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terça-feira, 8 de maio de 2012

A LEI DA AGRAECOLOGIA E O VETO DO GOVERNADOR









Seu Antonio era um típico agricultor familiar da região norte do estado do Paraná.

A exemplo de muitos agricultores cuidava da terra sem utilizar  agrotóxicos até que um determinado dia através da rede oficial de assistência técnica do estado o agrotóxico entrou em sua vida.

Curiosamente primeiro veio os venenos agrícola  e depois e muito depois os equipamentos de proteção.

Para produzir a partir de então era necessário o uso dos venenos agrícolas, sementes híbridas e muita adubação química.

Seu Antonio não havia procurado a assistência e tão pouco estava com dificuldades de produzir – mas, porém, a assistência oficial  e a as linhas de crédito o procurou e  impôs um novo modelo de produção.

Isto foi na década de 80.
                                              

O breve relato acima é uma história verídica que se reproduziu no Brasil todo onde com o apoio oficial os produtores foram convertidos em “dependentes químicos”  de forma a não mais produzir sem o uso de agroquímicos.

Muitos produtores foram convencidos a usar agrotóxicos e não foram preparados  ou treinados para se protegerem  ou em outras palavras sem nenhuma proteção.


Segundo FLORES et all 2004:

• No Brasil, a partir de 1970, a produção agrícola sofreu grandes transformações. A política de estímulo do crédito agrícola, associada às novas tecnologias, impulsionou várias culturas, principalmente destinadas à exportação. Pacotes tecnológicos ligados ao financiamento bancário obrigavam os agricultores a adquirir insumos e equipamentos, muitas vezes desnecessários. Entre os insumos, estavam os pesticidas, que eram recomendados para o controle de pragas e doenças, como método de resguardar o potencial produtivo das culturas. Esse método obrigava aplicações sistemáticas de pesticidas, mesmo sem ocorrência das pragas, resultando em pulverizações excessivas e desnecessárias (RUEGG et al., 1991 apud Flores et all 2004).


O resultado foi morte e intoxicação de agricultores além de contaminação ambiental e dos alimentos – ou seja, verdadeiro  crime ambiental e atentado a saúde do trabalhador e consumidor – COM O APOIO OFICIAL DO ESTADO.

Para compreender  um pouco  o que esta sendo colocado acima veja  o conteúdo do link abaixo -  EM 25 ANOS ... O QUE MUDOU?



Vamos recordar sobre o uso dos organoclorados que entrou na vida de milhões de pessoas com o apoio oficial do estado e depois se descobriu que é cancerígeno, provoca partos prematuros, causa danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares etc., até que em 1985 foi proibido.


Após a proibição do uso BHC, DDT e outros os produtores ficaram com esses produtos armazenados em suas propriedades sem nenhuma orientação especifica o que fazer com esses resíduos - que são uma fonte permanente de riscos a saúde humana e a todo ecossistemas.
                                                           

Proibido em 2005 e  até agora 2012 esses produtos ainda não foram totalmente  recolhidos das propriedades agrícolas – 27 anos após a proibição do uso é que medidas estão sendo estudadas para retirar e dar um destino para esses resíduos ... DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

Para saber mais acesse:

ORGANOCLORADOS: UM PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA



A mídia tem noticiado com freqüência o problema da contaminação dos alimentos com agrotóxicos e vejamos alguns destaques:


Vestígio de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste



Um terço dos alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos



Brasil: líder mundial em alimentos envenenados


A pesquisadora que descobriu veneno no leite materno


Jornal Nacional - Anvisa divulga lista dos alimentos com maior nível de contaminação


O Veneno esta na mesa - Filme de Silvio Tendler



Vamos recordar... Tudo isto com o apoio do estado.


O que poderíamos esperar de um governo minimante preocupado com a saúde do produtor, consumidor e com o meio ambiente?

Apoio a um sistema de produção que incentive a pesquisa e o desenvolvimento de uma agricultura mais limpa.





Por uma questão de bom senso deveria ser uma obrigação de qualquer governante porque o estado esta em débito com toda a sociedade e com os produtores que ficaram como que dependente químico e não  consegue abandonar esta dependência sem apoio.


Mas infelizmente o bom senso nem sempre é o comum dos sensos.


O deputado paranaense  Welter apresentou o projeto de lei PROJETO DE LEI Nº 403/2011 visando incentivar a implantação de sistemas de produção   agroecológica e orgânica pelos agricultores familiares no Estado do Paraná.

Veja a íntegra do projeto:


O projeto foi aprovado na Câmara e foi para ser sancionado pelo governador e foi vetado e vejam abaixo os motivos do veto:





Contrário ao interesse público? De que público?


O que a sociedade pode esperar neste momento da Assembléia Legislativa do Paraná?


Os deputados voltaram a favor do projeto para aprovar e será que agora votarão contra o que eles mesmos aprovaram?



Para saber mais acesse:

MANIFESTO A FAVOR DA  AGROECOLOGIA NO PARANÁ

http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/manifesto-favor-da-agroecologia-no.html


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