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domingo, 7 de julho de 2013

Análise da toxidade e da genotoxidade de agrotóxicos utilizados na agricultura utilizando bioensaios com Allium Cepa





RESUMO:
O modelo de agricultura adotado no Brasil baseia-se no uso de agrotóxicos,
entretanto, seu uso desordenado e excessivo vem provocando diversos impactos sobre o
meio ambiente. Dependendo da natureza química e da concentração, os agrotóxicos
lançados no ambiente podem causar danos diversos na biota a eles expostos. Vários
estudos têm demonstrado em diferentes organismos que alguns agrotóxicos podem ser
tóxicos e/ou genotóxicos e influenciar na sobrevivência, fertilidade e composição
genética das populações. A partir desse contexto, torna-se importante que o
conhecimento sobre a toxicidade e a genotoxicidade dos agrotóxicos utilizados nas
culturas brasileiras seja ampliado. Os bioensaios com vegetais são testes eficientes para
o monitoramento da toxicidade e da genotixicidade de poluentes ambientais. O objetivo
geral do presente trabalho foi utilizar bioensaios com cebola (Allium cepa) para avaliar
a toxicidade e a genotoxicidade das formulações comerciais dos agrotóxicos cujos
ingredientes ativos são o glifosato, o mancozeb, o fention e a beta-ciflutrina. Para cada
concentração testada e para o controle negativo (água) foram utilizados cinco bulbos de
Allium cepa. Os bulbos foram inicialmente colocados em água destilada, durante 24
horas a temperatura ambiente, para estimular o desenvolvimento do meristema
radicular. Após este período, os bulbos foram colocados nas soluções-teste por um
período de 48 horas. As concentrações utilizadas para cada tratamento variaram de 1 a
20 PL/L para o glifosato; 25 a 250 PL/L para o fention; 0,25 a 2 PL/L para a betaciflutrina
e, de 250 a 1500 mg/L para o mancozeb. Foram avaliados parâmetros
macroscópicos e microscópicos. Como parâmetro macroscópico, o comprimento das
raízes foi utilizado como índice de toxicidade. Os parâmetros microscópicos utilizados
foram as freqüências de micronúcleos e de anormalidades da anáfase-telófase, utilizados
como indicadores de genotoxicidade. Foi observada redução significativa do
crescimento das raízes, indicando toxicidade dos quatro agrotóxicos testados. No caso
dos agrotóxicos cujos ingredientes ativos são o fention e o glifosato, há sugestão de
toxicidade dependente da concentração. Além disso, os agrotóxicos contendo glifosato,
beta-ciflutrina e fention apresentar aumento significativo das freqüências de fragmentos
cromossômicos, pontes, cromossomos retardatários e total de anormalidades da anáfasetelófase,
bem como de micronúcleos, indicando ação genotóxica. O agrotóxico
contendo glifosato apresentou aumento significativo da freqüência de pontes e
cromossomos retardatários na anáfase-telófase nas concentrações de 3 PL/L e 4 PL/L,
mas não nas concentrações de 1 PL/L e 2 PL/L, sugerindo genotoxicidade dependente
da concentração. Os resultados do presente estudo sugerem que os agrotóxicos
analisados podem comprometer a sobrevivência e a estabilidade genética de populações
expostas.

Palavras-chave: Micronúcleo, aberrações na anáfase-telófase, agrotóxico, Allium cepa.

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