Por: Marcelo Frazão
Propriedade dedicada a orgânicos na região de Londrina: CSA quer conectar pontas e eliminar atravessadores (Crédito: Roberto Custódio/Arquivo JL) |
Reunião marcada para esta sexta-feira servirá para aproximar agricultores de interessados em alimentação saudável, formando uma rede de consumo sustentável que já existe em 30 cidades brasileiras.
Londrina pode se unir a outras dezenas de cidades brasileiras onde consumidores que querem ficar livres dos agrotóxicos na alimentação conseguem obter frutas e verduras diretamente de agricultores orgânicos.
Livrar-se das frutas e verduras que crescem à base de agrotóxicos nem sempre é uma tarefa simples e barata, mas a rede Community Supported Agriculture (CSA Brasil)- sigla em para Comunidade que Sustenta a Agricultura - escolheu Londrina para uma ação estratégica que pode eliminar essa dificuldade.
Nesta sexta-feira (28), a CSA Brasil faz um encontro no Município para “unir as pontas” e conectar diretamente agricultores de orgânicos a consumidores interessados na alimentação saudável. “A intenção é juntar as pontas e eliminar os atravessadores que só prejudicam essa relação”, explica o agroecólogo Ariel Molina, membro do CSA.
Em todo o mundo, o CSA atua colocando frente a frente produtores e interessados. Na concepção do CSA, a atuação de supermercados, por exemplo, é uma das causas pelos quais os orgânicos são considerados alimentos “de grife”, com alto custo para os consumidores.
Exemplo paulista
No interior de São Paulo, várias cidades conseguiram “linkar” quem produz no campo a quem compra na cidade, com intermediação, sem custos, da rede CSA. Em Botucatu, cidade considerada como modelo por ter uma rede bem estruturada de logística, um núcleo começou com apenas cinco famílias consumidoras. Em pouco tempo, havia mais de 300 famílias recebendo alimentos direto de quem produz.
“O local de entrega pode ser uma escola, uma comunidade religiosa, um grupo qualquer de pessoas que apoie o consumo responsável. A CSA trabalha para eliminar atravessadores convencionais e fazer com que as entregas sejam combinadas entre produtores e interessados. O frete é um custo que entra para ser dividido no bolo geral da conta. Quanto mais gente com ideias criativas, melhor para todo mundo”, argumenta.
Em síntese, o trabalho da CSA é identificar produtores e consumidores e formar um núcleo gestor para decidir horários, locais de entrega e logística “para fazer os alimentos chegarem às pessoas”, explica o agroecólogo.
Comunidade indígenas
Em Londrina, o grupo tem interesse em atrair o interesse de comunidades indígenas para a produção orgânica, para que interajam diretamente com os moradores. “Uma comunidade CSA como a de Botucatu, por exemplo, conta com consumidores que tem tanto interesse que eles mesmos fazem questão de conhecer as famílias produtoras. Tem gente que, todos os dias, vai até às hortas voluntariamente para ajudar o agricultor. É algo que ultrapassa a simples comercialização e permite interação em torno da preocupação com uma alimentação não tóxica”, diz o membro da CSA.
No encontro desta sexta-feira (28) em Londrina, a intenção é atrair organizadores para estruturar a rede com suporte da CSA, além dos compradores e agricultores.
O 1º encontro da CSA Londrina é aberto a qualquer pessoa e começa às 14h, no Espaço Cultural Kinoarte. Fica na Avenida Faria Lima, 1399
Fonte: Jornal de Londrina
Colaboração: Edilson Gonçalves
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