Ocupando historicamente uma posição de vanguarda nesse segmento em todo o Brasil, no tocante à qualidade dos produtos e à excelência do atendimento, o setor supermercadista do Pará mais uma vez toma a dianteira no enfrentamento a um dos mais sérios problemas do país com repercussões sobre a saúde pública, que é o risco potencial de contaminação por agrotóxicos dos alimentos comercializados in natura.
Pará é o sexto estado a aderir à programa que promete erradicar esse mal das gôndolas (Foto: Alf Ribeiro) |
Dispostos a atacar de frente o problema, e assim oferecer maior proteção aos consumidores, os empresários do setor, representados pela Associação Paraense de Supermercados (Aspas), formalizaram esta semana sua adesão ao Programa de Rastreabilidade e Monitoramento de Alimentos (Rama). Criado por iniciativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o programa já é desenvolvido em cinco Estados, chega agora ao Pará e a previsão é de que dentro de dois anos, no máximo, ele esteja consolidado em todo o Brasil.
Tocado em parceria com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Ministério da Agricultura, além de outras entidades que a ele estão se associando, o Rama traz para o consumidor brasileiro – e em particular para a população paraense – o que é, sob qualquer ótica em que se analise a questão, uma excelente notícia. Seu objetivo é a redução e o controle de agrotóxicos em frutas, verduras e legumes, de modo a garantir a oferta de alimentos de melhor qualidade e afastar os riscos potenciais à saúde humana.
O presidente da Aspas, José Oliveira (Grupo Formosa), enalteceu, esta semana, a receptividade dos supermercados paraenses ao programa, o que vem reforçar, na sua avaliação, o compromisso do setor para com a qualidade dos produtos oferecidos à população e a excelência do atendimento ao público consumidor. Especialmente em relação aos hortifrutigranjeiros, conforme frisou o presidente da Aspas, a garantia de qualidade é vista pelo setor como da maior importância. “Os donos de supermercados, afinal, são também consumidores. Há portanto, de nossa parte, o interesse pessoal casado com o compromisso que nós temos para com a sociedade”, afirmou.
Mesmo reconhecendo a complexidade e magnitude da tarefa, José Oliveira disse que a Aspas pretende consolidar a implantação do Rama no Pará até o final do ano, no mais tardar no início de 2015. O tempo, porém, não é, segundo ele, o mais importante. “O que de fato interessa são os resultados. Nós vamos apostar no êxito desse programa, porque entendemos que o grande beneficiado será o consumidor. O nosso sucesso será uma conquista para a população paraense”, acrescentou.
Problema exige ações rápidas
A preocupação com a qualidade dos alimentos vem de longa data, tanto que o governo brasileiro já criou, no âmbito da Anvisa, o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos (Para). Acontece que o programa tem se revelado inócuo, já que, embora apto a detectar excessos no uso de agrotóxicos ou o emprego de substâncias não apropriadas, ele não gera consequências práticas destinadas a corrigir as anomalias e sanar os problemas.
É esse vácuo que está sendo ocupado agora pelo Rama, criado pela Abras por solicitação, aliás, da própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ao contrário daquele, porém, o Rama vai atuar em todas as etapas da cadeia de produção e comercialização. Com o rastreamento e monitoramento do produto, será possível identificar com precisão a sua origem quando for detectada qualquer anomalia. Nesta hipótese, produtor e distribuidor serão imediatamente notificados, desencadeando-se a partir daí um conjunto de ações para a solução do problema.
O vice-presidente de relações institucionais da Abras, Márcio Milan, que esteve em Belém esta semana para formalizar com a Aspas o termo de adesão do Pará ao programa, explicou que o Rama começou com um projeto piloto, há cerca de dois anos, no Estado de Santa Catarina. Hoje, ele está presente também em São Paulo, Ceará, Sergipe e Rio Grande do Norte, já mobilizando um universo de 640 produtores rurais.
Márcio Milan afirmou que uma lista de 25 itens, entre frutas, verduras e legumes, está no foco do programa. As amostras serão colhidas nas próprias gôndolas dos supermercados e encaminhadas para análise nos laboratórios da Eurofins do Brasil, em São Paulo. Credenciada pela Anvisa, a Eurofins é uma multinacional que atua hoje em perto de 40 países, operando uma rede de quase duas centenas de laboratórios e mobilizando um universo de 15 mil funcionários. Ela é líder mundial em serviços bioanalíticos, com um portfólio de cem mil testes e ensaios.
Responsável pela gestão do programa, a empresa Paripassu acredita que serão credenciados pelo Rama no Pará cerca de uma centena de fornecedores. “Esta é a média que temos obtido nos Estados”, explicou em Belém o gerente de contas e consultor técnico da empresa, Luciano Grassi Tamiso. A Paripassu, sediada em Santa Catarina, é referência nacional da área de tecnologia da informação e foi a responsável pelo desenvolvimento do software do programa lançado para todo o país pela Associação Brasileira de Supermercados.
Fonte: (Diário do Pará)
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