O Jornal Nacional inicia, nesta
terça-feira (6), uma série especial de reportagens sobre os perigos do uso
descontrolado de agrotóxicos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária acaba
de produzir uma lista dos alimentos com maior nível de contaminação. É um
documento inédito, que você vai conhecer agora, com os repórteres Mônica
Teixeira e Luiz Cláudio Azevedo.
O que vem do
campo pode não ter apenas nutrientes, mas também resíduos dos produtos usados
para proteger as plantações. Agrotóxico em excesso ninguém quer.
“Como é que a
gente vai saber se foi fabricado com agrotóxico se não tem nada aqui
indicando?”, questiona uma consumidora.
Uma refeição
colorida, com folhas, legumes e frutas, para qualquer pessoa, um prato assim é
a tradução de alimentação saudável. Mas quando a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária analisou o pimentão, morango, pepino, alface e cenoura, descobriu que
em pelo menos metade das amostras desses alimentos houve uso indevido de
agrotóxicos.
A Agência
Nacional de Vigilância Sanitária levou para o laboratório amostras de 18 tipos
de alimentos.
Em 28% delas, havia excesso de
agrotóxicos ou agrotóxicos não autorizados para aquela cultura, o que pode
representar um risco maior à saúde.
O caso mais
grave é o pimentão. “Desse tamanho aqui? Além de enxerto, tem muito
agrotóxico”, afirma uma consumidora.
Em 92% das
amostras, foram encontradas irregularidades.
O morango teve 63% de amostras
irregulares; o pepino, 57%; a alface, 54%; e quase 50% das amostras de cenoura
tinham agrotóxicos acima do permitido ou não autorizados. O tomate, que já
esteve no topo do ranking, hoje tem menos contaminação, 16,%.
E uma boa notícia: na batata, nenhum problema
foi encontrado entre as amostras examinadas.
“O agrotóxico
no alimento, ao ser ingerido pela população, tem um efeito cumulativo, vai se
acumulando no organismo. Pode levar a algum tipo de doença crônica não transmissível”,
alerta José Agenor Álvares da Silva, diretor da Anvisa.
“Principalmente
neurológicas, endócrinas, imunológicas e hoje a questão do aparelho reprodutor,
como infertilidade, diminuição do número de espermatozoides e a questão do
câncer”, explica Heloísa Pacheco, coordenadora do ambulatório de Toxicologia da
UFRJ.
A médica
Silvia Brandalise, pesquisadora da Unicamp, estuda as causas de câncer,
principalmente entre crianças. Segundo ela, pesquisas já comprovaram que a
exposição aos venenos usados nas plantações está relacionada à leucemia e aos
tumores no cérebro. A comida com excesso de agrotóxicos e produtos químicos
também faz parte dos fatores de risco.
“Se aquele produto lesa uma célula da
formiga, uma célula de um mosquito e leva à morte esse mosquito, de maneira
mais aguda. O homem não é diferente. Só que no homem é mais crônico, é de longa
duração”, destaca.
E se o contato
com o veneno for direto, pior. Osvaldo nunca usou proteção. “O veneno abalou os
nervos, então não posso fazer força nenhuma”, conta.
Ainda criança,
Márcia acompanhava o pai na aplicação do veneno. “Ele ia botando na frente e a
gente ia amarrando o tomate atrás, a gente tomava aquele banho de veneno”,
lembra.
A terra hoje
está abandonada. O casal, sem condições de trabalhar.
O agrotóxico levou mais do que o sustento dessa família.
O agrotóxico levou mais do que o sustento dessa família.
“Nunca tive
alegria para viver. Sempre doente, sempre com problema de saúde”, diz Márcia.
As Informações são do site:
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Veja mais:
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com/2011/12/agrotoxico-irregular-aparece-em-28-dos.html
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