Seu Antonio
era um típico agricultor familiar da região norte do estado do Paraná.
A exemplo
de muitos agricultores cuidava da terra sem utilizar agrotóxicos até que um determinado dia
através da rede oficial de assistência técnica do estado o agrotóxico entrou em
sua vida.
Curiosamente
primeiro veio os venenos agrícola e
depois e muito depois os equipamentos de proteção.
Para
produzir a partir de então era necessário o uso dos venenos agrícolas, sementes
híbridas e muita adubação química.
Seu Antonio
não havia procurado a assistência e tão pouco estava com dificuldades de
produzir – mas, porém, a assistência oficial e a as linhas de crédito o procurou e impôs um novo modelo de produção.
Isto foi na década de 80.
O breve relato acima é uma história
verídica que se reproduziu no Brasil todo onde com o apoio oficial os
produtores foram convertidos em “dependentes químicos” de forma a não mais produzir sem o uso de
agroquímicos.
Muitos produtores foram convencidos a usar
agrotóxicos e não foram preparados ou
treinados para se protegerem ou em
outras palavras sem nenhuma proteção.
Segundo FLORES et all 2004:
• No Brasil, a partir de 1970, a produção agrícola
sofreu grandes transformações. A política de estímulo do crédito agrícola, associada
às novas tecnologias, impulsionou várias culturas, principalmente destinadas à
exportação. Pacotes tecnológicos ligados ao financiamento bancário obrigavam os
agricultores a adquirir insumos e equipamentos, muitas vezes desnecessários.
Entre os insumos, estavam os pesticidas, que eram recomendados para o controle
de pragas e doenças, como método de resguardar o potencial produtivo das
culturas. Esse método obrigava aplicações sistemáticas de pesticidas, mesmo sem
ocorrência das pragas, resultando em pulverizações excessivas e desnecessárias
(RUEGG et al., 1991 apud Flores et all 2004).
O resultado foi morte e intoxicação de agricultores além de contaminação ambiental e dos alimentos – ou seja, verdadeiro crime ambiental e atentado a saúde do trabalhador e consumidor – COM O APOIO OFICIAL DO ESTADO.
Para compreender um pouco o que esta sendo colocado acima veja o conteúdo do link abaixo - EM 25 ANOS ... O QUE MUDOU?
Vamos recordar sobre o uso dos
organoclorados que entrou na vida de milhões de pessoas com o apoio oficial do
estado e depois se descobriu que é cancerígeno, provoca partos prematuros,
causa danos neurológicos, respiratórios e cardiovasculares etc., até que em 1985 foi proibido.
Após a proibição do uso BHC, DDT e outros
os produtores ficaram com esses produtos armazenados em suas propriedades sem
nenhuma orientação especifica o que fazer com esses resíduos - que são uma
fonte permanente de riscos a saúde humana e a todo ecossistemas.
Proibido em 2005 e até agora 2012 esses produtos ainda não foram
totalmente recolhidos das propriedades
agrícolas – 27 anos após a proibição do uso é que medidas estão sendo estudadas
para retirar e dar um destino para esses resíduos ... DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?
Para saber mais acesse:
ORGANOCLORADOS:
UM PROBLEMA DE SAÚDE PUBLICA
A mídia tem noticiado com freqüência o
problema da contaminação dos alimentos com agrotóxicos e vejamos alguns
destaques:
Vestígio
de pesticida é encontrado em 63% das uvas em SP, aponta teste
Um terço dos
alimentos consumidos pelos brasileiros está contaminado por agrotóxicos
Brasil: líder
mundial em alimentos envenenados
A
pesquisadora que descobriu veneno no leite materno
Jornal
Nacional - Anvisa divulga lista dos alimentos com maior nível de contaminação
O
Veneno esta na mesa - Filme de Silvio Tendler
Vamos recordar... Tudo isto com o apoio do estado.
O que poderíamos esperar de um governo
minimante preocupado com a saúde do produtor, consumidor e com o meio ambiente?
Apoio a um sistema de produção que incentive a pesquisa e o desenvolvimento de uma agricultura mais limpa.
Apoio a um sistema de produção que incentive a pesquisa e o desenvolvimento de uma agricultura mais limpa.
Por uma questão de bom senso deveria ser
uma obrigação de qualquer governante porque o estado esta em débito com toda a
sociedade e com os produtores que ficaram como que dependente químico e
não consegue abandonar esta dependência
sem apoio.
Mas infelizmente o bom senso nem sempre é
o comum dos sensos.
O deputado paranaense Welter apresentou o projeto de lei PROJETO DE LEI Nº 403/2011 visando incentivar a
implantação de sistemas de produção agroecológica e orgânica pelos
agricultores familiares no Estado do Paraná.
Veja a íntegra do projeto:
O projeto foi aprovado na
Câmara e foi para ser sancionado pelo governador e foi vetado e vejam abaixo os
motivos do veto:
Contrário ao interesse público? De que público?
O que a sociedade pode esperar
neste momento da Assembléia Legislativa do Paraná?
Os deputados voltaram a favor do projeto para aprovar e será que agora votarão contra o que eles mesmos aprovaram?
Para saber mais acesse:
MANIFESTO A FAVOR DA AGROECOLOGIA NO PARANÁ
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2012/05/manifesto-favor-da-agroecologia-no.html
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