A
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, desenvolveu
uma metodologia de recuperação de áreas degradadas, usando
microorganismos do próprio solo associados a espécies vegetais. A
técnica permite a revegetação rápida, mesmo nos locais onde o
subsolo já está exposto. Por conta do projeto, os pesquisadores já
estudaram mais de 600 espécies de plantas nos laboratórios
da Embrapa. O custo total do projeto foi de R$ 395 mil.
Estima-se
em mais de 200 milhões de hectares as áreas degradadas no Brasil.
Ações como mineração, construção de estradas, represas e áreas
industriais resultam em impacto imediato sobre o solo. Existem várias
técnicas que permitem revegetar áreas degradadas, inclusive
utilizando camadas férteis do solo, de outros locais, como forma de
permitir o estabelecimento da vegetação.
Nos processos tradicionais de revegetação e recuperação das áreas nos casos extremos de degradação, as alternativas usadas têm sido a adição de grandes quantidades de compostos orgânicos ou a transferência de terra fértil para as áreas degradadas. A primeira alternativa é viável nas cidades com compostagem de lixo urbano, enquanto a segunda, representa a transferência de um problema para o outro. Nos dois casos, o custo do transporte é bastante elevado. Além disso, como os principais nutrientes minerais são perdidos em solos sem matéria orgânica, há a necessidade de fazer uma adubação, o que torna ainda maior o custo do processo. O método desenvolvido pela Embrapa é uma alternativa viável principalmente para as comunidades de baixa renda, agricultores e muitas prefeituras.
A metodologia já foi aplicada em diversas regiões do Brasil e com resultados positivos. Em Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, foi recuperada uma área de encosta. Em Porto Trombetas, no Pará, foi recuperada uma área de rejeitos de bauxita, na Mineração Rio Norte; Em Paracatu, Minas Gerais, está sendo desenvolvido um trabalho de recuperação de uma área degradada pela exploração do ouro, na Rio Paracatu Mineração.
A técnica, que é bastante econômica, vem chamando atenção de órgãos internacionais e já está sendo exportada para o Peru. Por meio de um convênio entre a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e o Governo do Peru, os pesquisadores brasileiros Avílio Franco e Eduardo Campello, da Embrapa Agrobiologia, estão implantando a metodologia na região do Hapethue. O objetivo é recuperar uma área de 80 quilômetros quadrados na bacia amazônica peruana, degradada pela exploração do ouro.
A tecnologia pode ser usada também por agricultores (recuperação de áreas nos diversos níveis de degradação, até estabilização e recuperação e estabilização de voçorocas), órgãos e empresas públicas (revegetação de encostas, áreas de eslizamentos de terra, recomposição de áreas de empréstimo, projetos habitacionais, construção de represas etc.), empresas de mineração e indústrias (recuperação de áreas mineradas, cobertura vegetal de rejeitos, bioremediação).
A técnica é extremamente econômica. Em Angra dos Reis, foram realizadas algumas opções de orçamento para a recuperação de uma encosta. Os valores ficaram, por metro quadrado de parede construída: concreto com pedras - US$ 165,00; parede de concreto armado - US$ 591 e preparo da encosta e revegetação - US$ 1,50. Em média, para recuperar o solo com esta tecnologia, é necessário investir R$ 1.250 por hectare.
A tecnologia faz com que seja também um aumento da produtividade do solo, pela adição de Nitrogênio, Carbono e matéria orgânica, proporcionando sustentabilidade dos sistemas produtivos com proteção ao meio ambiente.
Bactérias e Fungos - A utilização de bactérias e fungos acelera o processo de sucessão natural em áreas degradadas. A técnica para recuperar a formação vegetal de áreas com solo empobrecido consiste na associação natural entre bactérias e árvores leguminosas, criando assim mudas de plantas mais resistentes ao solo infecundo.
Para recuperar estas áreas degradadas, os cientistas potencializaram uma associação natural já existente entre bactérias e leguminosas. Por meio desta simbiose (troca entre seres vivos proveitosa para ambos os lados), as bactérias do solo fornecem nitrogênio retirado do ar para a árvore, enquanto recebem carboidratos oriundos da fotossíntese.
Os pesquisadores selecionam em laboratório as linhagens de bactérias mais eficientes e produzem as mudas de árvores associadas a essas bactérias. Depois de uma seleção das melhores mudas, as leguminosas são plantadas em viveiros da Embrapa e encaminhadas à área degradada.
Além do uso das bactérias para enriquecer o solo, os pesquisadores da Embrapa ainda utilizam fungos micorrízicos que vivem no solo e se associam não só às leguminosas, mas também a outras espécies de árvores. Esses fungos aumentam a capacidade de absorção de fósforo e água na planta, além de lhe dar mais resistência em situações de estresse ambiental.
Com a nova técnica, associando bactérias e fungos, além de aumentar a capacidade de recuperação da cobertura vegetal, foi possível também reintroduzir espécies difíceis, que foram beneficiadas pela capacidade de regeneração das leguminosas.
Nos processos tradicionais de revegetação e recuperação das áreas nos casos extremos de degradação, as alternativas usadas têm sido a adição de grandes quantidades de compostos orgânicos ou a transferência de terra fértil para as áreas degradadas. A primeira alternativa é viável nas cidades com compostagem de lixo urbano, enquanto a segunda, representa a transferência de um problema para o outro. Nos dois casos, o custo do transporte é bastante elevado. Além disso, como os principais nutrientes minerais são perdidos em solos sem matéria orgânica, há a necessidade de fazer uma adubação, o que torna ainda maior o custo do processo. O método desenvolvido pela Embrapa é uma alternativa viável principalmente para as comunidades de baixa renda, agricultores e muitas prefeituras.
