Monsanto foi fundada em Saint Louis, Missouri, EUA, no ano de 1901. Seu ramo de atuação era a produção de alimentos e produtos químicos básicos, como ácido sulfúrico. Em 1929 “casou-se” com a Swan Chemical Company, produtora de PCBs (substâncias conhecidas no Brasil como escarel, e que tinham como vantagem o fato de serem estáveis e não-inflamáveis), usado em refrigeradores, transformadores, lubrificantes… Essa foi a primeira grande compra da Monsanto, que se seguiria de dezenas de outras que englobariam mais áreas de atuação e garantiriam o monopólio sobre o agronegócio.
Durante a Guerra do Vietnã, a Monsanto entrou de cabeça no ramo bélico, sendo a principal fabricante do Agente Laranja, desfolhante jogado de aviões nas florestas vietnamitas para encontrar esconderijos vietcongues. A guerra era lucrativa e o tempo significava dinheiro. Isso fez com que a empresa negligenciasse várias etapas da produção do veneno. A substância chamada TCCD entrou na cadeia alimentar do lugar e, hoje, depois de mais de 35 anos após o fim da guerra, ainda é a grande responsável pelo alto índice de defeitos de nascença no Vietnã. Estima-se que cerca de 150 mil crianças apresentaram problemas por culpa do TCCD. Não é à toa, visto que em 2003 uma análise do solo mostrou que o índice desse veneno nas regiões em que o Agente Laranja havia sido utilizado estava apenas 180 milhões de vezes acima do nível considerado seguro para a saúde humana. Segundo dados apresentados pela Vava (Associação Vietnamita de Vítimas do Agente Laranja), dos 3 milhões habitantes da região expostos ao Agente Laranja, 1 milhão teria apresentado problemas de saúde relacionados à exposição. Não só a população vietnamita foi afetada. Soldados estadunidenses também apresentaram sérias doenças causadas pelo contato com o veneno. Muitas ações milionárias foram movidas contra a Monsanto, e outras empresas produroras, como a Dow Chemicals, porém poucas deram resultado.
Outro caso bem conhecido de desrespeito da Monsanto à vida humana é o da cidade de Anniston, no Alabama, EUA, de cerca de 20.000 habitantes. A fábrica instalada no local por 34 anos despejou lixo tóxico em um córrego e, em conseqüência disso, toda uma cidade foi contaminada com PCBs, substância altamente cancerígena. Estima-se que 450 crianças tenham nascido com doenças motoras cerebrais, e muitas foram as mortes por contaminação por PCB. Depois de entrar na justiça os habitantes ganharam 700 milhões de indenização, montante bem pequeno, se comparado com o lucro anual da empresa. O principal fato que fez com que a Monsanto perdesse a causa foi a descoberta de que há muito tempo ela sabia dos perigos que seu lixo tóxico oferecia. A própria empresa havia realizado um teste, colocando peixes no córrego, e em menos de três minutos todos morreram.
Esse e outros fatos são muito bem explorados no documentário “O mundo segundo a Monsanto”, da jornalista francesa Marie-Monique Robin. Há também o livro de mesmo nome, e ambos são recheados de várias entrevistas com pessoas diretamente ligadas à Monsanto e aos órgãos públicos dos EUA que aprovaram produtos de segurança duvidosa, além de cientistas, políticos e pessoas afetadas pela empresa.
Em 1981 a Monsanto começou as pesquisas de culturas biotecnológicas, impulsionado pela aprovação, nos EUA, dos estudos sobre a insulina recombinante. Seria o início da era dos Organismos Geneticamente Modificados, os transgênicos.
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