Um novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos apontou que o atual ritmo de mortes de abelhas durante o inverno é preocupante e está insustentável economicamente para os apicultores. De acordo com os dados levantados, 23,2% das Apis mellifera, que são as abelhas domesticadas para a fabricação de mel, do país morreram durante o inverno de 2013/2014. Além de ser um problema para os apicultores, o desaparecimento das abelhas significa uma grave crise ambiental e um problema para várias culturas agrícolas, que precisam delas como agentes.
Um número muito acima da taxa de mortes que os apicultores consideram como o máximo aceitável para que a sua atividade seja viável economicamente, algo em torno dos 18%.
“Populações saudáveis de polinizadores são essenciais para a economia agrícola. Apesar de estarmos felizes com a diminuição de mortes, as perdas ainda são muito altas e temos que trabalhar para diminuí-las”, afirmou Tom Vilsack, secretário de Agricultura dos EUA, destacando que houve uma redução de 7,3% com relação aos 30,5% de mortes registradas em 2012/2013.
Segundo Jeff Pettis, coautor da pesquisa e membro do Serviço de Pesquisas Agrícolas dos EUA, não foi possível identificar os fatores por trás das mortes e nem porque o número caiu com relação ao inverno anterior.
“Flutuações anuais como esta mostram como é complicado acompanhar a saúde das abelhas, que podem estar sendo afetadas por vírus, parasitas, problemas de nutrição – relacionados com a falta de diversidade de pólen – e pesticidas”, explicou Pettis.
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Neonicotinoides
Um outro estudo, divulgado no último dia 9/5, demonstrou que neonicotinoides, que são amplamente utilizados nos EUA, são danosos para as abelhas. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Harvard, o trabalho salienta que esses pesticidas provocam o chamado Distúrbio do Colapso das Colônias (DCC), processo pelo qual abelhas abandonam sua colmeia sem aparente razão e acabam morrendo.
“Demonstramos mais uma vez, com alta probabilidade, que os neonicotinoides podem ser responsáveis por casos de DCC”, disse Chensheng Lu, um dos autores do estudo.
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Lu e sua equipe observaram durante o inverno o comportamento de abelhas em colméias de regiões próximas às plantações onde eram utilizados neonicotinoides, e concluíram que a taxa de DCC foi 50% maior nessas colméias do que em outras localidades.
“Apesar de termos demonstrado que existe uma associação entre os neonicotinoides e a morte de abelhas, novos estudos deverão ser feitos para elucidar como funciona esse mecanismo e qual seria a quantidade de pesticida necessária para provocar o DCC. Esperamos conseguir reverter a tendência de perda de abelhas”, concluiu o pesquisador.
Mais sobre o tema acesse: http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com.br/search/label/Agrot%C3%B3xicos-%20abelhas%3B
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