O globo rural de edição de domingo -13/11/2011 noticiou Brasil é hoje o segundo maior produtor de transgênicos do mundo e a soja transgênica ocupou 74% da área de soja no Brasil em 2010.
“No Rio Grande do Sul praticamente tudo é transgênico. Em Mato Grosso, maior estado produtor do país, essa tecnologia também avançou, mas ainda divide espaço com as lavouras convencionais.”
Para ver a reportagem completa:
Naturalmente que com o plantio da soja transgênica em larga escala o meio ambiente ficou mais exposto ao glifosato.
Existe por parte de muitos um mito que o glifosato é um produto de baixo impacto.
No livro – Elaboração e análise de projetos de conservação e proteção ambiental de um curso de graduação de gestão ambiental lêem-se o seguinte:
Sempre que a legislação permitir, recomenda-se o controle de gramíneas através de herbicida de baixo, impacto como o glifosato. Além de praticamente não apresentar riscos de contaminação da água e do solo ...
Será que isto realmente é verdade?
Após ver a reportagem fiz uma pesquisa sobre o impacto do glifosato no meio ambiente e á saúde das pessoas.
Sobre o impacto do uso do glifosato no meio ambiente Yamada (2007, p.2) observou:
[...] tem observado em campo: a generalizada perda da raiz pivotante na cultura da soja – tanto na convencional como na RR – e a constatação de que o fenômeno é mais comum quando o intervalo de tempo entre a dessecação e a semeadura da soja é breve, ou seja, menos que 1 semana.
Cakmak (2007, p.5) em regiões com uso extensivo do glifosato tem observado:
Reduções no crescimento e na produtividade das culturas; Aumento nos problemas de doenças; Aumento no uso de inseticidas e fungicidas; Inibição da fixação biológica de nitrogênio; Aumento no uso de fertilizantes foliares com micronutrientes; Sintomas de deficiências de micronutrientes
Os artigos e outras informações mais podem ser conferido:
Em artigo intitulado Efeitos nocivos do glifosato de Frei Sergio Görgen, deputado estadual e o Engenheiro Agrônomo Enio Guterres - colocam:
Na degradação do glifosato um dos seus subprodutos – um metabólito – chamado AMPA é mais nocivo que o próprio glifosato e foi encontrado em carpas 90 dias após a aplicação do herbicida.
Os produtos à base de glifosato são altamente tóxicos para pessoas e animais. Entre os sintomas mais comuns citam-se irritação nos olhos e pele, dor de cabeça, náuseas, entorpecimento, elevação da pressão arterial, palpitações e alergias agudas e crônicas.
Estudos laboratoriais também detectaram efeitos adversos como reprodutivo, carcinogenicidade e Mutagenicidade.
Poderão ler o artigo completo : http://www.consciencia.net/2003/10/19/glifosato.html
Nesta mesma página tem um link de acesso a um documento intitulado GLYPHOSATE (ROUND UP) onde podemos encontrar:
Embora a comercialização de herbicidas à base de glyphosate seja liberada, estudos laboratoriais detectaram efeitos adversos em todas as categorias de testes toxicológicos. Entre estes incluem-se toxicidade a médio prazo (lesões em glândulas salivares), toxicidade a longo prazo (inflamações nas mucosas do estômago), danos genéticos (em células sanguíneas do corpo humano), efeitos reprodutivos (redução dos espermatozóides em ratos; maior frequência de espermatozóides anormais em coelhos), e carcinogenicidade (maior frequência de tumores no fígado de ratos e câncer de tiróide em ratas).
O glyphosate foi classificado pelo US Environmental Protection Agency como “extremamente persistente”, sendo registrada uma persistência superior a cem dias nos testes de campo em Iowa e Nova Iorque. O glyphosate foi detectado nos rios depois de ter sido aplicado em florestas e áreas urbana e agrícola.
O tratamento de glyphosate tem reduzido as populações de insetos benéficos, aves e pequenos mamíferos pela destruição da vegetação essencial para sua alimentação e habitat.
Em testes laboratoriais, o glyphosate aumentou a suscetibilidade das plantas às doenças e reduziu o crescimento das bactérias fixadoras de nitrogênio.
Em outra parte do artigo encontramos:
Na Califórnia, o estado com programa de monitorização mais completo das doenças causadas por pesticidas, os herbicidas à base de glyphosate foram a terceira causa de doença mais comum reportada entre os trabalhadores agrícolas.
Em outra parte do trabalho algo alarmante porque se isto acontece nos EUA o que eles não estão fazendo em outros países ?
Em 1996, a Monsanto Co. negociou um acordo com o Secretário da Justiça de Nova York em que a empresa se comprometia a retirar certos dizeres enganosos sobre os produtos à base de glyphosate e a pagar US$ 50,000,00 em custos. 98 Dizeres como “o glyphosate é mais inofensivo que o sal de cozinha”98, é seguro para as pessoas, animais domésticos e o meio ambiente, e degrada ”logo após a aplicação”98 foram proibidos pelo Secretário de Justiça porque violavam a legislação federal sobre Pesticidas (Federal Insecticide, Fungicide and Rodenticide Act – FIFRA).98De acordo com o Secretário, a Monsanto foi autada sob a acusação de “propaganda enganosa”
Este foi um trabalho publicado Journal of Pesticide Reform/Fall 1998- vol. 18, no. 3 Northeast Coalition for Alternatives to Pesticides P.O. Box 1393, Eugene, Oregon 97440 / (541) 344-5044 e traduzido por Nicoleta T.N. Sabetzki / Estação Experimental de Itajaí-Epagri e no link acima poderá ter acesso ao trabalho completo.
