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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Cientistas franceses põem milho transgénico debaixo de fogo



A experiência foi realizada durante dois anos sob o mais estrito sigilo, camuflada como uma operação militar de alta segurança. Um artigo no site do Le Nouvel Observateur faz o resumo do estudo coordenado por um biólogo da Universidade de Caen, Gilles-Éric Séralini. Os resultados estão na edição deste 19 de setembro da revista científica Food and Chemical Toxicology e apontam para uma ação devastadora da dieta OMG (organismos geneticamente modificados) a que foram submetidas duas centenas de ratos de laboratório: tumores atrás de tumores, uma vida encurtada em mais de metade. Uma lista de preocupações para a indústria OGM.

A ideia de que o milho geneticamente modificado seria inócuo cai aqui por terra e é suplantada pela conclusão assustadora de que, mesmo consumido em baixas quantidades, o milho estudado se revelou altamente tóxico e frequentemente mortal para os ratos. Más notícias: trata-se dos mesmos OGM que nos colocam diariamente no prato - na carne e nos ovos - ou no leite.Gilles-Éric Séralini divulga todos os pormenores da experiência num livro que será posto à venda na próxima semana – “Todos Cobaias!”, edição Flammarion.

Uma empresa é particularmente visada pelo estudo – a norte-americana Monsanto, sediada em Saint-Louis. Os ratos colocados sob dieta de milho geneticamente modificado, tratado ou não com Roundup, herbicida também da Monsanto, ou alimentados com água contendo quantidades diminutas de herbicida presente nas plantações de campos OGM, desenvolveram um sem-número de patologias passados que estavam somente 13 meses da experiência.

Rigor militar

A equipa de Séralini começou a preparar o ensaio em 2006. O nome código da experiência: In Vivo. O primeiro passo consistiu em adquirir as sementes de milho OGM NK 603, patenteado pela Monsanto. A carga passaria por um liceu agrícola canadiano, para chegar em finais de 2007 ao porto de Havre. Seguiu-se a seleção das cobaias, duas centenas de ratos de laboratório, ditos “Sprague Dawley”.

Mas não seria necessário sequer esse tempo para que fosse reduzido de forma drástica o número de cobaias, explicou o professor Séralini: “Menos de um ano de menus diferenciados de milho OGM, abateu-se sobre os ratos uma hecatombe de uma amplitude que eu não esperava”.
Os ratinhos chegaram a desenvolver tumores mamários com dimensão de 25 por cento do seu peso, no caso das fêmeas. Os machos eram particularmente afetados nos rins e no fígado.

Em comparação, os ratos alimentados com milho OMG desenvolviam anomalias com uma frequência duas a cinco vezes superior ao que se verificava com as cobaias de controlo, cuja alimentação não continha OGM.

No final da vida esperada para os ratinhos de laboratório - dois anos é a esperança de vida calculada para aqueles animais -, de 50 a 80 por cento das fêmeas OGM eram afetadas, contra apenas 30 por cento das não-OGM. É ainda mais cedo entre os ratos OGM que as doenças atacam: 20 meses antes nos machos e três meses nas fêmeas.

São resultados que dificilmente deixarão o dossier OGM na mesma, um debate demasiadas vezes ideológico e subordinado a uma agenda comercial, com todo o poder de dissuasão dos grandes grupos como fator preponderante.

Robin Mesnage, Steeve Gress, Joël Spiroux, Gilles-Eric Seralini, Nicolas Defarge -  Equipe realizou o trabalho
A saída do livro do professor Gilles-Éric Séralini, a que se seguirá a exibição da adaptação para o cinema de Jean-Paul Jaud, colocará no entanto novas imagens nas nossas retinas. E essa é uma sugestão que seguramente levará a ponderar de outra forma o papel dos organismos geneticamente modificados nos planos para o futuro.


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Etude unique, la plus longue et la plus détaillée sur la toxicité d'un OGM et du principal pesticide

Para saber mais:

O Mundo Segundo a Monsanto
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/2011/12/o-mundo-segundo-monsato.html


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A Legitimidade da crítica científica
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3 comentários:

  1. A divulgação de notícias de jornal pode ser uma barriga para qualquer um, sobretudo se o jornal é francês e o assunto é OGM. Porque os jornais franceses espelham uma opinião pública totalmente contrária à engenharia genética quando o assunto é milho ou soja (embora jamais quando o assunto é queijo, vinho ou medicamentos, tudo bem feito à base de transgênicos). Típico do espírito cabotino deles lá.
    Neste caso, o site citou as notícias dos resultados do Séralini e seu grupo como se o os cientistas tivessem a verdade nas mãos. Mas ocorre justamente o contrário: o artigo é um verdadeiro desastre em todos os aspectos, além de não ser de jeito nenhum o primeiro que investiga a segurança dos alimentos GM em experimentos de longo prazo ou múltiplas gerações.
    Para que os leitores não acreditem na conversa fiada dos jornais franceses, sugiro ficarem de olhos bem abertos às réplicas, que já circulam na internet, e que leiam os dois comentários abaixo:
    http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-que-mostra-o-surgimento-de.html
    http://genpeace.blogspot.com.br/2012/09/artigo-sobre-efeito-de-milho.html
    Veja também o link abaixo para uma revisão sobre muitos estudos de longo prazo, muito melhores e anteriores ao junk science em pauta:
    Chelsea Snella, Aude Bernheimb, Jean-Baptiste Bergéc, Marcel Kuntzd, Gérard Pascale, Alain Parisf, Agnès E. Ricrochb. Assessment of the health impact of GM plant diets in long-term and multigenerational animal feeding trials: A literature review. Food and Chemical Toxicology Volume 50, Issues 3–4, March–April 2012, Pages 1134–1148

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    1. Agradeço a contribuição para informação apesar de que na última atualização que havia feito 26/09 - havia deixado um link sobre a réplica.

      Fica abaixo outro link de acesso onde a equipe de Séralini rebate criticas:

      http://pratoslimpos.org.br/?p=4721

      Abço!

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