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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O MUNDO SEGUNDO A MONSANTO



A documentarista francesa Marie-Monique Robin, autora do  O Mundo Segundo a Monsanto, dedicou-se três anos de sua vida para desvendar como uma indústria de químicos virou  a maior companhia mundial de sementes geneticamente modificadas (transgênicas) e uma das empresas mais influentes do planeta, segundo a revista Business Week.

Marie trabalha há 25 anos com matérias investigativas e recebeu prêmios como o Albert Londres, em 1995, concedido a um documentário sobre o tráfico internacional de órgãos.

Em 2004, ela foi aclamada na Europa ao produzir o também premiado Esquadrões da Morte: a escola francesa, sobre a relação do governo francês com ditaduras da América latina, nos anos 70.

Para escrever a história da Monsato, Marie analisou 500 mil páginas de documentos e viajou à Grã-Bretanha, Estados Unidos, Índia, México, Vietnã e Noruega.


Para ler uma entrevista com Marie-Monique acesse: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI20603-15254,00.html


Segue abaixo um resumo do documentário e em seguida o filme completo.        

Muitos estudos científicos provaram que o roundup é altamente tóxico,  por exemplo, ele provoca disfunções na divisão celular como mostra  o estudo do professor Robert Bellé , PhD The French National Center for Scientific Reserarch (CNRS).

Segundo o professor – esta foi a primeira disfunção que observamos no roundup e por isso acreditamos que ele provoca os primeiros estágios que levam ao câncer.

O professor recebeu a ordem para ficar calado pois o resultados do estudo poderia provocar ainda mais polêmica sobre os alimentos trangênicos.

A toxicidade do roundup foi ocultada para não prejudicar o desenvolvimento dos transgênicos.

A pergunta que a documentarista fez e foi em busca de resposta foi:

“Estes grãos de soja, “fabricados para resistir a um herbicida poderoso vão acabar em nossos pratos devem ter sido rigorosamente testados antes de seu lançamento no mercado”

A documentarista foi atrás do ministro da agricultura da época no governo Bill Clinton, de 1995 a 2000 – Dan Glick e uma pequena parte que ela obteve dele segue abaixo:

“ Percebi nos primeiros anos que estive envolvido com a regulamentação da bioctenologia é que houve um sentimento geral no nosso governo e no setor de agronegócios que se você não atendesse efetivamente a favor da aprovação rápida de produtos bioctenológicos de cultivos transgênicos então você seria de certa forma antiprogresso e anticiência.

(...) uma porção de gente no setor de agronegócios a quem não interessava as análises e testes que provavelmente deveríamos ter efetuado porque tinha muito dinheiro investido nos produtos.


Isto mostra que nos EUA o ministro da agricultura não tem a menor chance contra as multinacionais.

E no Brasil?

Mas como foi a regulamentação dos transgênicos nos EUA?

A documentarista foi conversar com James Maryanski que chefiava o departamento de bioctenologia  da FDA naquela época – 1985-2006.


James Maryanski admitiu que a regulamentação dos transgênicos foi uma decisão política e não científica.


Jeremy Rifkin – President of the Foundation for Economic Trends coloca que “equivalências substancial” foi uma estratagema para  atender  às necessidades daquelas empresas, principalmente a Monsanto.

O documentários também abordou a aprovação do hormônio de crescimento bovino que aumenta em 20%  a produção de leite.

A Monsanto começou a vender para os produtores de leite em 1994 sob o nome comercial Posilac.

Em 1984 a Monsato solicitou ao FDA a autorização para o lançamento do Posilac.

Os Peritos do Centro  de Medicina  Veterinária da FDA revisaram os textes que a empresa havia realizados com seus rebanhos experimentais.

O veterinário responsável pela revisão desses testes era Richards Burroughs e ele afirmou que funcionários da agência regulatória omitiram e suprimiram dados.

Segundo o Veterinário os dados que  Monsanto apresentou não estavam completos  e faltavam várias informações importantes e ao solicitar as informações ele foi afastado do projeto  - “ Quando você esta no caminho deles , eles simplesmente te afastam. Jogaram-me para escanteio e depois me demitiram”


Apard  Pusztai  cientista reconhecido mundialmente perdeu seu emprego quando alertou sobre os alimentos transgênicos.

