CAEN, França (AFP) – Um estudo
realizado por um especialista em biologia molecular, afirma que o herbicida
Roundup, o mais utilizado no mundo, é perigoso para a saúde humana, inclusive
em doses mínimas, o que foi desmentido pela empresa americana Monsanto que o
vende.
“Trabalhamos
com células de recém-nascidos com quantidades do produto 100.000 vezes
inferiores com as quais qualquer jardineiro comum está em contato. O Roundup
programa a morte das células em poucas horas”, declarou à cientista francês
Gilles-Eric Séralini, professor de biologia molecular, autor do estudo
publicado pela revista Chemical Research in Toxicology.
“Os
riscos são principalmente para as mulheres grávidas, mas não apenas para elas”,
acrescentou o pesquisador do Comitê de Pequisa e Informação Independente sobre
Engenharia Genética (Crii-gen).
Da
alergia ao câncer, quando é maior a fragilidade da pessoa, maior é o risco,
acrescentou.
A
Monsanto França responde à consulta da AFP a respeito desse estudo mediante um
comunicado no qual assinala que o “Roundup foi concebido unicamente como
herbicida. Os trabalhos realizados regularmente pela G-E. Séralini sobre o
Roundup constituem um desvio sistemático do uso normal do produto a fim de
denigri-lo, apesar de ter sido demonstrada sua segurança sanitária há 35 anos
no mundo”.
Por
sua parte, a Séralini recordou que, “em 2005, foi provada sua toxicidade, mas
não em doses infinitesimais”.
A
agência americana de proteção ao meio ambiente (US Environmental Protection
Agency, EPA) detalhou os efeitos nocivos para a saúde que pode provocar a
exposição a importantes doses de Roundup: “congestão pulmonar e aceleração do
ritmo respiratório”, entre outros.
Este
herbicida é utilizado pelo governo colombiano apoiado pelos Estados Unidos
dentro do chamado Plano Colômbia, oficialmente destinado a destruir as
plantações de coca.
Em
janeiro de 2007, a
sociedade Monsanto foi condenada por um tribunal de Lyon (centro-leste da
França) por falsa propaganda do Roundup, tal como ocorreu anterioremente e
pelos menos motivos nos Estados Unidos.
Em
virtude destas condenações, a Monsanto não pode assinalar nos rótulos do
produto que o mesmo é biodegradável.
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