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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Agricultores notificam empresas por falha em transgênicos

Plantação de milho transgênico
Plantação de milho transgênico: variedade teria falhado em conferir a prometida resistência a lagartas
Fonte: EXAME.COM

Agricultores do Mato Grosso notificaram quatro empresas de biotecnologia reclamando da perda de eficiência de um tipo de milho transgênico


A entidade disse que variedades de milho BT da Monsanto, DuPont, Dow Chemical e Syngenta falharam, na última safra, em conferir a prometida resistência a lagartas.

"As lagartas deveriam morrer ao comerem o milho. Mas, considerando que elas não morreram neste ano, produtores tiveram de gastar em média 120 reais por hectares... em um período em que os preços do milho estão terríveis", disse o presidente da Aprosoja-MT, Ricardo Tomczyk, Segundo a Aprosoja-MT, o custo de produção aumentou em decorrência das aplicações a mais de inseticidas.

As empresas dizem que cabe aos produtores utilizar a tecnologia adequadamente, seguindo as recomendações técnicas para garantir a eficiência da tecnologia.

"A companhia orienta os produtores rurais quanto à necessidade de adoção de um sistema de manejo integrado de pragas, que inclui, entre outras ações, o cultivo das áreas de refúgio que são essenciais para manter o equilíbrio das populações de pragas-alvo", disse a Dow AgroSciences, divisão de agronegócios da Dow Chemical, em nota.

Já a DuPont afirmou que seus híbridos "continuam a oferecer controle efetivo contra um amplo espectro de pragas e, quando combinados com as melhores práticas de manejo", permitem que os produtores atinjam todo o potencial das variedades.

A Dow disse que está analisando as alegações indicadas no documento da Aprosoja e disse que vai se posicionar dentro de um prazo de dez dias cobrado pela associação.

Já a DuPont informou que "até o momento não recebeu nenhuma notificação" sobre a eficiência da tecnologia.

A Monsanto informou que ainda não recebeu a notificação extrajudicial da Aprosoja e que vai se manifestar quando analisar os respectivos termos da notificação. Procurada pela Reuters, a Syngenta não se manifestou imediatamente.

A Aprosoja quer que as empresas ofereçam soluções para as falhas apresentadas pela tecnologia e uma forma de ressarcir os prejuízos enfrentados pelos produtores rurais de Mato Grosso.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Reino Unido apela ao público para tentar salvar abelhas da extinção

G1 NATUREZA
Abelhas estão diminuindo ao redor do mundo e cientistas ainda não descobriram motivo. (Foto: AFP Photo/Philippe Huguen )
Abelhas estão diminuindo ao redor do mundo e cientistas ainda não descobriram motivo. (Foto: AFP Photo/Philippe Huguen )

Mortalidade ao redor do planeta ameaça a polinização de flores e frutas.

Entre as possíveis causas estão o uso excessivo de pesticidas.


Cinco passos podem ajudar a conter o declínio das populações de abelhas e outros polinizadores vitais para manter a cadeia alimentar da qual as pessoas dependem, afirmaram as autoridades britânicas nesta semana ao fazer um apelo público.

Governos de todo o mundo têm se alarmado com o forte declínio no número de abelhas, que desempenham um papel fundamental nos ecossistemas, especialmente nos cultivos que compõem grande parte da alimentação humana.

Segundo a agência France Presse, os cinco passos são: plantar mais flores, arbustos e árvores ricas em néctar e pólen; deixar trechos de terra livres para o crescimento de plantas silvestres; aparar a grama com menos frequência; evitar perturbar ou destruir insetos aninhados ou em hibernação; e pensar cuidadosamente antes de usar pesticidas.

"Polinizadores como as abelhas são vitais para o meio ambiente e para a economia, e eu quero assegurar que faremos tudo o possível para salvaguardá-los", disse o vice-ministro de Meio Ambiente, Rupert de Mauley.

"É por isso que estamos encorajando a todos para que adotem algumas poucas ações simples e façam seu papel em ajudar a proteger nossas abelhas e borboletas", acrescentou.


Estratégia nacional para polinizadores

Os cinco passos impulsionados pelo Ministério do Meio Ambiente são divulgados antes da publicação pelo governo, prevista para este ano, de uma estratégia nacional para proteger polinizadores.

A organização Amigos da Terra saudou a iniciativa, mas instou o governo a trabalhar para limitar o uso de pesticidas, que se acredita ser um fator chave neste declínio.

"O governo também precisa desempenhar seu papel, fortalecendo sua vindoura Estratégia Nacional de Polinizadores para responder a todas as ameaças que as abelhas enfrentam, especialmente apoiando os fazendeiros a reduzir o uso de pesticidas e contendo a perda continuada de hábitat vital como as pradarias", disse o diretor executivo Andy Atkins.

O governo britânico tem sido criticado por se opor às restrições da União Europeia ao uso de vários neonicotinoides em cultivos favorecidos pelas abelhas. As substâncias têm sido vinculadas ao declínio nas populações de abelhas e aves.

Importância das abelhas

A mortalidade de abelhas ao redor do planeta ameaça ambos os processos. Entre as possíveis causas já listadas estão o uso excessivo de pesticidas, como os neonicotinoides, excesso de parasitas que afetam esses insetos, poluição do ar e da água, além do estresse causado pelo gerenciamento inadequado das colmeias.

Investigar essas e outras hipóteses é importante, porque pode evitar um possível caos ambiental. O declínio põe em risco a capacidade global de produção de alimentos.
Para se ter ideia, segundo a Organização das Nações Unidas, os serviços de polinização prestados por esses insetos no mundo – seja no ecossistema ou nos sistemas agrícolas -- são avaliados em US$ 54 bilhões por ano. Além disso, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha.