Em seus testes com ratos alimentados com batata transgênica  na Escócia - as batatas transgênicas foram reconhecidas como um organismo estranho havendo um aumento no estimulo reprodutivo e uma aceleração do sistema imunológico  dado que contradizia até então tudo que a FDA vinha dizendo em relação a tecnologia.

Um dia após a publicação de uma entrevista e divulgação dos dados  o Dr. Apard  Pusztai  foi  demitido e a equipe de pesquisa desfeita.

O documentário também coloca as pressões  e impactos que tem ocorridos com os produtores em diferentes países:

O  Centro para Segurança Alimentar em Washington DC publicou um estudo sobre produtores processados pela Monsanto por não respeitarem a patente das sementes  e descobriu pelo menos 100 processos e muitas falências.

A contaminação mesmo não intencional de uma lavoura de soja por soja transgênica tem sido motivo de ação da Monsanto contra os produtores para receber os royalties.

A semente convencionais  registradas são compradas e plantadas como convencionais, mas já vem contaminadas.  O produtor prejudicado é alvo de processo que coloca em risco sua propriedade porque a empresa cobra o royalty.

Quem vende a semente não sofre penalização por vender sementes contaminadas, o agricultor sim e o documentário mostra um caso deste.


A Índia o terceiro produtor mundial de algodão  foi introduzido o algodão BT.

Em 2006  a safra foi destruída por uma doença que atinge o algodão transgênico e que a propaganda da Monsanto  que há uma redução em 78% aplicação de herbicida e produz melhores safras  não é verdadeira.

Mesmo que os produtores queiram comprar sementes convencionais  eles não as  encontram para  comprar.
                                             
Atualmente na Índia  a Monsanto controla praticamente  todo o mercado de sementes de algodão e força os agricultores a comprar as sementes a preços 4 vezes superiores  das sementes convencionais e os produtores são obrigados a recorrer a agiotas e quando a safra é ruim vão a falência.

Kishor Tiwari mostra o mapa do algodão cultivado na  Índia. No primeiro ano tiveram 600 suicídios e no segundo ano  que ainda não havia terminado já tiveram 680 suicídios.

Eles colocam que todas estas biotecnologias  estão deixando os produtores na total dependência o mercado porque você tem pagar muito mais pelas sementes e também tem que comprar o herbicida.




Ignácio  Chapela, PhD University of Califórnia , Berkeley   trabalhou durante 15 anos com comunidades  indígenas em Oaxaca, México.

O México por ser  o centro de origem do milho tem uma enorme biodiversidade e para preservá-la proibiu o plantio do milho transgênico, mas devido ao um acordo assinado não pode proibir a importação do milho americano;

Segundo estudo realizado pelo professor  Dr.  Ignácio  Chapela     os transgênicos já contaminaram o milho mexicano.

Espécies locais mantidas e cuidadas  pelas populações indígenas há milhares de anos  já tinha sido atingidas por contaminação transgênicas principalmente dos EUA.

O trabalho de Ignácio Chapela provocou uma reação violenta no México.

Aldo Gonzáles President of na organization for the indigenous population -  diz: nós andamos perguntando se esta contaminação não seria intencional  se o centro de origem do milho for contaminado , o resto do mundo virá atrás . A contaminação beneficia apenas as multinacionais como a Monsanto

E qual foi a reação da Monsanto?

A Monsato consegui a demissão do professor Dr.  Ignácio  Chapela.

Jonathan Matthews  President of GM Watcn  coloca: “trata-se de uma organização que esta determinada a forçar a entrada de seus produtos, no mundo inteiro e determinada a acabar com a reputação de quem quer que se coloque em seu caminho.

O documentário  também coloca que a partir da Argentina a semente transgênica se espalha misteriosamente para os países  vizinhos  como o Brasil e o Paraguai.

Em 2005 o Paraguai legalizou os plantios contrabandeados.

Roberto Franco Secretário da Agricultura do Paraguai coloca:  vimo-nos forçado a autorizar as sementes transgênicas porque elas já haviam entrado no pais de uma forma não ortodoxa.

 Parece que vimos este mesmo filme se repetir no Brasil?

O documentário trás o impacto sócio-ambiental que a soja transgênica trouxe para os agricultores do  Paraguai.

No Brasil não esta sendo diferente.

Veja o filme completo  e tire suas conclusões...

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