A metodologia já foi aplicada em diversas regiões do Brasil e com resultados positivos. Em Angra dos Reis, litoral sul do Estado do Rio de Janeiro, foi recuperada uma área de encosta. Em Porto Trombetas, no Pará, foi recuperada uma área de rejeitos de bauxita, na Mineração Rio Norte; Em Paracatu, Minas Gerais, está sendo desenvolvido um trabalho de recuperação de uma área degradada pela exploração do ouro, na Rio Paracatu Mineração.
A técnica, que é bastante econômica, vem chamando atenção de órgãos internacionais e já está sendo exportada para o Peru. Por meio de um convênio entre a Agência Brasileira de Cooperação, do Ministério das Relações Exteriores, e o Governo do Peru, os pesquisadores brasileiros Avílio Franco e Eduardo Campello, da Embrapa Agrobiologia, estão implantando a metodologia na região do Hapethue. O objetivo é recuperar uma área de 80 quilômetros quadrados na bacia amazônica peruana, degradada pela exploração do ouro.
A tecnologia pode ser usada também por agricultores (recuperação de áreas nos diversos níveis de degradação, até estabilização e recuperação e estabilização de voçorocas), órgãos e empresas públicas (revegetação de encostas, áreas de eslizamentos de terra, recomposição de áreas de empréstimo, projetos habitacionais, construção de represas etc.), empresas de mineração e indústrias (recuperação de áreas mineradas, cobertura vegetal de rejeitos, bioremediação).
A técnica é extremamente econômica. Em Angra dos Reis, foram realizadas algumas opções de orçamento para a recuperação de uma encosta. Os valores ficaram, por metro quadrado de parede construída: concreto com pedras - US$ 165,00; parede de concreto armado - US$ 591 e preparo da encosta e revegetação - US$ 1,50. Em média, para recuperar o solo com esta tecnologia, é necessário investir R$ 1.250 por hectare.
A tecnologia faz com que seja também um aumento da produtividade do solo, pela adição de Nitrogênio, Carbono e matéria orgânica, proporcionando sustentabilidade dos sistemas produtivos com proteção ao meio ambiente.
Bactérias e Fungos - A utilização de bactérias e fungos acelera o processo de sucessão natural em áreas degradadas. A técnica para recuperar a formação vegetal de áreas com solo empobrecido consiste na associação natural entre bactérias e árvores leguminosas, criando assim mudas de plantas mais resistentes ao solo infecundo.
Para recuperar estas áreas degradadas, os cientistas potencializaram uma associação natural já existente entre bactérias e leguminosas. Por meio desta simbiose (troca entre seres vivos proveitosa para ambos os lados), as bactérias do solo fornecem nitrogênio retirado do ar para a árvore, enquanto recebem carboidratos oriundos da fotossíntese.
Os pesquisadores selecionam em laboratório as linhagens de bactérias mais eficientes e produzem as mudas de árvores associadas a essas bactérias. Depois de uma seleção das melhores mudas, as leguminosas são plantadas em viveiros da Embrapa e encaminhadas à área degradada.
Além do uso das bactérias para enriquecer o solo, os pesquisadores da Embrapa ainda utilizam fungos micorrízicos que vivem no solo e se associam não só às leguminosas, mas também a outras espécies de árvores. Esses fungos aumentam a capacidade de absorção de fósforo e água na planta, além de lhe dar mais resistência em situações de estresse ambiental.
Com a nova técnica, associando bactérias e fungos, além de aumentar a capacidade de recuperação da cobertura vegetal, foi possível também reintroduzir espécies difíceis, que foram beneficiadas pela capacidade de regeneração das leguminosas.
Recuperação de áreas em aeroportos - A Embrapa também vai demonstrar no Ciência para a Vida o trabalho de recuperação de áreas degradadas em aeroportos brasileiros. A tecnologia a ser apresentada está vinculada a uma área de dez hectares que funciona como campo experimental e contribui para o aprimoramento da tecnologia de recuperação de áreas degradadas. O projeto começou no final de 2000 no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. O sucesso foi tão grande que a Infraero assinou convênio com a Embrapa Solos para atuar em outros 19 aeroportos brasileiros.
A tecnologia considera recuperação de áreas degradadas em três fases distintas, integradas e simultâneas, por meio do emprego de obras civis, práticas mecânicas de manejo e conservação de solo e água, além de técnicas de revegetação diversas. Em todas as etapas dos trabalhos são empregados materiais alternativos de baixo custo, disponíveis nas áreas de trabalho. O retorno econômico e social é muito grande, porém ainda não mensurado.
O evento Ciência para a Vida, mais do que uma exposição, será uma mostra de conhecimento científico e tecnológico apropriada para o grande público, revelando como o produto da pesquisa está integrado ao consumo e ao cotidiano da população e como a ciência está ajudando a melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.
Estarão reunidos em um só local as mais recentes tecnologias agropecuárias desenvolvidas pelas 40 Unidades da Embrapa, pelas universidades, instituições de pesquisa estaduais, empresas públicas e privadas, indústrias, laboratórios, organismos governamentais e internacionais, além de órgãos representativos da cadeia do agronegócio.
III Exposição de Tecnologia Agropecuária - Ciência para a Vida
De 25 de abril a 2 de maio
Local: Sede da Embrapa
(Parque Estação Biológica s/nº - Final da Av. W3 Norte)
Horário de visitação: de 10 às 22 horas.
Elisângela
Santos e Ana Lúcia Gomes/Embrapa
Fonte: Embrapa
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