de Espumante, no Rio Grande do Sul, um dos estados do Brasil , onde o  cultivo de soja é mais difundido.


Em Montevidéu, Maria Isabel Carcamo Os pesticidas no banco dos réus
Brasil



A pesquisa, publicada no início deste ano, foi realizado entre 2008 - 2009 por cientistas de várias universidades do sul do Brasil, que removeu células bucais para avaliar os efeitos da exposição a pesticidas para os trabalhadores agrícolas da soja Sparkling.

Foram avaliados 127 indivíduos, 81 expostos e 46 não expostos.

O estudo revelou danos no ADN e à presença de células mortas (cromatina condensada, as células karyorhectic e karyolitic) em organismos trabalhadores expostos.

As amostras foram analisadas por emissão de raios-X induzida por partículas Concentrações mais elevadas observadas nas células dos trabalhadores eram de magnésio, alumínio, silício, fósforo, enxofre e cloro.

Os pesquisadores recomendaram que realizar o monitoramento de toxicidade genética em soja trabalhadores rurais expostos a pesticidas.

Em todo o mundo, os agrotóxicos têm sido amplamente utilizados desde os anos 40.

O Brasil é o maior consumidor destas substâncias: entre 1991 e 1998, as vendas de agroquímicos locais aumentaram 160 por cento.

O gigante sul-americano, por sua vez, o segundo maior produtor e exportador de soja. Sua terra agrícola dedicada ao cultivo de soja aumentou de 11,5 milhões de hectares em 1990-21700000 em 2009.

Cinco estados respondem por 80 por cento da produção de soja Brasil . Um deles é o Rio Grande do Sul

O aumento da produção de soja envolve o uso de vários pesticidas para protecção das culturas e controle de pragas. Os trabalhadores agrícolas são simultaneamente expostos a uma mistura complexa de inseticidas, talescomo organofosforados, piretróides e organoclorados e fungicidas e herbicidas utilizados na preparação e aplicação destes produtos químicos.

Os efeitos da exposição prolongada a baixas doses de pesticidas são muitas vezes difíceis de avaliar, uma vez que os sinais e sintomas associados não podem se manifestar clinicamente.

A informação sobre a toxicidade de pesticidas, pode não ser suficiente medir a riscos para a saúde. Alguns de seus compostos são considerados potenciais iniciadores de câncer e pode levar a uma maior incidência de doenças crônicas e degenerativas e malformações congênitas por causa de seus efeitos genotóxicos.

Estes últimosvarían consideravelmente, dependendo do grau de intoxicação, a via de absorção, as características específicas dos produtos, práticas culturais e os fatores individuais, tais como idade, sexo, estado nutricional e estado geral de saúde do aplicador ou aplicador .

Provavelmente, se estudos como este devem ser realizados em outras regiões do Brasil e outros países da América Latina, onde é cultivado ou outra monocultura de soja transgênica, como Argentina , Paraguai e Uruguai , os resultados seriam muito semelhantes aos obtidos pela equipe do Rio Grande do Sul.


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