" A notícia abaixo, é um dos reflexos, do desmonte da assistência técnica oficial, e o grande déficit de extensionista, fazendo com que muitas vezes, o agricultor fique apenas nas mão de vendedores, que não tem interesse em técnicas como manejo integrado de pragas e doenças - que levam a a redução de agrotóxicos, e o resultado é já conhecemos; o Brasil se tornou o número 1, no uso de agrotóxicos, com todas suas consequências para o consumidor, agricultor e meio ambiente e ao invés dos políticos e governos, estar preocupados com isso, estão preocupados em mudar as regras, e facilitar ainda mais o registros de novos agrotóxicos e retirar a Anvisa, a responsabilidade pelas avaliações de defensivos."
Parte dos produtores está deixando para trás as boas práticas de combate ao percevejo, um inseto que ataca as vagens da soja.
Referência mundial na década de 1980 por boas práticas no combate ao percevejo e redução no número de aplicações de inseticidas, o país volta a elevar o número de pulverizações.
Nos anos 1980, o produtor se destacou ao utilizar o chamado "Manejo Integrado de Pragas", quando reduziu as aplicações de inseticidas de cinco para duas vezes. Agora, as aplicações chegam a até sete por safra.
Os dados fazem parte de estudo feito pela Embrapa Soja em áreas de produtores da cooperativa Coamo. O estudo, feito em lavouras de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, mostra um descontrole nas aplicações de inseticidas no campo.
O resultado traz preocupações tanto econômicas como ambientais. A empresa constatou que os produtores que ainda se utilizam de boas práticas para o controle das pragas necessitam de apenas duas aplicações por safra.
O estudo constatou ainda que é comum a aplicação preventiva de inseticida. "Essas aplicações não resultam em benefícios para a produtividade ou qualidade dos grãos, além de não reduzir a intensidade do ataque da praga na fase crítica da soja", diz Samuel Roggia, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pela pesquisa.
Daniel Ricardo Sosa-Gomez, da Embrapa Soja, diz que a aplicação de inseticidas antes do período crítico do ataque dos percevejos elimina os inimigos naturais da praga, favorece o desenvolvimento de insetos resistentes, além de elevar custos.
Esse manejo inadequado por parte do produtor no combate às pragas permite, ainda, o aparecimento de outras espécies que antes eram consideradas secundárias, como lagartas e ácaros.
Roggia diz que a pesquisa apontou que o monitoramento das lavouras dever ser o subsídio básico para o controle da praga. "Há a necessidade do uso de amostragens para o momento correto das aplicações", diz ele.
Para a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann Campo, da Embrapa Soja, apesar desse certo descontrole no combate à praga, há informações disponíveis para o produtor reverter esse quadro.
Fonte: Folha São Paulo
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