Em outro artigo intitulado Glifosato Danado publicado por Daniel Galvalizi encontramos:
É um mito o dano causado por este herbicida? "Delirium tremens de alguns ecologistas ou uma verdade científica que procura ser apagada por interesses econômicos? Então, nesta primeira parte de um relatório especial de dois artigos, Opinião Sul Jovemprocura esclarecer as dúvidas e trazer alguma clareza para uma questão séria que merece atenção.
O trabalho pode ser conferido: http://opinionsur.org.ar/joven/Glifosato-danado-Parte-I
Em um artigo de Antonio Inácio Andrioli publicado na Revista Espaço Acadêmico N. 51 em Agosto de 2005 intitulado O Roundup, o câncer e o crime do “colarinho verde” coloca:
Os relatos demonstram a agressividade de uma estratégia de vendas reforçada pela euforia dos resultados iniciais da soja transgênica com relação à facilidade no controle dos assim chamados inços em lavouras no Rio Grande do Sul e à redução da penosidade do trabalho em função da substituição da atividade da capina pelo uso intensivo de herbicida. Diante de tais práticas e métodos de “insistência técnica”, quando extensionistas rurais assumem a função de vendedores de agrotóxicos e são remunerados proporcionalmente à venda do produto, a recusa e a desconfiança de muitos agricultores com relação à tecnologia “moderna” é compreensível. Em muitos casos, essa desconfiança e a falta de acesso à informação científica conduzem os agricultores ao uso indiscriminado e inadequado de agrotóxicos, um dos diagnósticos mais comuns quando se procura identificar as causas do problema. O que raramente se discute é a razão pela qual os agricultores aplicam agrotóxicos, e como têm acesso aos produtos e às informações com relação à sua utilização. Se a exposição de seres humanos a altas doses de agrotóxicos é um problema real na agricultura, seria sensato alertar os agricultores para os efeitos nocivos dos produtos ao invés de propagandear seus benefícios. Nesse aspecto, o caso da soja transgênica é ilustrativo, pois o uso indiscriminado de glifosato vem sendo estimulado de forma criminosa com o objetivo de aumentar suas vendas, sob a alegação de que ele é “inofensivo à saúde humana e ao meio ambiente”. Mas, até que ponto essa informação é verdadeira?
Em outra parte o professor coloca:
O efeito do glifosato no organismo humano é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contato com o produto. Os sintomas de intoxicação previstos incluem irritações na pele e nos olhos, náuseas e tonturas, edema pulmonar, queda da pressão sangüínea, alergias, dor abdominal, perda de líquido gastrointestinal, vômito, desmaios, destruição de glóbulos vermelhos no sangue e danos no sistema renal. O herbicida pode continuar presente em alimentos num período de até dois anos após o contato com o produto e em solos por mais de três anos, dependendo do tipo de solo e clima. Como o produto possui uma alta solubilidade em água, sua degradação inicial é rápida, seguida, porém, de uma degradação lenta. Suas moléculas foram encontradas tanto em águas superficiais como subterâneas. A acumulação pode ocorrer através do contato das plantas com o herbicida (folhas, frutos) e seus efeitos mutantes podem ocorrer tanto em plantas como nos organismos dos consumidores. As plantas podem absorver o produto do solo, movendo-o e concentrando-o para partes utilizadas como alimento, com grandes variações.
Vale a pena ler o artigo completo do professor Antonio Inácio Andriolli acessando:
Para concluir ficam algumas indagações:
Ao liberar o plantio da soja transgênica em larga escala foi considerado o impacto do aumento do uso do glifosato ao meio ambiente e á saúde humana?
A liberação apenas ocorreu por interesse comercial?
A rotulagem no Brasil esta funcionando?
E quem ganha com isto: Governo isenta empresas de monitorar efeitos dos transgênicos -
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHZETTxGahN2aKVVVB1TP
http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHZETTxGahN2aKVVVB1TP
Atualização em 15/11/2011
Para saber mais:
Buscando
promover um espaço para a análise acadêmica e a reflexão científica sobre o
estado da saúde em cidades-pulverizadas, bem como ouvir e apoiar os
profissionais de saúde que vêm denunciando estes problemas, a Faculdade de
Ciências Médicas da Universidade Nacional de Córdoba promoveu em agosto deste
ano o Primeiro Encontro Nacional de Médicos em Cidades-Pulverizadas.
Médicos , outras equipes de saúde e pesquisadores de
diferentes disciplinas atuando no país foram chamados a apresentar suas
experiências, dados, propostas e trabalhos científicos. O evento reuniu mais de
160 participantes de dez estados e de seis universidades federais.
A doutora
Veja:
http://muralvirtual-educaoambiental.blogspot.com/2011/12/quando-chove-veneno.html
PARA APROFUNDAR:
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