Fonte: G1 Natureza

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ministério Público Federal solicita que Embrapa promova a Agroecologia




O Ministério Público Federal enviou ao presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Parque Estação Biológica, Maurício Antônio Lopes, um ofício datado de 12 junho, solicitando que essa instituição confira especial tratamento às áreas relativas à Agroecologia, de acordo com o estabeleciddo pela Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo).

No ofício, o Ministério Público Federal informou ter "recebido sucessivos reclames quanto às linhas de pesquisa da Embrapa, que privilegiam o modelo agroquímico de produção e o uso de agrotóxicos, em detrimento dos mecanismos biológieos de controle das pragas e da agroecologia".

O documento também sugeriu que a Embrapa promova práticas ecológicas " tendo em vista a insustentabilidade dos sistemas convencionais de produção".

O texto na íntegra pode ser lido abaixo.

Ofício /2014 - 4º CCR Brasília, 12 de junho de 2014

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
4ª CÂMARA DE COORDENAÇÂO E REVISÃO
Meio Ambiente e Patrimônio Cultural

A Sua Excelência o Senhor
MAURÍCIO ANTÔNIO LOPES
Presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) Parque Estação Biológica - lºqEB s/n°. 70770-901 Brasília-DF

Assunto: Agroecologia

Senhor Presidente,

Cumprimentando-o, e em face da instituição da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), cujos objetivos incluem o desenvolvimento de açiies indutoras da transição agroecológica e da produçlio orgânica de base agroecológica. para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida da populaçlio (Decreto n. 7.794/2012, art. 1°), solicitamos que essa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária confira especial tratamento às demandas relativas a essa área.

O Ministério Público Federal tem recebido sucessivos reclames quanto às linhas de pesquisa da Embrapa, que privilegiam o modelo agroquímico de produção e o uso de agrotóxicos, em detrimento dos mecanismos biológicos de controle das pragas e da agroecologia.

Desse modo, sugerimos que a Embrapa promova a instigação das políticas indutoras do desenvolvimento agrícola brasileiro, por meio da adoção de modelos altemativos de produção agrícola, tendo em vista a insustentabilidade dos sistemas convencionais de produção.
Atenciosamente,

Måario José Gisi - Subprocurador-Geral da República Coordenador da 4ª CCR
Pedro Serafim - Procurador Regional do Trabalho Presidente do Fórum Nacional de Combate aos Impactos de Agrotóxicos


Colaboração: Edílson Gonçalves

sábado, 19 de julho de 2014

Pelas abelhas

A maior parte dos cultivos agrícolas depende da polinização feita por abelhas. (foto: Bob Peterson/ Flickr – CC BY-SA 2.0)

Campanha internacional criada por brasileiros chama atenção para o desaparecimento de colmeias e seu impacto sobre o ambiente e a segurança alimentar dos humanos.

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A notícia de que a população mundial de abelhas tem se reduzido pode até ser novidade para alguns, mas não aqui na CH On-line. Esses insetos vêm desaparecendo nos últimos 60 anos e 13 espécies foram extintas do planeta – das cerca de 20 mil existentes. O que parece uma boa notícia para os alérgicos é, no entanto, preocupante para o futuro da humanidade. Por isso, pesquisadores brasileiros lançaram uma campanha global para divulgar o sumiço de abelhas batizada de Bee or not to be? – um trocadilho em inglês com o verbo ‘ser’ (to be) e a palavra ‘abelha’ (bee) baseado na famosa frase de William Shakespeare: “Ser ou não ser, eis a questão.

Os pesquisadores chamam a atenção para um fenômeno mundial denominado ‘síndrome do desaparecimento das abelhas’, decorrente de um problema no sistema nervoso desses insetos que faz com que eles ‘esqueçam’ o caminho de volta para sua colmeia e morram ao relento. Essa alteração está relacionada principalmente ao uso na agricultura de uma classe de pesticidas à base de nicotina, os neonicotinoides. Ao tentar polinizar os vegetais tratados com esses pesticidas, as abelhas se contaminam e desenvolvem o problema.

Em sua página, o projeto pretende alertar a população sobre esse fenômeno e reunir assinaturas em todo o mundo para pressionar autoridades a regulamentar o uso dos pesticidas nocivos para as abelhas. “O uso de pesticidas no Brasil hoje é pouco regulamentado e produz muitos efeitos adversos ao ambiente e às espécies”, aponta o idealizador da campanha, o geneticista Lionel Segui Gonçalves, professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) em Mossoró (RN) e diretor do Centro Tecnológico de Apicultura e Meliponicultura do Rio Grande do Norte (Cetapis).

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Estudo revela que agricultores familiares não têm condições de cumprir normas de uso seguro dos agrotóxicos




Texto: MANUEL ALVES FILHO Fotos: Antoninho Perri Edição de Imagens: Diana Melo

No Brasil, o conceito de uso seguro relacionado aos agrotóxicos é uma falácia.

A constatação, em tom de alerta, é da dissertação de mestrado do farmacêutico Pedro Henrique Barbosa de Abreu, defendida recentemente na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, sob a orientação do professor Herling Alonzo.

De acordo com o pesquisador, as normas contidas na denominada Lei dos Agrotóxicos, sancionada em 1989, bem como as diversas e complexas medidas técnicas descritas nos manuais de segurança, elaborados pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef, que representa as indústrias químicas) e por instituições públicas de saúde, meio ambiente e agricultura, não podem ser cumpridas, principalmente por parte dos agricultores familiares, que não dispõem de informações e nem de recursos para tal.

 “Ou seja, quando o assunto é agrotóxico, não se pode falar em uso seguro no país”, sustenta o autor do trabalho.